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FGTS: saque-aniversário é liberado para nascidos em maio

Trabalhador tem direito a uma retirada por ano de parte do valor das contas do Fundo de Garantia, podendo fazer o saque até dois meses após o mês de aniversário. Aplicativo app FGTS da Caixa - saque-aniversário Fabiana Figueiredo/G1 Nesta quinta-feira (2) foi liberado o saque-aniversário do FGTS para nascidos em maio. O período de retirada vai até 31 de julho, caso contrário o valor retorna para o saldo do fundo. Criado em 2020, o saque-aniversário do FGTS permite ao trabalhador sacar parte do saldo das contas ativas e inativas do FGTS, anualmente, no mês de seu aniversário. A adesão é opcional e os saques podem ser feitos pelo app FGTS, pelo site do FGTS e pelo internet banking da Caixa — não é preciso ir até uma agência bancária. FGTS: Quem pode sacar? Como consultar o saldo? Quem tem direito? Minha empresa não depositou o FGTS; o que eu faço? Quem não optar pela adesão permanece na sistemática padrão, que é o saque-rescisão. Entenda abaixo as diferenças: Saque-rescisão: sistemática na qual o trabalhador, quando demitido sem justa causa, tem direito ao saque integral da conta do FGTS, incluindo a multa rescisória, quando devida. Trata-se da modalidade padrão em que o trabalhador ingressa no FGTS. Saque-aniversário: sistemática opcional onde anualmente, no mês de aniversário, o trabalhador pode sacar parte do seu saldo de FGTS. Caso o trabalhador seja demitido, poderá sacar apenas o valor referente à multa rescisória (a multa de 40% paga pela empresa) e não poderá sacar o valor integral da conta. Calendário de saques em 2024 Nascidos em janeiro: saques de 2 de janeiro a 29 de março Nascidos em fevereiro: saques de 1º de fevereiro e 30 de abril Nascidos em março: saques de 1º de março a 31 de maio Nascidos em abril: saques de 1º de abril a 28 de junho Nascidos em maio: saques de 2 de maio a 31 de julho Nascidos em junho: saques de 3 de junho a 30 de agosto Nascidos em julho: saques de 1º de julho a 30 de setembro Nascidos em agosto: saques de 1º de agosto a 31 de outubro Nascidos em setembro: saques de 2 de setembro a 30 de novembro Nascidos em outubro: saques de 1º de outubro a 29 de dezembro Nascidos em novembro: saques de 1º de novembro a 31 de janeiro de 2025 Nascidos em dezembro: saques de 2 de dezembro a 28 de fevereiro de 2025 Como funciona a modalidade O saque-aniversário foi criado para ser mais uma oportunidade de resgate das contas do FGTS. Por essa modalidade, o trabalhador pode fazer uma retirada por ano de parte do valor das contas do Fundo de Garantia de acordo com o mês em que nasceu, mas perde direito à retirada do saldo total de sua conta do FGTS em caso de demissão sem justa causa. Portanto, tem direito apenas à multa rescisória de 40% do valor do FGTS. O saque-aniversário só é liberado para o trabalhador que comunica à Caixa que quer receber os valores anualmente. Do contrário, ele só poderá sacar o FGTS nas situações previstas em lei, entre elas compra da casa própria, aposentadoria e demissão sem justa causa – veja aqui todas as situações A formalização do pedido, porém precisa ser feita até o último dia do mês de aniversário. Caso contrário, o trabalhador terá direito a parcela anual do saque-aniversário somente no ano seguinte. A Caixa lembra, porém, que o saque-aniversário é opcional. "Quem não fizer a opção, permanecerá na sistemática do saque-rescisão", explica. Mas caso o trabalhador não saque esse recurso, ele volta automaticamente para a sua conta no FGTS. Quem opta pelo saque aniversário, continua tendo direito à retirada o saldo do FGTS para a casa própria, em caso de doenças graves, de aposentadoria e de falecimento do titular e para as demais hipóteses previstas em lei para o saque. Qual é o rendimento do dinheiro no FGTS? Entenda Limites de retirada Nos saques anuais do FGTS há limite de retirada. O valor do saque anual será um percentual do saldo da conta do trabalhador. Para contas com até R$ 500, será liberado 50% do saldo, percentual que vai se reduzindo quanto maior for o valor em conta. Para as contas com mais de R$ 500, esses percentuais para os saques serão acrescidos de uma parcela fixa. (veja os valores na tabela mais abaixo) Exemplos: Quem tem R$ 750 na conta recebe 40% de R$ 750, que são R$ 300, mais a alíquota adicional de R$ 50, totalizando R$ 350. Quem tem R$ 25 mil na conta recebe 5% de R$ 25 mil, que dá R$ 1.250, mais a alíquota adicional de R$ 2.900, que dá o total de R$ 4.150. Quem tem R$ 100 mil recebe 5% de R$ 100 mil, que dá R$ 5 mil, mais a alíquota adicional de R$ 2.900, que dá o total de R$ 7.900. À medida que os saques vão sendo feitos, o saldo diminui, aumentando o percentual que pode ser sacado. Limite dos saques anuais do FGTS Reprodução/Ministério da Economia Como aderir ao saque-aniversário A Caixa disponibiliza canais de atendimento para que o trabalhador com conta do FGTS, ativa ou inativa, realize a opção. Eles são os seguintes: Site do FGTS APP FGTS (o aplicativo é o Caixa FGTS e está disponível tanto para aparelhos com sistema Android quanto aqueles com iOS) Página do site da Caixa Uso em operações de crédito Também é permitido ao optante pelo saque-aniversário solicitar empréstimo bancário utilizando o saldo do FGTS como garantia. Na prática, o cotista antecipa saques a que teria direito no mês de aniversário e os valores ficam bloqueados para repasse posterior dos recursos para a instituição financeira credora. Segundo dados do Ministério da Economia, a troca de crédito pessoal sem garantia por crédito com garantia dos recebíveis do saque-aniversário do FGTS permite uma redução no custo do empréstimo. Saque-aniversário do FGTS 2024 já está disponível para os trabalhadores


13º do INSS: pagamento para quem recebe mais que 1 salário mínimo começa nesta quinta; veja datas
Abono será pago a pessoas que receberam benefícios como aposentadoria ou auxílio-acidente neste ano. Nos anos anteriores, pagamento foi antecipado para estimular a economia. Primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1 ou 6. INSS começa a pagar 13º de aposentados e pensionistas nesta quarta (24) Começa nesta quinta-feira (2) o pagamento do abono anual aos beneficiários da Previdência Social, também conhecido como "13º do INSS" para quem recebe mais que 1 salário mínimo. Para quem recebe menos, o pagamento já começou no dia 24 de abril. Primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1 ou 6. Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto que antecipou o repasse. Terão direito ao abono pessoas que, em 2024, tenham recebido auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão da Previdência Social. Mais de 33,7 milhões serão beneficiados. Tradicionalmente, o abono seria pago no segundo semestre de cada ano. No entanto, nos últimos anos, o governo passou a antecipar o benefício com o objetivo de estimular a economia. Em 2022 e em 2023, por exemplo, o abono foi pago em maio e junho. De acordo com o decreto, o abono será pago em duas parcelas. Veja abaixo. Veja o calendário de pagamento do 13º do INSS ▶️ PARA QUEM RECEBE MAIS QUE 1 SALÁRIO MÍNIMO Final do NIS: 1 e 6 - pagamentos em 2/5 e 3/6 Final do NIS: 2 e 7 - pagamentos em 3/5 e 4/6 Final do NIS: 3 e 8 - pagamentos em 6/5 e 5/6 Final do NIS: 4 e 9 - pagamentos em 7/5 e 6/6 Final do NIS: 5 e 0 - pagamentos em 8/5 e 7/6 ▶️ PARA QUEM RECEBE ATÉ 1 SALÁRIO MÍNIMO Final do NIS: 1 - pagamentos em 24/4 e 24/5 Final do NIS: 2 - pagamentos em 25/4 e 27/5 Final do NIS: 3 - pagamentos em 26/4 e 28/5 Final do NIS: 4 - pagamentos em 29/4 e 29/5 Final do NIS: 5 - pagamentos em 30/4 e 31/5 Final do NIS: 6 - pagamentos em 2/5 e 3/6 Final do NIS: 7 - pagamentos em 3/5 e 4/6 Final do NIS: 8 - pagamentos em 6/5 e 5/6 Final do NIS: 9 - pagamentos em 7/5 e 6/6 Final do NIS: 0 - pagamentos em 8/5 e 7/6 LEIA TAMBÉM Saiba tudo sobre o Imposto de Renda 2024 Veja quem é obrigado a declarar Veja como baixar o programa Veja o calendário dos lotes de restituição

Setor de máquinas agrícolas fatura 35% menos no trimestre, mas espera recuperação e juros de 'um dígito' no Plano Safra

Receita líquida registrada foi de R$ 11,6 bilhões, diante de seca no campo, taxas elevadas e falta de créditos do governo federal no atual ciclo. Números foram divulgados durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Colheitadeira gigante, usada em cultivos de grãos, exposta em estande na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 O setor de máquinas e equipamentos agrícolas registrou uma queda de 35,8% no faturamento do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado diante de um cenário ainda prejudicado por seca em diferentes regiões do país, taxas de juros elevadas e a ausência de recursos do atual Plano Safra. Ao todo, as empresa do segmento registraram até março uma receita total de R$ 11,6 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) durante a Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (3). O volume equivale a cerca de 20% de todo o faturamento com máquinas e equipamentos - que foi de R$ 56,6 bilhões no trimestre. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp "Essa queda se deve basicamente a três fatores. Primeiro, nós tivemos uma seca severa em todo o Brasil que afetou muito a soja e o milho que é o principal mercado de máquinas agrícolas. O segundo fator é o preço das commodities, que já estava baixo e a rentabilidade também do agricultor não é boa, e o terceiro fator é que não temos mais recursos do Plano safra, e os juros de mercado são muito caros, em torno de 15%, o agricultor não faz investimento", afirmou Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq. As exportações das tecnologias do agro seguiram a mesma tendência, com uma baixa de 23%, e um volume total de US$ 351,3 milhões (RS 1,8 bilhão). Da mesma forma, houve recuo de 37% no número de tratores e colheitadeiras comercializados: de 14.891, caiu para 9.323. LEIA TAMBÉM Tarcísio anuncia investimento de R$ 1,4 bilhão para o agronegócio Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025 Estevão também manteve projeções anteriores de queda para o fim do ano, na faixa dos 15%, mas espera uma recuperação a partir do segundo semestre, sobretudo após o anúncio do novo Plano Safra, que, segundo líderes do governo federal, deve ter um novo recorde no total de créditos a serem concedidos. Segundo a Abimaq, a União também prometeu juros abaixo dos 10% para o ciclo 2024/2025. "A gente está entendendo que no segundo semestre há uma recuperação das vendas de máquinas, em função do Plano Safra. O juro deve vir, o governo está falando, em um dígito, uma coisa abaixo de 10%. E a segunda safra de milho tem vindo bem, o pessoal deve colher uma boa safra de milho. Ou seja: o principal problema que a gente teve que foi a quebra de safra, juro alto, estão se dissipando esses problemas." Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP Veja mais notícias da Agrishow 2024 Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil


Lula e Haddad celebram mudança em perspectiva de nota de crédito do Brasil na Moody's

Presidente afirmou que país 'voltou a ter credibilidade econômica', e o ministro da Fazenda avaliou que decisão reconhece perspectivas positivas na economia do país e é fruto de esforços dos Três Poderes. Agência Moody's mantém nota de crédito do Brasil, mas muda perspectiva para 'positiva' O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemoram nesta quarta-feira (1º) a decisão da agência de classificação de risco Moody's de alterar a perspectiva de nota de crédito do Brasil de estável para positiva. Em publicação numa rede social, Lula afirmou que a atualização o Brasil "voltou a ser respeitado no mundo e voltou a ter credibilidade econômica e ambiental". Já Haddad avaliou que a decisão reconhece perspectivas positivas na economia do Brasil. O ministro da Fazenda avaliou, ainda, que a atualização “tem a ver” com o trabalho conjunto dos Três Poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário —, que, segundo ele, “colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis”. "A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a ver com o trabalho conjunto dos Três Poderes, que colocaram os interesses do país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e ambiental. Temos muito a fazer", escreveu Haddad. A agência de classificação de risco Moody's anunciou, mais cedo, nesta quarta, que manteve a nota de crédito do Brasil no nível Ba2, mas mudou a perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva". O "rating" atual do Brasil na classificação da Moody's é Ba2 – o que coloca o país no chamado "grau especulativo", indicando um risco maior para investimentos estrangeiros. Ao indicar um viés positivo na análise, a Moody's sinaliza que pode elevar a nota de crédito no futuro. Representantes da agência se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 23, mas não houve anúncios após o encontro. "A Moody's avalia que as perspectivas para o crescimento real do produto interno bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandêmicos, como consequência da implementação de reformas estruturais em vários governos, bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas", diz a nota da agência. O comunicado diz que um "crescimento mais forte" e uma "consolidação fiscal" podem estabilizar o peso da dívida nas constas públicas, mas aponta que "há riscos" para a continuidade dessa melhora. "A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", afirma a Moody's. A nota de crédito é usada pelos investidores para avaliar em quais países ou empresas o investimento é mais seguro. Se a nota é mais baixa, o risco é maior – o que, em economia, significa cobrar juros mais altos. Alguns fundos europeus ou norte-americanos, por exemplo, só investem em títulos de países com grau de investimento — as notas mais altas. Ou seja: ter uma classificação boa ajuda a atrair esses recursos internacionais. Entenda o que fazem as agências de classificação de risco Agência Fitch eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB 12/01/2023 - Lula e Haddad REUTERS/Adriano Machado/File Photo Em busca do 'grau de investimento' Na classificação da Moody's, o Brasil está atualmente a "dois degraus" do grau de investimento. O mesmo acontece nas classificações das agências S&P e Fitch (veja abaixo). O país chegou receber o grau de investimento da Moody's entre 2009 e 2015, mas vem se mantendo na nota de crédito Ba2 desde então. "O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas", diz a nota divulgada pelo governo. "O melhor balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil", prossegue o ministério. Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco Arte g1 Grau especulativo Além da Moody's, há outras duas agências principais de classificação de risco que concedem (ou não) o chamado grau de investimento às economias globais: a S&P Global Ratings e a Fitch. As três firmas adotaram trajetórias semelhantes ao avaliar a segurança para investir no Brasil nos últimos anos. S&P e Fitch concederam o grau de investimento ao Brasil um ano antes da Moody's, em 2008 – e também retiraram o grau um ano antes, em 2014. Em dezembro de 2023, a S&P elevou a nota do Brasil de BB- para BB. Assim como na escala da Moody's, o Brasil ficou a dois degraus do grau de investimento.


Fed mantém juros dos EUA na faixa de 5,25% a 5,50%, mas cita falta de progresso rumo à meta de inflação

Referencial permaneceu inalterado pela sexta reunião consecutiva. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001. Sede do Federal Reserv (Fed), Banco Central dos EUA. REUTERS/Joshua Roberts O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) manteve os juros do país inalterados nesta quarta-feira (1º), em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001. A medida já era esperada pelo mercado e veio após o comitê ter mantido o mesmo referencial na última reunião, em março. Desta vez, contudo, o Fed sinalizou uma preocupação com a falta de avanço do processo de desinflação dos EUA. "Nos últimos meses, não houve novos progressos em direção ao objetivo de inflação de 2%", informou o colegiado, reforçando que os indicadores recentes da economia norte-americana continuaram se expandindo "em um ritmo sólido". O Fed indica, portanto, que o patamar de juros dos EUA não foi suficiente para construir uma confiança na queda inflacionária nos primeiros meses de 2024. Isso mantém no mercado um cenário de dúvida em relação a quando podem ocorrer cortes no referencial de juros do país. Quando os juros americanos estão elevados, a rentabilidade das Treasuries (títulos públicos norte-americanos), os mais seguros do mundo, é maior. Assim, quem busca segurança e boa remuneração prioriza o investimento no país, e se afasta de emergentes, como o Brasil. Com o fluxo de dólares voltado para os EUA, investidores deixam a bolsa brasileiras e a taxa de câmbio piora por aqui — que, em último caso, pode complicar também a nossa inflação. Ao publicar a decisão, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha "maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%", a meta do Fed. Também voltou a dizer que está "preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o alcance de seus objetivos". Sobre o mercado de trabalho, o comitê reafirmou que "os ganhos no emprego permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa". Disse ainda que "os riscos para alcançar os seus objetivos de emprego e inflação evoluíram para um melhor equilíbrio ao longo do ano passado". O colegiado ponderou, no entanto, que as perspectivas econômicas são incertas, e que segue "muito atento" aos riscos inflacionários. 'Inflação ainda está muito alta', diz Powell Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em entrevista coletiva após decisão sobre juros, em Washington, nos EUA. (1/5/24) Reuters/Kevin Lamarque Após o anúncio da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que provavelmente levará mais tempo do que o esperado anteriormente para que as autoridades do Fed ganhem a confiança necessária para iniciarem os cortes nas taxas de juros. “A inflação ainda está muito alta”, disse Powell. "Progressos adicionais para derrubá-la não estão garantidas e o caminho a seguir é incerto. É provável que ganhar maior confiança demore mais do que o esperado anteriormente." Por outro lado, o presidente do Fed disse ser "improvável" que haja um aumento na taxa básica de juros dos EUA na próxima decisão. Segundo ele, o foco do BC norte-americano tem sido manter sua atual postura restritiva. "Acho improvável que o próximo movimento seja uma elevação da taxa", disse Powell, após ser questionado sobre os riscos de que os juros precisem ser elevados para reduzir a inflação do país. Na visão de investidores, o discurso do presidente do Fed foi menos duro do que o esperado, mesmo com uma série de dados negativos de inflação nos últimos meses. Os comentários de Powell se revelaram "notavelmente menos agressivos do que o que muitos temiam, alinhando-se à declaração do Fomc em vez de atacar o mercado", apontaram analistas da Evercore ISI, conforme noticiou a Reuters. "A mensagem básica foi que os cortes foram adiados, e não descarrilhados", continuou a consultoria. Reflexos dos juros norte-americanos Os juros em níveis elevados nos Estados Unidos aumentam a rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos norte-americanos) e devem continuar a refletir nos mercados de ações e no dólar, com a migração cada vez maior de investidores para o país, em busca de uma melhor remuneração. No cenário macroeconômico, os efeitos dos juros altos nos Estados Unidos também se refletem no longo prazo, indicando uma tendência de desaceleração econômica global, já que empréstimos e investimentos também ficam mais caros. No Brasil, investidores seguem na expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que será divulgada na próxima quarta-feira (8). A maior parte do mercado aposta em uma nova redução da taxa básica de juros (Selic), em 0,50 ponto percentual, para 10,25% ao ano.


'Estamos no caminho certo', diz número dois do Ministério da Fazenda após Agência Moody manter nota de crédito do Brasil

Agência de classificação de riscos Moody's anunciou nesta quarta-feira (1º) que manteve a nota de crédito do Brasil no nível Ba2 e mudou a perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva". Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, em evento do IDP IDP/Youtube/Reprodução O secretário-executivo do Ministério da Fazenda e braço-direito de Fernando Haddad, Dario Durigan, disse nesta quarta-feira (1°) que o país está no caminho certo, após a agência de classificação de riscos Moody's manter a nota de crédito do Brasil no nível Ba2 e mudar a perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva". "Estamos no caminho certo. Economia crescendo, desemprego caindo, renda das familias aumentando, contas externas fortes, inflação baixa e fiscal recuperando. [Há também] reformas importantes para produtividade da economia a médio e longo prazo", afirmou o secretário. A nota do Brasil na classificação da Moody's é Ba2 – o que coloca o país no chamado "grau especulativo", indicando um risco maior para investimentos estrangeiros. Ao indicar um viés positivo na análise, a Moody's sinaliza que pode elevar a nota de crédito no futuro. O comunicado diz que um "crescimento mais forte" e uma "consolidação fiscal" podem estabilizar o peso da dívida nas constas públicas, mas aponta que "há riscos" para a continuidade dessa melhora. "A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", afirma a agência. Educação financeira: o que é grau de investimento e grau especulativo


Agência Moody's mantém nota de crédito do Brasil, mas muda perspectiva para 'positiva'

Revisão sinaliza que pode haver alteração futura na nota; hoje, Brasil está a dois degraus do 'grau de investimento'. Índice sinaliza a investidores onde é mais seguro aplicar o dinheiro. Agência Moody's mantém nota de crédito do Brasil, mas muda perspectiva para 'positiva' A agência de classificação de riscos Moody's anunciou nesta quarta-feira (1º) que manteve a nota de crédito do Brasil no nível Ba2, mas mudou a perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva". O "rating" atual do Brasil na classificação da Moody's é Ba2 – o que coloca o país no chamado "grau especulativo", indicando um risco maior para investimentos estrangeiros. Ao indicar um viés positivo na análise, a Moody's sinaliza que pode elevar a nota de crédito no futuro. Representantes da agência se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 23, mas não houve anúncios após o encontro. "A Moody's avalia que as perspectivas para o crescimento real do produto interno bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandêmicos, como consequência da implementação de reformas estruturais em vários governos, bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas", diz a nota da agência. O comunicado diz que um "crescimento mais forte" e uma "consolidação fiscal" podem estabilizar o peso da dívida nas contas públicas, mas aponta que "há riscos" para a continuidade dessa melhora. "A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", afirma a Moody's. A nota de crédito é usada pelos investidores para avaliar em quais países ou empresas o investimento é mais seguro. Se a nota é mais baixa, o risco é maior – o que, em economia, significa cobrar juros mais altos. Alguns fundos europeus ou norte-americanos, por exemplo, só investem em títulos de países com grau de investimento — as notas mais altas. Ou seja: ter uma classificação boa ajuda a atrair esses recursos internacionais. Entenda o que fazem as agências de classificação de risco Agência Fitch eleva nota de crédito do Brasil de BB- para BB Em busca do 'grau de investimento' Na classificação da Moody's, o Brasil está atualmente a "dois degraus" do grau de investimento. O mesmo acontece nas classificações das agências S&P e Fitch (veja abaixo). O país chegou receber o grau de investimento da Moody's entre 2009 e 2015, mas vem se mantendo na nota de crédito Ba2 desde então. "O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas", diz a nota divulgada pelo governo. "O melhor balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil", prossegue o ministério. Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco Arte g1 Grau especulativo Além da Moody's, há outras duas agências principais de classificação de risco que concedem (ou não) o chamado grau de investimento às economias globais: a S&P Global Ratings e a Fitch. As três firmas adotaram trajetórias semelhantes ao avaliar a segurança para investir no Brasil nos últimos anos. S&P e Fitch concederam o grau de investimento ao Brasil um ano antes da Moody's, em 2008 – e também retiraram o grau um ano antes, em 2014. Em dezembro de 2023, a S&P elevou a nota do Brasil de BB- para BB. Assim como na escala da Moody's, o Brasil ficou a dois degraus do grau de investimento.


Reboque reforçado, mapeamento offline: tecnologias no agro inspiram carros pensados para produtores rurais

De olho no mercado rural, montadora recentemente anunciou R$ 4 bilhões em investimentos para adequar produção de veículos. Maior feira de tecnologia agrícola do país acontece em Ribeirão Preto até sexta-feira (3). Veja como funciona sistema de piloto automático em máquina agrícola Os desafios encontrados por fabricantes de máquinas agrícolas para atender as demandas do produtor rural brasileiro resultam em solução também para as montadoras de automóveis que miram esse público. Se o objetivo não é o mesmo, carro e trator muitas vezes compartilham o mesmo tipo de solo. Foi isso que percebeu o executivo-chefe da Mitsubishi no Brasil, Mauro Correia. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Inspirada em máquinas agrícolas, picape da Mitsubish traz funcionalidades voltadas para o produtor rural Divulgação/ Mitsubish A marca japonesa apresenta uma picape que surgiu depois de a equipe visitar pelo menos 70 produtores rurais em todas as regiões do país. Com foco em novos produtos, principalmente pensados para o universo rural, a montadora recentemente anunciou R$ 4 bilhões em investimentos para adequar sua produção no país. “Nós percebemos que havia uma carência em atender necessidades específicas de quem vive parte da vida no campo, parte na cidade”, diz Correia. Tração 4x4 capaz de aguentar diferentes tipos de solos, de terra dura ou fofa a cascalho e pedra, reboque reforçado capaz de suportar mais de duas toneladas e mapeamento geográfico instantâneo offline são algumas das funções com inspiração em máquinas agrícolas e que podem ser conferidas de perto na Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece em Ribeirão Preto (SP). “O produtor rural quer usar o mesmo veículo para andar pela propriedade dele e ir ao supermercado, então é preciso chegar a um conceito que traga harmonia entre os dois ambientes”, diz. Esse diálogo tecnológico não é algo recente. Um exemplo disso, segundo o coordenador de marketing da Massey Ferguson Eder Pinheiro, é o câmbio automático, hoje cada vez mais disseminado. “É uma coisa que vem do agro. O trator hoje consegue fazer a troca de velocidades a partir de um câmbio continuamente variável. Você sai de 30 metros e vai a 30 quilômetros por hora sem necessidade de mudança de marcha manual”, diz. Trator da Massey Ferguson Divulgação/Massey Ferguson Também não é algo que deve acabar tão cedo. No Brasil, os carros autônomos ainda não são uma realidade comum nas ruas, mas há sinais de que isso pode mudar, também graças à inspiração proporcionada pelos novos lançamentos de tratores. Nos modelos que chegam ao mercado, o software de navegação é capaz de “dirigir” a máquina no campo. Além de não sair da linha reta com poucos centímetros de tolerância na hora de arar e semear a terra, há máquinas capazes de fazer o retorno e mudar de rota sem necessidade de intervenção, desde que programadas para isso, como é o caso do MF 8S da Massey. Segundo Pinheiro, as inovações estão longe de parar por aí. Há muitos avanços a serem conduzidos nas máquinas agrícolas que poderão servir de inspiração para novos automóveis, por exemplo, quando o assunto é telemetria, ou seja, as ferramentas que captam em tempo real informações dos veículos. “Além de todas as necessidades de uma máquina de alto rendimento, é importante saber como ela está funcionando em tempo real. Se está sendo operada de forma correta”, afirma. Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP Veja mais notícias da Agrishow 2024 Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil


Compactas e tecnológicas: máquinas oferecem recursos 'na medida certa' para pequenos produtores

Modelos enxutos, mas ao mesmo tempo potentes e adaptáveis a diferentes culturas estão entre os tratores apresentados na Agrishow voltados para a agricultura familiar. Há tecnologias que custam a partir de R$ 3,5 mil. Agrishow: equipamentos sob medida ajudam pequenos produtores rurais Mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil em 2024 devem vir de produções familiares, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Número expressivo que leva cada vez mais empresas do setor agrícola a concentrar esforços para desenvolver opções práticas e viáveis aos pequenos produtores. Dentro desse segmento, máquinas compactas (veja acima a simulação de algumas delas), que chegam a ter menos de 1 metro de largura, valores reduzidos ou condições de pagamento facilitadas, e ao mesmo tempo dotadas de avanços tecnológicos, estão entre as apostas das indústrias participantes da Agrishow, maior evento de tecnologia agrícola do Brasil que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (3). Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Um dos visitantes que ajudam a movimentar os negócios é Jonas Eduardo Silva, que tem uma produção de hortaliças em Ribeirão Preto e comprou na feira um motocultivador, que ajuda no preparo do solo. “Trabalho com plantio há dez anos e agora a gente vai finalmente começar a mecanizar essa produção que ainda é pequena, mas esperamos crescer”, conta. O equipamento que ele adquiriu é um tratorito da Branco Motores, que tem 80 centímetros de largura e serve para diferentes culturas. Com versões que custam a partir de R$ 3,5 mil, ele funciona como um carrinho de mão e costuma ser o primeiro passo para mecanização no campo, segundo o coodenador de vendas da empresa, Carlos Celso. “A ideia desse equipamento é inicialmente substituir a enxada, o esforço é mínimo”, afirma. Tratorito em exposição na Agrishow ajuda produtores rurais que precisam mecanizar preparo de solo Wolfgang Pistori/g1 Potência na medida certa Tratores básicos, com motores relativamente potentes, e que demandam investimentos a partir dos R$ 75 mil, também devem ter crescimento acentuado de vendas em 2024 diante da alta demanda por mecanização na agricultura familiar brasileira. “Vemos propriedades familiares na Europa com capacidade de produção bem maior do que a média no Brasil, mas essa realidade está mudando. Com a mecanização, além de uma capacidade de produção maior, vem também a qualidade de vida daquela família que está produzindo”, analisa o coordenador comercial da Agritech, César de Oliveira. A empresa em que ele atua está lançando uma versão compacta de um trator com motor 4x4 e transmissão com até 12 velocidades de marcha. “Também adaptamos a cabine para maior conforto, que geralmente não é prioridade nesse tipo de máquina mais compacta”, afirma Oliveira. Trator voltado para pequenos produtores em exposição na Agrishow 2024, em Ribeirão Preto (SP) Divulgação/ Agritech O motor mais potente também é destaque na Yanmar. A versão com 105 cavalos do trator Solis visa principalmente a fruticultura. “Esse equipamento vai conseguir fazer sua função em diferentes tipos de solo. Ele vai conseguir fazer a auxiliar em todas as etapas da plantação”, afirma Rafael Ribeiro, coordenador de vendas da Yanmar, que também tem algumas versões de tratores com menos de 90 centímetros de largura. Trator Solis, de pequeno porte, voltado para diferentes culturas e locais estreitos Divulgação/ Yanmar Condições que cabem no bolso do produtor Condições de pagamento com juros menores, incentivadas por programas como o "Mais Alimentos", do governo federal, ajudam a impulsionar a venda dos equipamentos que são um ponta pé inicial na mecanização das pequenas propriedades. LEIA TAMBÉM 'Carro voador': em fase de liberação no Brasil, veículo que já faz voos na China vira atração de feira em Ribeirão Preto De pulverização a controle de pragas: mais versáteis, drones evoluem para atender diferentes funções no campo Mas quando a busca por tecnologia avança e os aportes demandados ficam acima dos R$ 100 mil, os produtores recorrem a parcerias e cooperativas como opções de crédito. “O consórcio também é bastante procurado, porque as parcelas acabam sendo bem acessíveis”, diz Antonio Semmler, diretor comercial da Motocana. É para o pequeno produtor que a empresa projetou o FL 300, que custa cerca de R$ 180 mil. O trator é uma alternativa para carregar madeiras de reflorestamento que tem uma base acoplada que ajuda a dar estabilidade e fazer o recolhimento de forma a usar pouco espaço. Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP Veja mais notícias da Agrishow 2024 Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil


Em fala sobre Dia do Trabalho, ministro diz que é preciso lutar contra precarização e que IA e algoritmos não suam como o trabalhador
Ministro Luiz Marinho, do Trabalho, listou o que chamou de conquistas do governo, como criação de empregos e aumento da renda média. Também mencionou o projeto para regulamentar trabalho por app; texto criticado por trabalhadores. Em uma fala em cadeia nacional de rádio e TV sobre o Dia do Trabalho, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse nesta terça-feira (30) que é preciso lutar contra a precarização dos empregos. Ele também disse que a Inteligência Artificial e os algoritmos não suam como o trabalhador. "Não basta aumentar a oferta de empregos. É preciso lutar contra a precarização do trabalho, no Brasil e em todas as partes do mundo", afirmou Marinho. Um pouco mais à frente, ele complementa: "Porque não são as máquinas, não é o dinheiro, não são os aplicativos, os algoritmos ou a Inteligência Artificial. São vocês, homens e mulheres de carne e osso, que fazem valer cada gota do seu suor. E que merecem a parte justa da riqueza que produzem", disse o ministro. Em seu discurso de pouco menos de 5 minutos, Marinho listou o que, segundo ele, são conquistas do governo na área do trabalho. Mencionou os 2,19 milhões de empregos com carteira assinada desde 2023, primeiro ano do mandato de Lula, e também o aumento de "11% no rendimento médio dos trabalhadores e das trabalhadoras em 2023, um recorde histórico". Mais cedo nesta terça, o ministério informou que o país criou 244,3 mil empregos formais em março. O resultado representa melhora de 25,7% em relação a março do ano passado, quando foram criados 194,37 mil empregos com carteira assinada (valor ajustado). Desemprego sobe a 7,9% no trimestre terminado em março, diz IBGE Leia também: Desemprego sobe a 7,9% no trimestre terminado em março, diz IBGE Brasil cria 244,3 mil empregos formais em março; aumento é de 25,7% Trabalhadores por aplicativos Marinho também mencionou o projeto que o governo enviou ao Congresso para regular a situação de trabalhadores por aplicativos. "A proposta que encaminhamos ao Congresso, com garantia de direitos trabalhistas e previdenciários para os motoristas de aplicativos, sem que eles precisem renunciar à sua autonomia", afirmou. O projeto, no entanto, passa por dificuldades de negociação, porque parte desses trabalhadores não quer a regulação tal qual apresentada pelo governo. Eles alegam que o texto, hoje, representaria perda de autonomia e de ganhos.

Haddad elogia restrições em programa para o setor de eventos e faz aceno ao Congresso: 'Agradeço a Arthur Lira e Rodrigo Pacheco'
Ministro da Fazenda citou nominalmente os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal após aprovação do Perse, nesta terça-feira. Fala de Haddad vem em meio a atritos entre governo e Legislativo. Haddad agradece Congresso pela aprovação do Perse O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiou nesta terça-feira (30) a aprovação do incentivo reduzido ao setor de eventos e fez um aceno ao Congresso Nacional. "Quero agradecer mais uma vez à Câmara e ao Senado por terem aprovado essa restrição que foi feita no Perse [Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos]", disse Haddad, em entrevista a jornalistas no gabinete do Ministério da Fazenda, em São Paulo. O projeto citado pelo ministro e aprovado nesta terça pelo Legislativo reduz a quantidade de empresas beneficiadas pelo Perse e diminui custos para os cofres públicos. Apesar de querer o fim do projeto, o governo teve que negociar o texto com o Congresso, que defendia sua continuidade. (entenda mais abaixo) Em sua fala, Haddad aproveitou para agradecer nominalmente ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela versão final do texto. "Ao contrário do que às vezes as manchetes sugerem: 'Câmara e Senado aprovam gasto', na verdade, o que aconteceu foi exatamente o contrário. A Câmara e o Senado — e eu agradeço tanto ao Arthur Lira quanto o Rodrigo Pacheco — disciplinaram e moralizaram um programa que estava dando muito problema não por culpa do Congresso, mas porque o desenho permitia que ele fosse burlado. E isso foi definitivamente corrigido", continuou o ministro. O aceno de Haddad aos presidentes das duas Casas vem em meio a atritos entre o governo federal e o Congresso. Um dos embates mais recentes ocorreu após a Advocacia-Geral da União (AGU) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma medida aprovada pelo Congresso: a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam na economia. O governo alega que o Congresso deveria ter apontado uma fonte de compensação para a renúncia de receitas gerada pela desoneração. Rodrigo Pacheco não gostou da medida. A desoneração até 2027 foi aprovada por Câmara e Senado no fim de 2023. Depois, o presidente Lula (PT) vetou a medida, e o Congresso derrubou o veto. Agora, o governo busca a via judicial, o que, para o presidente do Senado, foi visto como uma "judicialização da política". No fim de semana, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Haddad fez uma crítica ao Congresso e disse que senadores e deputados também têm que ter responsabilidade fiscal. Pacheco não gostou e respondeu que parlamentares não são obrigados a aderir totalmente ao que pensa o Executivo. Já nesta segunda-feira (29), o ministro da Fazenda afirmou que "tem dado muito resultado o diálogo do governo com o Congresso". Ele também disse que não teme que atritos com o Congresso prejudiquem aprovações de propostas do governo. Sobre o Perse ‘No final deu certo porque o governo cedeu muito’, diz Míriam sobre o Perse O número de setores contemplados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, atualmente 44, cairá para 30, de acordo com o projeto. Entre os setores que ficam de fora estão: albergues, exceto assistenciais; campings; pensões (alojamento); produtora de filmes para publicidade; serviço de transporte de passageiros - locação de automóveis com motorista; e organização de excursões em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional. O Perse foi criado em 2021, em plena pandemia de Covid-19, para auxiliar profissionais que trabalham com eventos, por meio de isenção fiscal. O programa zera a alíquota de quatro tributos, inclusive do Imposto de Renda, de empresas do setor como, por exemplo, hotéis, bares, bufês, agências de viagem e de produções musicais. Após acordo entre a equipe econômica e líderes da Câmara, foi possível estipular um limite de gasto de R$ 15 bilhões com as isenções fiscais até 2026. A duração do programa será, portanto, limitada de duas formas: ao atingir o valor de R$ 15 bilhões ou ao chegar em dezembro de 2026. A relatora no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), tentou mudar o texto para que esse valor do teto fosse corrigido pela inflação nos próximos dois anos. Mas, como o impacto seria de cerca de R$ 2 bilhões a mais, o governo negociou para retirar a sugestão. Haddad afirmou nesta terça-feira que a Receita Federal havia apontado que o programa superou em renúncias fiscais as expectativas de quando o projeto foi aprovado. Segundo o ministro, o Perse custava em torno de R$ 13 bilhões, mas a Receita suspeita que, na verdade, pode custar o dobro disso. "Isso em virtude de que R$ 13 bilhões era um número informado pelo contribuinte a partir de uma obrigação acessória, que ensejava no máximo uma multa e, portanto, não era uma obrigação que necessariamente todo contribuinte cumpriu", disse o ministro. "Então, estávamos com um programa entre R$ 13 bilhões e R$ 25 bihões de renúncia. E agora estamos com um programa de R$ 5 bilhões de renúncia por ano. Isso coloca o Perse de acordo com o orçamento aprovado em 2023 para 2024", continuou Haddad. Restrições do governo O governo, em especial a equipe econômica, vinha querendo encerrar o Perse. Em busca de fechar o rombo das contas públicas, o Ministério da Fazenda contava com os impostos desses setores para melhorar as receitas. Mas o Congresso não aceitou acabar com o programa. Durante as negociações, o governo propôs reduzir os setores beneficiados de 44 para 12. No fim, o número ficou em 30.

Mega-Sena, concurso 2.719: ninguém acerta as seis dezenas e prêmio acumula em R$ 28 milhões

Veja as dezenas sorteadas: 16 - 25 - 27 - 30- 42 - 48. Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h Marcelo Brandt/G1 O sorteio do concurso 2.719 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (30), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas. Para o próximo sorteio, no sábado (4), o prêmio previsto para as apostas vencedoras é de R$ 28 milhões. Veja os números sorteados: 16 - 25 - 27 - 30- 42 - 48 Confira quantas apostas foram premiadas no concurso 2719: 5 acertos: 39 apostas ganhadoras, cada uma vai receber R$ 45.515,78; 4 acertos: 2.110 apostas ganhadoras, cada uma vai receber R$ 1.201,83. Números da Mega-Sena, concurso 2719 Arte g1 Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Senado aprova redução das empresas beneficiadas pelo Perse e teto de R$ 15 bilhões; texto vai à sanção
Duração do do Perse vai ser até dezembro de 2026 ou então até serem gastos os R$ 15 bilhões destinados à medida. Texto vai para sanção do presidente Lula. O Senado aprovou nesta terça-feira (30) projeto que reduz a quantidade de empresas beneficiadas pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O texto não sofreu mudanças em relação ao que foi votado pelos deputados e seguirá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O governo queria o fim do projeto, mas teve que negociar com o Congresso, que defendia a continuidade (veja detalhes mais abaixo). O número de setores contemplados, atualmente 44, cairá para 30, de acordo com o projeto. Entre os setores que ficam de fora estão: albergues, exceto assistenciais; campings; pensões (alojamento); produtora de filmes para publicidade; serviço de transporte de passageiros - locação de automóveis com motorista; e organização de excursões em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual e internacional. O Perse foi criado em 2021, em plena pandemia de Covid-19, para auxiliar profissionais que trabalham com eventos, por meio de isenção fiscal. O programa zera a alíquota de quatro tributos, inclusive do Imposto de Renda, de empresas do setor como, por exemplo, hotéis, bares, bufês, agências de viagem e de produções musicais. Após acordo entre a equipe econômica e líderes da Câmara, foi possível estipular um limite de gasto de R$ 15 bilhões com as isenções fiscais até 2026. A duração do programa será, portanto, limitada de duas formas: ao atingir o valor de R$ 15 bilhões ou ao chegar em dezembro de 2026. A relatora no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), tentou mudar o texto para que esse valor do teto fosse corrigido pela inflação nos próximos dois anos. Mas, como o impacto seria de cerca de R$ 2 bilhões a mais, o governo negociou para retirar a sugestão. ‘No final deu certo porque o governo cedeu muito’, diz Míriam sobre o Perse Restrições do governo O governo, em especial a equipe econômica, vinha querendo encerrar o Perse. Em busca de fechar o rombo das contas públicas, o Ministério da Fazenda contava com os impostos desses setores para melhorar as receitas. Mas o Congresso não aceitou acabar com o programa. Durante as negociações, o governo propôs reduzir os setores beneficiados de 44 para 12. No fim, o número ficou em 30.

Ex-presidente da Binance é condenado a quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro

Zhao deixou a presidência da empresa em novembro, quando a Binance admitiu ter burlado regras contra lavagem de dinheiro dos EUA. Empresa fez um acordo para pagar US$ 4,32 bilhões. Changpeng Zhao, CEO da corretora de criptomoedas Binance, entra pra lista dos mais ricos do mundo Reprodução/YouTube Binance O ex-presidente executivo da Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, foi condenado a quatro meses de prisão nesta terça-feira (30), após confessar culpa em acusações de violação de leis dos Estados Unidos contra lavagem de dinheiro. A sentença foi imposta pelo juiz distrital dos EUA Richard Jones, em Seattle, que rejeitou o pedido dos promotores para que Changpeng Zhao, conhecido como "CZ", de 47 anos, cumprisse um mandato de três anos, o dobro do máximo recomendado pelas diretrizes federais. Antes de proferir a sentença, Jones culpou Zhao por colocar o crescimento e os lucros antes de cumprir as leis dos EUA. “Você tinha os recursos, as capacidades financeiras e o poder popular para garantir que cada regulamento fosse cumprido e, por isso, falhou nessa oportunidade”, disse ele. Os promotores disseram que a Binance empregou um modelo de “Velho Oeste” que acolheu criminosos e não relatou mais de 100 mil transações suspeitas com grupos terroristas, incluindo Hamas, Al-Qaeda e Estado Islâmico. Eles também disseram que a exchange de Zhao apoiou a venda de materiais de abuso sexual infantil e recebeu uma grande parte dos lucros do ransomware. Os acusadores afirmaram ainda que uma sentença dura enviaria um sinal claro a outros possíveis criminosos. “Sinto muito”, disse Zhao ao juiz antes da sentença. "Acredito que o primeiro passo para assumir a responsabilidade é reconhecer plenamente os erros. Aqui não consegui implementar um programa adequado de combate à lavagem de dinheiro... Percebo agora a gravidade desse erro." Os advogados de Zhao haviam pedido sua liberdade condicional, citando sua aceitação "inabalável" da responsabilidade e o fato de ele já ter pago uma multa criminal de US$ 50 milhões. Os defensores também disseram que Zhao nunca cometeu um crime antes e que nenhum réu em um caso remotamente semelhante havia sido preso. Zhao é o segundo grande executivo do setor de criptomoedas a ir para a prisão, depois que Sam Bankman-Fried foi condenado no mês passado a 25 anos de cadeia por roubar US$ 8 bilhões de clientes da FTX, sua corretora de moedas digitais. Bankman-Fried se declarou inocente e disse que, embora tenha cometido erros, não fraudou os clientes. Ele recorreu da condenação e da sentença. Vários outros magnatas das moedas digitais também estão na mira das autoridades dos EUA, depois que o colapso dos preços das criptomoedas em 2022 expôs fraudes e má conduta em todo o setor. Ex-bilionário americano, Sam Bankman Fried, é condenado por uma das maiores fraudes financeiras do mundo Crise na Binance Zhao, de 47 anos, deixou a presidência da Binance em novembro, quando ele e a empresa que fundou em 2017 admitiram ter burlado regras contra lavagem de dinheiro dos EUA. A Binance fez um acordo para pagar US$ 4,32 bilhões. Os promotores disseram que a Binance empregou um modelo de "faroeste" que acolheu criminosos e não relatou mais de 100 mil transações suspeitas citadas pelas autoridades como tendo sido realizadas por grupos considerados pelos EUA como terroristas, incluindo Hamas, Al-Qaeda e Estado Islâmico. A acusação afirma ainda que a Binance ajudou na venda de conteúdo de abuso sexual infantil e que recebeu uma grande parte dos lucros gerados por hackers que espalham ransomware. Zhao está em liberdade após uma fiança de US$ 175 milhões e concordou em não recorrer de qualquer sentença federal norte-americana. Ele também pagou US$ 50 milhões à Comissão de Negociação de Futuros de Commodities. * Com informações da agência Reuters Fantástico faz levantamento exclusivo sobre pirâmides com criptomoedas


Petrobras atrasa reajustes nos combustíveis, mas não deixa de repassar alta, diz estudo
Mudança na política de preços da Petrobras completa um ano em maio. Estatal deixou de seguir mercado internacional como único parâmetro para reajustar gasolina e diesel. A Petrobras tem atrasado os reajustes no preço dos combustíveis em cerca de um mês, mas não deixa de repassar no Brasil os aumentos do mercado internacional, segundo estudo da Leggio Consultoria com dados até janeiro de 2024. Há quase um ano, em 16 de maio, a Petrobras anunciava a mudança na sua política de precificação dos combustíveis, que passaria a ter o preço internacional como um dos componentes, mas não o único. A medida foi anunciada como um “abrasileiramento” dos preços. A ideia era evitar que as oscilações no preço do petróleo no cenário externo levassem a mudanças bruscas no preço do combustível internamente. Críticos desse "abrasileiramento", no entanto, alegam que a Petrobras, como uma empresa que compete no mercado, tem que praticar preços internacionais, sob o risco de tomar prejuízos e perder competitividade. O estudo da Leggio Consultoria, obtido com exclusividade pelo g1, mostra como tem funcionado o "abrasileiramento": a estatal tem mantido o valor dos combustíveis pouco abaixo do preço de importação --cerca de 5% menor. E segura por um mês o momento de fazer os repasses. Ou seja, os reajustes são aplicados, mas sempre com um mês de atraso e sempre mantendo o preço cerca de 5% menor que no mercado externo. E outra conclusão da consultoria: essa prática já vinha acontencedo em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro, quando a política de preços da Petrobras, pelo menos oficialmente, ainda não tinha passado por modificações (veja detalhes mais abaixo). Segundo a consultoria, a alteração em 2023 foi um anúncio político de algo que já vinha sendo praticado. A consultoria comparou os preços médios praticados pela Petrobras para o diesel e a gasolina com os valores de paridade de importação publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no período de 2020 a janeiro de 2024. Acionistas da Petrobras aprovam distribuição de 50% dos dividendos extraordinários Repasse das reduções Pelo levantamento, os repasses de alta demoram cerca de um mês para ocorrer. Porém, quando o movimento é de queda no mercado internacional, a estatal repassa a redução com mais rapidez. Segundo D’Elia, ao segurar o aumento e repassar rapidamente a redução, a Petrobras não toma prejuízo. Avaliações contra e a favor Segundo Marcus D’Elia, sócio da consultoria que fez o estudo, a estratégia pode ser eficiente do ponto de vista dos objetivos do governo e da estatal. “Não dá para dizer que essa política está prejudicando a companhia. Eu interpreto como um posicionamento estratégico de mercado”, declarou D’Elia. A política da estatal ajuda a evitar o repasse de instabilidades na cotação dos combustíveis, como picos muito altos de preço no mercado internacional. É a margem de lucro desses picos que a Petrobras deixa de faturar. Mas as constatações da consultoria são contestados pelo presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo. Ele diz não ver repasse das altas. Segundo o executivo, a Petrobras tem segurado o reajuste da gasolina, por exemplo, desde outubro de 2023. A Abicom calcula a paridade de importação diária --diferentemente da ANP, que é mensal. Por isso, a Abicom reflete instabilidades no mercado internacional. Na terça-feira (30), a defasagem média entre o preço praticado pela Petrobras e o do mercado internacional era de 5% para o diesel e 14% para a gasolina. "O último reajuste na gasolina que a Petrobras deu foi no dia 21 de outubro de 2023. Não existe essa avaliação e alinhamento mensal, estamos falando que tem aí quase sete meses sem reajuste”, declarou. Política de preços igual à de 2022 O estudo da Leggio detalha por que a política de preços da Petrobras é a mesma desde 2022. Ou seja, a estatal já havia deixado de estar completamente alinhada ao preço internacional no último ano do governo anterior. “Na política dela, ela evita repassar a volatilidade é por isso que os picos de preço não aparecem, ou seja, você nunca tem um pico tão alto quanto o que foi o da paridade internacional. Isso é algo que realmente a Petrobras está fazendo e que não fazia antes, em 2020 e 2021, mas já fazia em 2022 e continuou fazendo em 2023”, disse D’Elia. O presidente da Abicom também observa que a paridade de importação havia deixado de ser seguida já no governo anterior. “Tivemos desde 2019 a Petrobras consistentemente praticando preços bem abaixo da paridade e com períodos longos também”, afirmou. O que é a paridade de importação Nos últimos anos, a Petrobras adotava a chamada “política de paridade de importação”. Isso significa que o preço dos combustíveis vendidos para as distribuidoras no Brasil era determinado pelo custo de importar e trazer esses produtos até os portos nacionais. A estratégia considerava o valor de cotação do dólar e do barril de petróleo, além dos gastos com transporte, taxas e seguros. Isso fazia com que a estatal repassasse instabilidades ao mercado interno. Mas a política de preços mudou em maio de 2023, para atender a um anseio do governo, que quer derrubar os preços dos combustíveis. Na ocasião, a Petrobras explicou que os seus preços para as distribuidoras estariam no intervalo entre: o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro

Dólar salta 1,5% e fecha próximo de R$ 5,20, à espera do Fed; Ibovespa tem queda

A moeda norte-americana avançou 1,52%, cotada a R$ 5,1927. No mês, acumulou ganhos de 3,54%. Já o principal índice acionário da bolsa de valores fechou em queda de 1,12%, aos 125.924 pontos. Freepik N O dólar fechou em forte alta nesta terça-feira (30), conforme investidores seguiam à espera pela próxima decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), prevista para quarta-feira (1º). Com o avanço de hoje, encerrou o mês de abril com ganhos de 3,54%. (entenda mais abaixo) A expectativa é que a instituição mantenha as taxas básicas dos Estados Unidos inalteradas, entre 5,25% e 5,50%. As atenções devem ficar voltadas para as falas do presidente da instituição, Jerome Powell, e para a ata da reunião, que deve ser divulgada na próxima semana. Na agenda de indicadores, dados de inflação e emprego nacionais e internacionais ficam no radar. Por aqui, destaque para a pauta fiscal e para os debates sobre a reforma tributária brasileira. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em queda. Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar Ao final da sessão, o dólar subiu 1,52%, cotado a R$ 5,1927. Na máxima, foi a R$ 5,1937. Veja mais cotações. Com o resultado desta terça-feira, a moeda encerrou abril com um avanço de 3,54%. Entenda na reportagem abaixo os motivos que levaram o dólar à forte valorização nos últimos dias: Entenda os motivos para a forte alta do dólar Com o resultado de hoje, acumula: avanço de 1,49% na semana; alta de 3,54% no mês; ganho de 7,01% no ano. Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,03%, cotada a R$ 5,1148. Ibovespa Já o Ibovespa encerrou com um recuo de 1,12%, aos 125.924 pontos. Com o resultado, acumula quedas de: 0,48% na semana; 1,70% no mês; 6,16% no ano. Na segunda-feira, o índice teve alta de 0,65%, aos 127.352 pontos. Entenda o que faz o dólar subir ou descer DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? O que está mexendo com os mercados? O principal destaque desta semana fica com a nova decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), prevista para quarta-feira (1º). A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse nesta terça-feira (30) que os aumentos salariais nos Estados Unidos estão superando a alta dos preços, mas que o governo de Joe Biden tem mais trabalho a fazer para reduzir o custo de vida. Em uma audiência do Comitê de Formas e Meios da Câmara dos Deputados dos EUA, Yellen ainda reiterou que a inflação diminuiu consideravelmente, mas destacou que os preços de muitos produtos estão mais altos do que antes da pandemia de Covid-19, o que afeta muitos norte-americanos. Entre os dados dos EUA, os custos trabalhistas nos EUA aumentaram mais do que o esperado no primeiro trimestre em meio a uma alta nos salários e benefícios, confirmando o aumento da inflação no início do ano. O Índice de Custo de Emprego (ECI, na sigla em inglês), a medida mais ampla dos custos de mão de obra, aumentou 1,2% no último trimestre, após uma alta não revisada de 0,9% no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam avanço de 1%. Os custos trabalhistas aumentaram 4,2% na comparação anual, depois de terem subido pela mesma margem no quarto trimestre. O ECI é visto pelas autoridades como uma das melhores medidas sobre o mercado de trabalho e um indicador do núcleo da inflação, pois se ajusta às mudanças na composição e na qualidade do emprego. Na última sexta-feira, o índice PCE de preços, favorito do Fed para monitorar a inflação, veio com uma alta de 0,3% em março e de 2,7% em 12 meses, ambas em linha com as estimativas do mercado. Com a divulgação dos dados, as taxas dos Treasuries de 10 anos, referência global para investimentos, mostraram uma queda ainda maior, e especialistas indicaram que a chance de o Fed começar a cortar os juros em setembro ficou no radar. A projeção do mercado é que a instituição mantenha as taxas básicas dos EUA inalteradas entre 5,25% e 5,50%, mas são as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, e a ata da reunião que devem ficar na mira dos investidores, que buscam novas sinalizações sobre o futuro dos juros no país. Juros mais altos nos EUA acabam levando investimentos para dentro da maior economia do mundo, o que retira dinheiro de outros mercados, principalmente os emergentes, caso do Brasil. Na agenda de indicadores, a balança comercial dos Estados Unidos e dados do mercado de trabalho norte-americano também ficam sob os holofotes, bem como o índice de gerentes de preços (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, da China, do Reino Unido e da zona do euro. Já no Brasil, as atenções ficam com o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), com a inflação ao produtor e com indicadores de emprego do Caged e da Pnad Contínua. Segundo dados do Ministério do Trabalho e do Emprego divulgados nesta terça, o Brasil criou 244,3 mil empregos formais em março, um aumento de 25,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando foram gerados 194,37 postos. Essa foi a maior geração de vagas com carteira assinada para um mês de março desde o início da série histórica do novo Caged, em 2020. Já de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego foi de 7,9% no trimestre encerrado em março. O número responde por uma alta de 0,5 ponto percentual em relação aos três meses anteriores, mas representa o melhor resultado para um primeiro trimestre desde 2014. Ainda por aqui, as pautas fiscal e monetária continuam sob os holofotes, à medida que investidores aguardam a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), em 8 de maio. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo. Ele levou o texto pessoalmente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A reforma foi aprovada via proposta de emenda à Constituição (PEC) no ano passado. Esse texto, de 2023, trouxe apenas as linhas gerais da reforma tributária. Agora, é preciso aprovar a regulamentação, que será feita via projetos de lei. Entre os pontos a ser regulamentados estão os produtos que vão compor a cesta básica e o chamado “imposto do pecado”, criado para desestimular artigos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Reforma tributária: veja quais itens e atividades devem ter isenção, desconto ou imposto seletivo No noticiário corporativo, o mercado continuou a repercutir a aprovação, por parte do Conselho de Administração da Petrobras, de distribuir 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a medida, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. Ao todo, serão liberados cerca de R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários, de um total de R$ 43,5 bilhões. Os pagamentos serão feitos em duas parcelas: em maio e em junho deste ano. Além disso, o Palácio do Planalto também deu aval para o pagamento dos outros 50% dos dividendos extraordinários restantes no segundo semestre deste ano. A informação foi publicada no blog da Julia Duailibi, na última semana. Já o Grupo Casas Bahia entrou com um pedido de recuperação extrajudicial no último domingo (28), para reestruturar dívidas estimadas em R$ 4,1 bilhões. Na segunda-feira após o pedido, as ações da companhia dispararam quase 35%, fazendo a emprega ganhar R$ 176 milhões em valor de mercado.


Governo seleciona 9,2 mil obras para o PAC, mas diz que verba tem que vir de emendas parlamentares
Projetos foram habilitados, mas ficaram fora do programa por falta de recursos do Executivo. Lista compõe o 'PAC Seleções' – e só é cumprida se deputados e senadores enviarem dinheiro. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (30) que mais de 9,2 mil obras selecionadas pelo governo para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dependem de verbas de emendas parlamentares para serem executadas. (ATUALIZAÇÃO: Após a publicação desta reportagem, a Casa Civil informou que o valor correto de obras habilitadas para o PAC Seleções era de 9.285, e não 6.778 obras, que correspondem ao valor de projetos selecionados pelo governo, conforme informado inicialmente pelo governo. A informação foi atualizada nesta reportagem às 14h55). Segundo Costa, esses projetos foram habilitados pelo governo para compor o programa, mas ficaram de fora em razão da ausência de dinheiro para financiar as obras. O ministro deu a declaração em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado que discutiu os planos do Novo PAC. De acordo com Rui Costa, as obras condicionadas às emendas parlamentares compõem o chamado PAC Seleções, uma das categorias do programa de investimento em infraestrutura no qual estados e municípios indicam obras prioritárias. Ao todo, são 9.285 projetos, divididos em três áreas: saúde (3.748), educação (3.531) e esporte (2.006). “Criamos uma categoria de projetos habilitados. São projetos que preencheram os pré-requisitos de serem atendidos, mas não tínhamos recursos suficientes no Orçamento da União para atendê-los”, disse. “Mas nós colocamos na categoria de habilitados para que senadores e deputados — através de emendas de bancada, de comissão, de relator, individuais — possam abraçar essas propostas e, eventualmente, colocá-las como selecionadas, através de emendas. E nós daremos o tratamento como se do PAC ela fosse, dando total prioridade e colocando no rol das obras do PAC”, completou o ministro. Novo PAC: governo prevê R$ 1,7 trilhão em investimentos Emendas para o Novo PAC Em março, o governo publicou uma portaria para incentivar a destinação de emendas parlamentares ao Novo PAC. Pelas regras, as emendas destinadas ao programa terão um calendário de execução específico, com empenho (fase na qual o governo compromete a parcela do Orçamento com essa finalidade) até junho deste ano — seguindo o prazo da Justiça Eleitoral que veta as transferências voluntárias antes das eleições. Os parlamentares que indicarem emendas ao Novo PAC também serão beneficiados com uma espécie de “pague um e leve dois”. Segundo a portaria, ao destinar recursos para um projeto já selecionado e em andamento no PAC, o parlamentar terá direito a indicar emendas para outro projeto, no mesmo montante, que está na condição da habilitado — justamente a categoria apresentada por Rui nesta terça. Bruno Carraza comenta sobre o impasse das emendas parlamentares As emendas compõem um montante reservado no Orçamento da União para ser aplicado conforme a indicação dos parlamentares. É um instrumento utilizado por deputados e senadores para enviar recursos para suas bases eleitorais. A portaria prevê os benefícios para as emendas: individuais: são impositivas (o governo é obrigado a pagar). Cada parlamentar tem um valor para indicar individualmente no Orçamento. O montante total para esse tipo em 2024 é de R$ 25 bilhões bancadas estaduais: também são impositivas. A indicação de como serão aplicadas cabe deputados e senadores de um mesmo estado. Neste ano, o valor é de R$ 11,3 bilhões para essas emendas comissão: não impositivas. recursos indicados por colegiados temáticos no Congresso, tanto da Câmara, quanto do Senado. O presidente Lula vetou parte desse montante, que ficou em R$ 11 bilhões O Novo PAC foi lançado em agosto passado. A previsão é que até 2026 sejam investidos R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil. O dinheiro virá de recursos do Orçamento da União, das empresas estatais e de financiamentos; e quase a metade será fruto de investimentos do setor privado. Na modalidade PAC Seleções, de acordo com a Casa Civil, 6.778 obras foram selecionadas. Esse número poderá crescer com a indicação de emendas por parte dos congressistas. Até agora, o investimento nas obras dessa categoria soma R$ 23 bilhões.

Ministro do Trabalho diz que governo vai fiscalizar empresas que omitem dados sobre igualdade salarial entre gêneros

Luiz Marinho, afirmou que medida será anunciada nesta quarta-feira (1º), Dia do Trabalhador. 'Vou determinar à fiscalização fazer um planejamento olhando para isso', acrescentou. Luiz Marinho, ministro do Trabalho, defende fim do saque-aniversário do FGTS Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou nesta terça-feira (30), véspera do Dia do Trabalhador, que as empresas que não enviaram relatórios de transparência salarial, para comparar a remuneração entre homens e mulheres, serão fiscalizadas. As declarações foram durante divulgação dos dados do emprego formal de março. De acordo com o Ministério do Trabalho, menos de 300 empresas, em um universo de 50 mil, não enviaram as informações solicitadas pelo governo. "Um número insignificante do ponto de vista quantitativo. A grande maioria está colaborando, sem motivo para insegurança. Se tem um pequeno segmento, eles devem ter uma coisa a esconder. Se têm a esconder, vamos olhar. Essas terão nossa atenção. Se trata de tão pouco, nos aguardem. Mas elas podem, se quiserem, voltar atrás", disse. "Estamos abertos para dialogar. Esses segmentos que não nos procuraram para o diálogo, receberão uma visita do auditor-fiscal para observar o que eles querem esconder. Se querem atenção, terão atenção", disse Luiz Marinho. O ministro refere-se à lei que obriga o pagamento de salários iguais para homens e mulheres na mesma função, sancionada em julho do ano passado. A legislação estabelece que as empresas que descumprirem terão que pagar multa equivalente a dez vezes o valor do salário da pessoa discriminada. O texto também estabelece tratamento igualitário em razão de raça e etnia. Em novembro, o governo publicou portaria regulamentando o tema, incluindo a elaboração de relatórios de transparência salarial, planos para correção de desigualdades e capacitação de gestores. No mês passado, o governo publicou um relatório que indica que as mulheres recebem 19,4% a menos que os homens no setor privado. O ministro Marinho afirmou que gostaria de "chamar a atenção" de quem está recorrendo ao Judiciário, de que esse não é o melhor caminho. "Se tem algum problema, a gente conversa. Nossa cultura não é de castigar, autuar. É construir a partir do direito das mulheres em ter um salário igual", declarou. "Então terá esse caminho da possibilidade de pensarmos um planejamento para as empresas que não querem [enviar] os seus dados. O que tem a esconder? Tem um ditado popular que, se está escondendo, alguma coisa está errada", disse. "Se é isso, terá o nosso olhar de uma maneira especializada, planejada, sobre isso. Não é o que eu gostaria, mas se é essa a opção de empresários, terá toda a atenção da nossa fiscalização. Esse será um anúncio em 1º de maio [Dia do Trabalhador], que vou determinar à fiscalização fazer um planejamento olhando para isso", acrescentou o ministro do Trabalho. Questionamentos Em março deste ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) entraram no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação contra trechos da lei. As entidades afirmam que não estão questionando a isonomia prevista na norma, mas que a norma desconsiderou "hipóteses legítimas de diferenças salariais fundadas no princípio da proporcionalidade", como a antiguidade na empresa. A CNI e CNC afirmaram que "não se contrapõem ao objetivo de implementação da equidade e isonomia salariais, mas apenas buscam conferir interpretação adequada à lei". Ainda segundo as entidades, haveria risco de que os relatórios contendo valores absolutos de salários ou de salários médios revelem dados pessoais ou estratégias e segredos de negócios. Também em março, foi divulgada uma nota técnica do Departamento de Estudos Econômicos do Conselho de Administração de Defesa da Concorrência (Cade) sugerindo que um dispositivo da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres não seja aplicado. De acordo com o documento, a recomendação é para que a regra que determina a publicação dos relatórios de transparência salarial seja suspensa ou cancelada. Segundo análise do Departamento, a obrigação de publicação das informações "pode configurar a publicação de dados concorrencialmente sensíveis e, dessa forma, contribuir para a adoção de condutas concertadas anticompetitivas, como a adoção de conduta comercial uniforme ou concertada entre concorrentes, ou mesmo, formação de cartéis". Na ocasião, o ministro Luiz Marinho questionou a nota técnica, e disse que o "papel do Cade é outro". "Não entendi porque o Cade tem que se meter nisso", declarou. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, quer estimular empréstimos consignados privados


Brasil cria 244,3 mil empregos formais em março; aumento é de 25,7%

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho. No primeiro trimestre deste ano, 719 mil vagas com carteira assinada foram criadas, alta de 33,9% em relação a 2023. Carteira de trabalho, em imagem de arquivo Agência Brasília O Brasil gerou criou 244,3 mil empregos formais em março deste ano, informou nesta terça-feira (30) o Ministério do Trabalho e Emprego. Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em março: 2,26 milhões de contratações; 2,02 milhões de demissões. O resultado representa melhora de 25,7% em relação a março do ano passado, quando foram criados 194,37 mil empregos com carteira assinada (valor ajustado). A comparação com o mesmo mês de anos anteriores é considerada mais apropriada por especialistas. Segundo o Ministério do Trabalho, a geração de vagas com carteira assinada também é a maior, para meses de março, desde o início da série histórica do novo Caged, em 2020. Veja os resultados para os meses de março: 2020: 295.078 vagas fechadas 2021: 153.614 empregos criados 2022: 99.100 vagas abertas A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia. Primeiro trimestre De acordo com o Ministério do Trabalho, 719,03 mil empregos formais foram criados no país nos três primeiros meses deste ano. O número representa alta de 33,9% na comparação com o mesmo período de 2023, quando foram criadas 536,9 mil vagas com carteira assinada. Ao final de março de 2024, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 46,24 milhões de empregos com carteira assinada. O resultado representa aumento na comparação com fevereiro deste ano (45,99 milhões) e com março de 2023 (44,59 milhões). Setores Os números do Caged de março de 2024 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia. O maior número absoluto foi no setor de serviços. Regiões do país Os dados também revelam que foram abertas vagas em todas regiões do país no mês passado. Salário médio de admissão O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.081,50 em março deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a fevereiro de 2024 (R$ 2.086,75). Na comparação com março de 2023, porém, houve crescimento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.027,33. Caged x Pnad Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais. Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad). Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou o trimestre terminado em janeiro com taxa de desemprego em 7,9%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em dezembro, houve alta de 0,5 ponto percentual na desocupação, que era de 7,4%. Mercado de trabalho segue forte mesmo com aumento do desemprego


Desemprego sobe a 7,9% no trimestre terminado em março, diz IBGE

Taxa cresceu 0,5 ponto percentual em relação ao período anterior e atinge 8,6 milhões de pessoas. Mesmo com alta, resultado do primeiro trimestre é o melhor para o período desde 2014 (7,2%). Desemprego sobe a 7,9% no trimestre terminado em março, diz IBGE A taxa de desemprego no Brasil foi de 7,9% no trimestre encerrado em março, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, encerrado em dezembro, houve alta de 0,5 ponto percentual na desocupação, que era de 7,4%. No mesmo trimestre de 2023, a taxa era de 8,8%. Mesmo com a alta, o resultado do primeiro trimestre é o melhor para o período desde 2014 (7,2%) e vem abaixo das projeções do mercado financeiro (8,1%). Com os resultados, o número absoluto de desocupados cresceu 6,7% contra o trimestre anterior, atingindo 8,6 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 8,6%. No primeiro trimestre de 2024, houve queda de 0,8% na população ocupada, estimada em 100,2 milhões de pessoas. No ano, o aumento foi de 2,4%, com mais 2,4 milhões de pessoas ocupadas. De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação, em um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre do ano. O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar — chamado de nível da ocupação — foi estimado em 57%, um recuo de 0,6 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 0,9 p.p. Já o número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), teve alta de 1,5%, estimado em 108,8 milhões. A população fora da força totalizou 66,9 milhões, estável em relação ao período anterior. Veja os destaques da pesquisa Taxa de desocupação: 7,9% População desocupada: 8,6 milhões de pessoas População ocupada: 100,2 milhões População fora da força de trabalho: 66,9 milhões População desalentada: 3,6 milhões Empregados com carteira assinada: 37,98 milhões Empregados sem carteira assinada: 13,4 milhões Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões Trabalhadores informais: 38,9 milhões Taxa de informalidade: 38,9% Flourish - visualisation/13577753?1142165 Carteira assinada se mantém O destaque positivo da pesquisa é a manutenção em bons patamares do emprego com carteira assinada. Com 37,984 milhões de empregados neste grupo, houve recorde histórico para os trimestres comparáveis, mesmo que o aumento tenha representado uma estabilidade em termos estatísticos. "A estabilidade do emprego com carteira no setor privado, em um trimestre de redução da ocupação como um todo, é uma sinalização importante de manutenção de ganhos na formalização da população ocupada", diz Beringuy, do IBGE. No emprego sem carteira assinada, houve uma redução leve, que o instituto considera estabilidade. Foram 13,4 milhões neste trimestre, contra 13,5 milhões no trimestre anterior — que havia sido recorde da série comparável. Entre os informais (38,9 milhões de pessoas), houve uma redução de 589 mil trabalhadores no trimestre, redução de 1,5%. Rendimento segue em alta O rendimento real habitual teve alta frente ao trimestre anterior, de 1,5%, e passou a R$ 3.123. No ano, o crescimento foi de 4%. Já a massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 308,3 bilhões, mais um recorde da série histórica do IBGE. O resultado teve variação inexpressiva frente ao trimestre anterior, e cresceu 6,6% na comparação anual. Carteira de trabalho Mauro Pimentel/AFP/Arquivo


De pulverização a controle de pragas: mais versáteis, drones evoluem para atender diferentes funções no campo

Dotados de inteligência artificial, equipamentos apresentados na Agrishow proporcionam mais precisão e capacidade de carga para produtores rurais. Maior feira de tecnologia agrícola do Brasil acontece até sexta-feira (3) em Ribeirão Preto. Agrishow 2024: veja demonstração de voo de drone aplicado ao campo O agronegócio brasileiro deve ter, até o fim de 2026, 90 mil drones em uso, segundo estimativas do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Ao mesmo tempo em que se tornam mais disseminados em território nacional, esses modernos equipamentos também têm ficado mais versáteis para facilitar a vida no campo. De melhorias em pulverização a controle de pragas e mapeamento geográfico, essas inovações podem ser conferidas de perto na Agrishow, maior evento de tecnologia agrícola do Brasil que acontece em Ribeirão Preto (SP) até sexta-feira (3). Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp “A tecnologia deixou de ser um diferencial no agronegócio e passou a ser item obrigatório para atender as demandas do mercado”, afirma o gerente de pré-vendas multi-indústrias da Sonda Brasil, Rafael Munhoz. Drone da Eavision utilizado na agricultura de precisão está exposto na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 Modernos e versáteis O Brasil tem quase 120 mil drones cadastrados na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que atualizou as regras em 2023 e não há mais limite de peso para conseguir a licença, desde que a área sobrevoada seja desabitada e a altura do voo não ultrapasse os 120 metros - equivalente a um prédio de 40 andares. Essa mudança é percebida nos tanques cada vez maiores, inclusive na feira, onde há equipamentos com capacidade de armazenamento acima dos 50 litros. Autonomia de voo e tecnologia de navegação com inteligência artificial também são cada vez mais uma realidade nos veículos disponíveis no mercado, com preços que podem começar a partir dos R$ 75 mil. Tipo e tamanho do terreno, cultura - pastagem, frutas, grãos, florestas, objetivo da aplicação - semeadura, pulverização de defensivo e clima são variáveis importantes relacionadas aos investimentos necessários. “Os desafios estão em aumentar a precisão e a autonomia sempre, então a tendência provavelmente seguirá por esses caminhos”, afirma Julio Pignata Branco, coordenador comercial da Eavision. 📸 Veja fotos da Agrishow 2024: Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP LEIA TAMBÉM: Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025 Gestão remota e precisão: como novas tecnologias contribuem para manejo hídrico no campo Armazenagem de grãos: entenda os desafios para conter déficit no país diante de produção crescente Pulverização eficiente, dados precisos, máquinas silenciosas: aplicações de IA são tendência na agricultura A empresa apresenta na feira este ano o EA-60X Pandora, que promete ser o primeiro do mundo que integra pulverização, mapeamento geográfico e elevação de carga e que só deve chegar ao mercado brasileiro no segundo semestre. Ele tem um tanque de 60 litros, além de 11 minutos de autonomia e 24 hectares cobertos por hora. Segundo Branco, o diferencial do equipamento está no computador de bordo equipado com inteligência artificial capaz de detectar mínimos obstáculos. Drone gigante da Eavision utilizado na agricultura de precisão está exposto na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 “A IA integrada com um sensor de lazer de precisão diminui consideravelmente qualquer possibilidade de acidente”, diz. São quatro bicos rotativos de pulverização e mapeamento geográfico instantâneo sem necessidade de câmeras adicionais. Carregado, o drone pesa 105 quilos. “O operador define a missão e o drone faz o restante”, afirma o coordenador, que, com essas novidades, espera superar os negócios firmados em 2023. Drones expostos na Agrishow 2024 são usados em várias aplicações na agricultura Érico Andrade/g1 Também presente na Agrishow, a BR Dron representa drones da DJI Agriculture, considerada uma das maiores fabricantes do setor no mundo, que promete equipamentos de pulverização de baixa vazão, com capacidade para atuar em áreas de difícil acesso, além de equipamentos personalizados para os produtores rurais. Na Sonda, os drones são equipados para diferentes funções. Além da pulverização, o modelo com pré-venda na Agrishow possui versões capazes de monitorar pragas e fazer o mapeamento da plantação identificando falhas e condições anormais. Além disso, tem uma bateria com uma autonomia de 45 minutos de voo. Inovações que deixam os representantes da empresa otimistas para os negócios na feira do interior de São Paulo. “Como a Agrishow se destaca no setor como um ponto de encontro para as principais inovações, tendências e debates do setor agrícola, nossa participação visa estabelecer conexões com os produtores agrícolas, demonstrando como podemos agregar valor aos seus negócios”, diz Munhoz. Tecnologia de drones facilita o cultivo no campo e está exposta na Agrishow 2024 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 Agrishow 2024 Com 520 mil metros quadrados, a Agrishow é considerada a maior feira de tecnologia agrícola do país e conta com 800 expositores, que apresentam inovações em diferentes setores da cadeia produtiva, de tratores e colheitadeiras a técnicas de plantio, drones e aviões de pulverização. Para este ano, os organizadores esperam movimentar em torno de R$ 13 bilhões, próximo do volume de negócios registrado na edição de 2023. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Assédio, agressões e perda de direitos: pesquisa mostra as angústias de mulheres no ambiente de trabalho
A consultoria Deloitte entrevistou mais de 5 mil mulheres, 500 delas no Brasil, para mensurar a igualdade de gênero no mundo corporativo e mapear aspectos que prejudicam a progressão de carreira. A consultoria Deloitte lançou nesta terça-feira (30) uma pesquisa global sobre as condições de trabalho para mulheres, que mostrou que 49% das mulheres brasileiras estão preocupadas com a própria segurança no trabalho, durante o trajeto ou em viagens profissionais. As preocupações incluem assédio, agressões e a perda de direitos. O dado mais significativo é que uma a cada quatro mulheres (24%) diz ter sofrido assédio durante o atendimento a clientes ou consumidores. Outras 13% relataram assédio de colegas de trabalho, e mais 13% descreveram assédios em viagens a trabalho. O assédio sexual foi relatado por 40% das brasileiras. Desse grupo, 60% afirmaram que não reportaram o ocorrido. Já as microagressões — que são casos como "mansplaining" e "gaslighting" (veja abaixo o que significa cada termo) — foram relatadas por 35% das entrevistadas. E 77% delas decidiram não relatar e levar os casos à frente. A pesquisa da Deloitte ouviu, entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, 5 mil mulheres em 10 países, 500 delas no Brasil, para mensurar a igualdade de gênero no mundo corporativo. As entrevistadas brasileiras possuem entre 18 e 64 anos, e 43% delas não ocupam cargos gerenciais. O levantamento também mapeou aspectos que prejudicam a vida das mulheres no mercado de trabalho: estresse, dores menstruais, salários não competitivos e dupla jornada. Confira os principais destaques: 53% das brasileiras relataram níveis maiores de estresse, acima da média global (50%). 34% das brasileiras tiraram licença do trabalho por motivos de saúde mental. 40% experimentam altos níveis de dor devido à menstruação e dizem trabalhar mesmo assim. Para menopausa, foram 27%. 68% são as principais responsáveis pelos cuidados das crianças, enquanto 40% são as principais responsáveis pelo cuidado com outros adultos. 24% das mulheres que deixaram voluntariamente o emprego no último ano citaram remuneração inadequada, 18% alegaram falta de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e 18% apontaram falta de oportunidade de aprendizado e desenvolvimento. 27% não querem progredir para uma posição de liderança sênior dentro de sua organização, por não gostarem da cultura da empresa (20%), por não terem planos de continuar na organização (19%) ou por acharem que não possuem oportunidades (19%). Mesmo mais escolarizadas, mulheres ganham 21% menos que homens Microagressões As microagressões são ações ou comportamentos que desvalorizam ou rebaixam uma pessoa, muitas vezes com base na sua participação em um grupo sub-representado. “Embora muitas pessoas estejam cientes dos efeitos nocivos de comportamentos não inclusivos, como assédio, intimidação e discriminação, as ações ou comportamentos mais sutis que constituem as microagressões podem ser mais difíceis de identificar; muitas vezes não são intencionais ou são minimizados como 'piadas'", explicam as especialistas da área estratégica de Diversidade e Inclusão da Deloitte, Ana Letícia Godoy e Aline Vieira. De acordo com o levantamento, as principais microagressões que as mulheres sofrem no trabalho são: Bropropriating: ocorre quando o homem se apropria da ideia de uma mulher, sem dar devido mérito a ela; Gaslighting: é um abuso psicológico que faz com que a mulher se sinta equivocada, levando-a a questionar suas habilidades como sanidade, raciocínio e memória; Mansplaining: situação na qual o homem interrompe a mulher para explicar algo, presumindo que ela tenha dificuldades de entendimento; Manterrupting: interrupção frequente por parte do homem durante a fala de uma mulher, dificultando ou impedindo que ela termine sua frase; Micromachismo: comportamentos de submissão das mulheres profundamente enraizados e aceitos pela sociedade, resultando em ações que muitas vezes passam despercebidas, como um garçom que tende a apresentar a conta mais frequentemente aos homens. Subnotificação Em relação ao que leva às mulheres a não denunciarem situações de assédio no ambiente de trabalho, Godoy e Vieira explicam que muitas delas acreditam que suas reclamações não seriam levadas a sério e também possuem medo de que essas queixas impactem negativamente suas carreiras. “A palavra 'medo' é repetida por quase todas as vítimas, não só de acabar com suas carreiras, mas de expô-las, mina a autoestima da vítima e a humilha, acabando com sua capacidade de resistência”, dizem as especialistas. Segundo o levantamento, muitas vítimas sentem vergonha e culpa após serem assediadas, uma vez que “há a ideia absurda de que a vítima pode, de certa forma, ter tido algum comportamento que incentivou ou encorajou aquela prática, além de poderem ser tratadas como responsáveis pelo comportamento do assediador”. Por fim, Godoy e Vieira apontam que algumas mulheres possuem dificuldade de identificar quando são assediadas, na medida em que há banalização e normalização do assédio sexual, fazendo com que as vítimas acreditem que esses atos sejam “parte do jogo”. A importância de ter mais mulheres no mercado de trabalho Saúde mental O estudo apontou que as brasileiras estão mais estressadas do que há um ano: 53% disseram que o nível de estresse está mais elevado, número maior que a média global (50%). Em casos em que a mulher pertence a grupos étnicos minoritários, como negras, africanas e asiáticas, o nível de estresse chega a 56%. E apenas 28% delas informaram obter apoio psicológico adequado de seus empregadores e 22% se dizem menos propensas a falar sobre a própria saúde mental no local de trabalho. As médias globais são bem maiores: 43% e 33% para cada quesito. Quanto à carga horária, uma em cada cinco colaboradoras brasileiras trabalham regularmente muito mais do que as horas contratadas por semana. Nos grupos minoritários, o número chega a 29%. Direitos reprodutivos Muitas mulheres continuam trabalhando, mesmo com dor e mal estar. Mais de um quarto das brasileiras relataram ter enfrentado desafios relacionados à menstruação (15%), menopausa (10%) ou fertilidade (3%). Entrevistadas que apresentam altos níveis de dor devido à menstruação (40%) ou menopausa (27%) dizem trabalhar mesmo assim, sem tirar licença do emprego. Por fim, no Brasil, 23% das profissionais disseram que assuntos relacionados à menstruação, menopausa ou fertilidade são muito incômodos para abordar em suas empresas. Jornada dupla O levantamento indicou que dois terços das brasileiras (68%) são as principais responsáveis pela criação das crianças da família, enquanto 40% também dizem ser responsáveis pelo cuidado com outros adultos. No país, 22% das entrevistadas que vivem com parceiros são a principal fonte de renda da família. Sobre a limpeza e outras tarefas domésticas, 43% das mulheres no país assumem a responsabilidade sozinhas, 25% relataram uma divisão igual e 23% pagam por esse serviço. O estudo ainda indicou que mulheres com maiores responsabilidades dentro de casa possuem mais probabilidade de apresentarem piora na saúde mental. "Embora algumas mulheres possam dividir tarefas com seus parceiros, a realidade é que a maioria ainda carrega a responsabilidade de cuidar dos afazeres domésticos, das crianças e, muitas vezes, de adultos", diz Aline Vieira. "Esses pontos sobrecarregam e contribuem para o estresse e a exaustão. Precisamos de políticas e práticas que promovam uma distribuição mais equitativa dessas responsabilidades”, afirmou. * Estagiária sob supervisão de Raphael Martins

Crise faz argentinos abrirem mão do churrasco, e consumo de carne atinge menor nível em 30 anos

Redução no consumo de carne bovina por habitante na Argentina foi de 18,5% em um ano. Argentinos estão comendo menos carne A crise econômica está fazendo os argentinos abrirem mão de um de seus símbolos nacionais: o churrasco. O consumo de carne bovina por habitante caiu 18,5% no país em um ano, atingindo o menor nível em 30 anos. O dado se reflete no açougue vazio. "Estamos vendendo muito pouco", diz o comerciante Alberto, no balcão de um estabelecimento. Ao ser perguntado pela reportagem da TV Globo, ele explica que foram seis vendas no dia. "Muito pouco em comparação com antes", quando eram entre 20 e 30 por dia. O açougueiro conta que não tem como explicar para os clientes que é obrigado a subir os preços. Ele afirma que o quilo do rosbife custa 8,3 mil pesos, enquanto um empregado ganha entre 200 mil e 230 mil. Por isso, não consegue pagar. Esse cenário seria ruim em qualquer lugar. Mas, para um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, soa pior. 'Estamos vendendo muito pouco', comenta Alberto, no balcão de um açougue. Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Argentina tem 3º superávit seguido, e Milei diz que país caminha contra 'inferno inflacionário' Inflação argentina fica em 11% em março, e chega a 287,9% em 12 meses Contas no azul e pobreza: os dois lados do ajuste radical de Milei Tradição da carne argentina A pecuária na Argentina remete à chegada dos espanhóis. E a exportação da carne explica, em parte, o período de maior crescimento do país, na virada do século XX. Foi por motivos econômicos, então, que a Argentina ficou conhecida pelo churrasco — um dos melhores do mundo, segundo chefes internacionais. Agora, imaginar que a classe média do país não pode pagar pela carne é mais um triste retrato da crise econômica que atinge a Argentina. Enquanto isso, o roteiro de turistas tem cheiro de carne na grelha. Alexander, por exemplo, mora em Viena e foi à Argentina só para provar a iguaria. Ele diz que, na Europa, os cortes argentinos têm boa reputação. Alexander, de Viena, conta que foi à Argentina para provar carne na grelha. Reprodução/TV Globo O premiado chef no mercado de San Telmo, em Buenos Aires, Rodrigo Moreira não reclama. "Graças a Deus, vamos muito bem", diz. O cozinheiro explica que, em termos de preços internacionais, a carne do país é muito econômica. Por outro lado, para os argentinos, está mais caro comprar. O diretor do Departamento de Economia da Universidade Católica da Argentina, Ignacio Warnes, explica que é um contexto em que o consumo no país sofre como consequência de uma série de problemas econômicos. Um deles é a inflação, que afeta o país há vários anos. Warnes lembra que, em dezembro do ano passado, o índice superou os 25% ao mês — níveis muito altos e que estão baixando lentamente. Medidas econômicas de Milei Ao assumir a Presidência da Argentina, em dezembro do ano passado, Javier Milei implementou medidas duras para combater a inflação, como cortes nas despesas do Estado e nos subsídios a serviços públicos. A alta de preços no país desacelerou nos últimos três meses. Em março, foi de 11% — ainda assim, a taxa é de 287,9% no acumulado de um ano. “Um dos fatores que faz a gente voltar realmente é a carne. Comemos uma carne hoje que ele cortou com uma colher”, diz a brasileira Tatiana Botelho. “Paga-se um pouco mais caro do que antigamente, mas a gente consegue. Infelizmente, eles estão passando por essa dificuldade”, complementa o companheiro de Tatiana, Fagner Muzimoto. Crise faz argentinos abrirem mão do churrasco, e consumo de carne atinge menor nível em 30 anos Reprodução/TV Globo Casal de São Paulo foi à Argentina principalmente por causa da carne. Reprodução/TV Globo


Pantanal: como 'furos' em lei permitiram que fazendeiro suspeito de usar agrotóxico da Guerra do Vietnã recebesse empréstimos públicos

Pecuarista, que nega qualquer irregularidade, recebeu empréstimo do Banco do Brasil apesar de histórico de infrações. Investigadores vão apurar se recurso do banco comprou substância usada para chamado 'desmate químico'. Árvores desfolhadas na área identificada pela Sema-MT são indícios do uso do produto Reprodução/BBC News Há duas semanas, um caso de crime ambiental chamou a atenção no Brasil. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) multou em quase R$ 2,8 bilhões um fazendeiro com propriedades rurais no Pantanal pelo suposto uso irregular de agrotóxicos, entre eles o 2,4-D, um componente do chamado "agente laranja" usado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. A secretaria estima que ele tenha gasto pelo menos R$ 25 milhões na compra destes pesticidas entre 2021 e 2023 com o objetivo de desfolhar áreas de vegetação nativa, num processo conhecido como "desmate químico". O que não se sabia até agora era como brechas na legislação do bilionário crédito rural brasileiro permitiram que uma das maiores instituições financeiras do país, o Banco do Brasil, concedesse empréstimos milionários ao fazendeiro apesar de ele ter um histórico marcado por multas ambientais igualmente milionárias por desmatamento ilegal. São brechas que, segundo especialistas, só começaram a ser fechadas no ano passado, mas que podem ter ajudado a financiar danos ao meio ambiente em diferentes partes do Brasil ao longo dos anos. Dados obtidos pela organização não governamental Greenpeace Brasil a partir de bases públicas e checados pela reportagem da BBC News Brasil mostram que entre 2021 e 2022 o fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes obteve R$ 10,07 milhões em empréstimos de crédito rural concedidos pelo Banco do Brasil. Policiais civis participaram de operação em propriedades de Claudecy Lemes Divulgação/BBC News Ele é o fazendeiro que, segundo a Sema-MT, usou pelo menos 25 tipos diferentes de agrotóxicos em suas propriedades no Pantanal, em caso exibido no programa Fantástico, da TV Globo, em 15/4. O crédito rural é uma modalidade de financiamento que conta com juros subsidiados pelo governo. Por meio de nota, a defesa de Claudecy Oliveira Lemes disse que refuta a forma como as multas ambientais lhe foram aplicadas, que ainda não há acusação e nem condenação formalizada e que os empréstimos obtidos por ele não teriam ligação com as investigações sobre o suposto uso de agrotóxicos em suas propriedades. Na nota, os representantes de Lemes não responderam se o fazendeiro usou ou não o componente do agente laranja em suas fazendas, e atribuiu a degradação das áreas a queimadas na zona. Procurado, o Banco do Brasil enviou uma nota em que disse não comentar "casos específicos em respeito ao sigilo bancário". O banco disse ainda que "toma medidas proativas e voluntárias que observam todas as legislações e regulamentações sobre o tema" e que está "seguro sobre a conformidade em seus processos de concessão de crédito". No momento em que recebeu os empréstimos, em 2021, porém, Lemes já era alvo de pelo menos três inquéritos civis e sete autos de infração lavrados por autoridades mato-grossenses por desmatamento ilegal em áreas próximas àquelas que, mais tarde, seria flagrado o suposto uso da substância para "desmate químico". Especialistas ouvidas pela BBC News Brasil afirmam que os empréstimos foram legais porque a regulação da época não vedava a liberação de financiamentos nestas circunstâncias. No entanto, se a legislação atual fosse cumprida, os montantes não deveriam ser concedidos. Os mesmos especialistas dizem, no entanto, que o Banco do Brasil deveria ter tomado medidas extras que poderiam ter evitado a concessão do financiamento a um produtor suspeito de desmatar áreas do Pantanal. À BBC News Brasil, a promotora do caso, Ana Luiza Peterlini, disse que as autoridades vão apurar se Lemes usou os recursos obtidos com empréstimos do crédito rural para a compra dos agrotóxicos supostamente usados em suas fazendas, o que poderia se configurar como um desvio de finalidade. 900 campos de futebol desmatados Os dados sobre financiamentos foram obtidos pelo Greenpeace Brasil e checados pela BBC News Brasil estão em um repositório mantido na Internet pelo Banco Central que reúne informações sobre o crédito rural no país. O crédito rural faz parte de uma política adotada pelo governo federal que destina bilhões de reais anualmente para o financiamento de produtores rurais de todo o Brasil. Em 2023, o governo federal anunciou um total de R$ 364 bilhões, dos quais R$ 105 bilhões foram com taxas de juros subsidiadas pelo governo. Os dados apontam que entre março de 2021 e março de 2022, Lemes obteve quatro financiamentos junto ao Banco do Brasil com recursos do crédito rural. No total, os empréstimos totalizaram R$ 10.017.930,00, todos destinados a uma mesma propriedade: a Fazenda Soberana, em Barão de Melgaço, em Mato Grosso. Ainda segundo as informações, os três primeiros financiamentos (R$ 7,8 milhões) tinham como finalidade a compra de gado. O restante (R$ 2,18 milhões) seria destinado à compra de uma aeronave. As bases consultadas pela BBC News Brasil e pelo Greenpeace Brasil mostram, no entanto, que no momento em que os primeiros financiamentos começaram a ser feitos para Fazenda Soberana, a propriedade já havia sido embargada pela Sema-MT pelo desmate ilegal de 899 hectares, uma área equivalente a 900 campos de futebol. Na época, a multa por essa infração chegou a R$ 6,8 milhões. O primeiro empréstimo detectado pelo levantamento do Greenpeace Brasil foi concedido pelo Banco do Brasil em março de 2021. A multa por desmate ilegal da Fazenda Soberana, no entanto, havia ocorrido 13 meses antes, em fevereiro de 2020. A ex-procuradora do Banco Central e fundadora da entidade Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), Luciane Moessa, disse à BBC News Brasil que os empréstimos a Lemes só foram possíveis porque as normas sobre o crédito rural continham o que ela classificou como "furos". Ela explica que, a partir de 2008, passaram a haver exigências de regularidade ambiental para o crédito rural no bioma Amazônia. O problema, segundo ela, é que a norma se destinava apenas às propriedades rurais localizadas na Amazônia e somente aos embargos lavrados pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o principal órgão federal de proteção ao meio ambiente. Ou seja: propriedades embargadas em outros biomas como o Pantanal e que haviam sido multadas por órgãos ambientais estaduais, como foi o caso de Lemes, continuavam livres para receber financiamentos do crédito rural. "Foram furos [na legislação] [...] Na realidade, estava tudo meio aberto. Até a chegada da resolução de junho de 2023, que só começou a vigorar em janeiro deste ano, não havia qualquer exigência ambiental específica para os outros cinco biomas brasileiros", disse Moessa à BBC News Brasil. Os "furos" apontados pela especialista teriam começado a ser fechados a partir de uma nova norma do CMN de junho de 2023. A resolução nº 5.081/2023 determinou que os bancos não podem emprestar dinheiro a propriedades rurais localizadas com embargos ambientais em todos os biomas brasileiros, e não apenas na Amazônia. Além disso, a nova norma determinou que os bancos também devem consultar os embargos lavrados por órgãos estaduais e não apenas os federais. Luciane Moessa diz que, apesar de os empréstimos a Lemes terem sido legais, havia medidas que o Banco do Brasil poderia ter tomado para evitar emprestar a um produtor rural com histórico de supostas infrações ambientais. "As normas que existiam naquela época não impediam que os bancos fizessem checagens adicionais na lista de embargos estaduais [...] os bancos poderiam fazer isso por conta própria, até porque há uma norma mais ampla que exige que os bancos tenham uma política de responsabilidade socioambiental", disse Moessa. A lista de embargos ambientais de Mato Grosso é uma das que está disponível na internet, diz Moessa. "O banco poderia proativamente ter consultado se havia algum registro na Sema-MT", disse à BBC News Brasil a porta-voz da frente de Florestas do Greenpeace Brasil, Thais Banwart. 'Drible' em satélite e galões em fazenda contemplada A descoberta de que Lemes recebeu financiamentos de um banco público no período que antecedeu o suposto uso do componente do agente laranja em suas propriedades acendeu o alerta do MP de Mato Grosso. A promotora Ana Luíza Peterlini, que acompanha o caso desde 2023, disse à BBC News Brasil, que em uma segunda fase das investigações, o MP vai tentar descobrir se os recursos recebidos por Lemes como financiamento de crédito rural foram usados para a compra dos agrotóxicos supostamente usados por ele em suas fazendas. "Se ele recebeu créditos rurais e usou esse dinheiro para essa prática [aplicação ilegal de agrotóxicos] nessas áreas, temos um problema grande nessa cadeia de concessão de financiamentos", disse a promotora. Um ponto que chamou atenção dos investigadores ligados ao caso foi a descoberta de notas fiscais de compras de agrotóxicos para a Fazenda Soberana, a mesma que recebeu os empréstimos do Banco do Brasil. As compras foram feitas em período posterior à concessão dos financiamentos. Segundo o auto de infração obtido pela BBC News Brasil, o volume de produtos agrotóxicos adquirido pela Fazenda Soberana tem "alta correlação" com as "destruições que acumulam uma área de 138.788,66 hectares nos anos 2021/2022/2023". A representação da Polícia Civil enviada à Justiça de Mato Grosso sobre o caso também cita que peritos encontraram embalagens vazias de diversos agrotóxicos, entre eles o componente do "agente laranja" em fazendas de Lemes. Na avaliação da promotora, o desmate químico supostamente usado por Lemes em suas propriedades pode ter sido uma estratégia para "driblar" os satélites que detectam o desmatamento mecânico produzido por motosserras ou tratores. "A gente acredita que seja uma forma de burlar os sistemas de satélites que fazem o monitoramento em tempo quase real do desmatamento. Uma derrubada mecânica pode ser detectada rapidamente. Mas o desmatamento químico acontece ao longo do tempo e seus efeitos na vegetação parecem os das queimadas. Isso despista a fiscalização", disse a promotora. Os agentes da Sema-MT descreveram a estratégia no auto de infração lavrado sobre o caso. Ainda segundo o documento, as imagens aéreas caracterizam áreas bem definidas e delimitadas, o que demonstraria um planejamento para a execução de um processo de destruição e mortandade da vegetação nativa. O plano seria executado por pulverização aérea para "a perda das folhas por meio do uso de produtos químicos conhecidos popularmente como 'agrotóxicos'", diz um trecho do auto de infração. Segundo a promotora, o uso do componente do agente laranja em combinação com mais de duas dezenas de outras substâncias chamou atenção pelo possível potencial tóxico do produto. Ana Luíza Peterlini explica que qualquer agrotóxico, inclusive o 2,4-D, componente do agente laranja, deve ser usado em circunstâncias restritas. "Jamais para matar vegetação nativa. Ainda mais em área úmida. Há proibição de aplicação próximo a recursos hídricos, povoados", afirma. Ainda que o agrotóxico 2,4-D seja usado como herbicida, a substância também se tornou conhecida por ser usada para fabricar o agente laranja durante a Guerra do Vietnã (1959-1975, com a participação dos Estados Unidos a partir de 1965). Quando associado ao 2,4,5-T ou ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético, o 2,4-D era empregado pelo Exército americano para desfolhar as matas vietinamitas e facilitar a localização de soldados inimigos. O agente laranja é apontado como responsável por uma série de problemas de saúde causados a milhares de vietnamitas após a guerra no país asiático por décadas a fio. Entre os problemas estão deformações, abortos espontâneos, distúrbios neurológicos e doenças no sistema imunológico. A promotora também afirmou que as multas de R$ 2,8 bilhões aplicadas a Lemes ainda não contabilizam, totalmente, os danos causados pelo suposto uso de agrotóxicos para desmate químico. Segundo ela, seria preciso estimar com precisão os danos à fauna atingida. O Pantanal é um dos biomas mais diversos do mundo. É a maior planície inundável do mundo. No Brasil, ocupa 150 mil quilômetros quadrados entre os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por sua importância ambiental, é considerado Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em nota, os advogados de Lemes (Valber Melo, João H. Sobrinho e Fernando Faria) citam que o motivo dos desmatamentos em suas fazendas teriam sido as queimadas que atingiram o Pantanal nos últimos anos. "É importante destacar que a onda de incêndios chegou, inclusive, em várias fazendas do sr. Claudecy, sendo um dos focos de fogo proveniente de um Parque Estadual, sem qualquer solução por parte do Estado de Mato Grosso, causando inúmeros prejuízos", diz a nota. A promotora, no entanto, refuta essa tese. "Nós fizemos uma análise comparativa com os focos de calor [...] e essa comparação com os focos de incêndio descarta a possibilidade de que a área tenha sido afetada por um incêndio florestal", disse. Segundo investigadores, a Polícia Civil deverá finalizar o inquérito criminal sobre o caso envolvendo Lemes nos próximos dias. A promotora disse que, assim que receber o relatório final da investigação, uma denúncia (acusação formal) deverá ser apresentada à Justiça de Mato Grosso. Caberá ao judiciário local determinar se aceita ou não a denúncia para levar Lemes a julgamento. Pontas ainda soltas Enquanto o caso de Lemes se desenrola na Justiça de Mato Grosso, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil cobram uma atuação mais firme das instituições financeiras e dos órgãos reguladores para evitar o financiamento a atividades que podem comprometer o meio ambiente. A coordenadora da frente de florestas do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazetti, aponta pelo menos três lacunas que a legislação sobre o crédito rural ainda têm. "As instituições financeiras deveriam ter a obrigação de fazer um monitoramento contínuo das áreas financiadas. Caso seja encontrada alguma irregularidade após a concessão do financiamento, essas operações devem ser liquidadas ou desclassificadas da categoria de crédito rural", disse Mazetti à BBC News Brasil. "Muitas vezes, o dano em uma propriedade acontece após o financiamento. É difícil dizer que o dinheiro foi usado para promover o dano, mas é muito comum que o dano acontece após o empréstimo", afirmou. Mazetti diz ainda que há outras três brechas a serem preenchidas na nova legislação. Entre elas estão: tomadores de empréstimos ainda não precisam apresentar autorizações de desmate relativas a áreas que foram desmatadas após 2008, marco do novo Código Florestal. Também falta, na visão dela, vetar operações de crédito em propriedades onde tenha sido detectada a utilização de fogo de forma ilegal. Outra brecha é o fato de que ainda não há uma lista nacional que reúna todos os embargos estaduais e federais centralizada pelo Ibama, como prevê a resolução de junho de 2023. Questionado pela BBC News Brasil, o Ibama informou que, apesar da legislação, o órgão nunca disponibilizou uma base nacional que incluísse dados de infrações ambientais registradas por organismos estaduais, municipais e do Distrito Federal. “O Ibama está se articulando para criar um protocolo de recebimento centralizado desses dados de embargo para viabilizar o que hoje está previsto nessa norma, mas ainda não há um prazo definido para que essa ferramenta seja disponibilizada”, disse em nota. Uma última lacuna apontada por Mazetti é a falta de rastreabilidade sobre o destino dos recursos liberados pelos bancos. "Quando um banco libera dinheiro para um fazendeiro comprar animais, essa instituição precisa se certificar de que esse animal venha de uma área que não tenha sido alvo de desmatamento", disse Mazetti. Essas lacunas também foram apontadas pelo Greenpeace Brasil no estudo Bancando a Extinção - Bancos e investidores como sócios no desmatamento. Fazendeiro questiona investigação Em sua resposta à BBC BBC News Brasil, a defesa de Lemes criticou a aplicação de multas ambientais e disse que se colocou à disposição das autoridades. Afirmou, no entanto, que o caso ainda não teria sido submetido ao "exercício do contraditório". "Não existe acusação formada, muito menos qualquer condenação contra o sr. Claudecy vigorando, portanto, o princípio da presunção de inocência", diz um trecho da nota enviada por seus advogados. "Tais empréstimos não possuem qualquer pertinência com o objeto das investigações e muito menos com a imputação de utilização de agrotóxicos", diz a nota. Além de afirmar que as suas operações ocorreram dentro da legalidade, o Banco do Brasil disse, por meio de nota, que seus contratos têm cláusulas "que permitem a decretação do vencimento antecipado e a suspensão imediata dos desembolsos em caso de ocorrência de infringências socioambientais". O banco disse ainda que "possui processo automatizado, com uso de soluções analíticas que verificam se a área a ser financiada possui restrições legais ou vedações normativas, utilizando bases públicas". O banco, no entanto, não informou se irá liquidar as operações que ainda estão ativas em relação a Claudecy Oliveira Lemes. Já o Banco Central afirmou que compete à instituição financeira verificar as condições de quem recebe crédito rural antes de autorizá-lo, cabendo ao BC fazer cumprir as determinações do Conselho Monetário Nacional (CMN) do tema. Ainda segundo o BC, o órgão, neste caráter complementar da fiscalização, "pode determinar a desclassificação e/ou a reclassificação de operações de crédito rural" no caso de irregularidades. O BC pode ainda punir os bancos que o tenham concedido de forma inadequada. Áreas do Pantanal são destruídas por agrotóxicos jogados de avião


Mega-Sena pode pagar R$ 6,5 milhões nesta terça-feira

As apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.719 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 6,5 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (30), em São Paulo. No concurso do último sábado (27), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer. A Mega soma três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Haddad diz que não teme que atritos com o Congresso prejudiquem aprovação de propostas
No fim de semana, ministro da Fazenda afirmou que Congresso também tem que responder pela responsabilidade fiscal. Senador Rodrigo Pacheco respondeu que parlamentares não são obrigados a aderir ao governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (29) que "tem dado muito resultado o diálogo do governo com o Congresso". Ele também disse que não teme que atritos com o Congresso prejudiquem aprovações de propostas do governo. Correção: na primeira versão, esta reportagem relatava que Haddad havia dito que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, seguia "sendo um aliado". Na verdade, Haddad não disse essa frase. Ele foi questionado por um jornalista se Pacheco "segue sendo um aliado", mas entrou no carro antes de responder. A informação foi corrigida às 21h08. Haddad deu a declaração na portaria do ministério, questionado por jornalistas sobre os atritos recentes entre o governo e o Congresso. No fim da semana passada, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar uma medida aprovada pelo Congresso: a desoneração da folha de pagamentos dos 17 setores que mais empregam na economia. O governo alega que o Congresso deveria ter apontado uma fonte de compensação para a renúncia de receitas gerada pela desoneração. Rodrigo Pacheco não gostou da medida. A desoneração até 2027 foi aprovada por Câmara e Senado no fim de 2023. Depois o presidente Lula vetou a medida, e o Congresso derrubou o veto. Agora o governo busca a via judicial, o que, para o presidente do Senado, foi visto como uma "judicialização da política". No fim de semana, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Haddad fez uma crítica ao Congresso e disse que senadores e deputados também têm que ter responsabilidade fiscal. Pacheco não gostou e respondeu que parlamentares não são obrigados a aderir totalmente ao que pensa o Executivo. Ao minimizar o peso de sua fala, Haddad enfatizou que o governo vem tendo um bom diálogo com o Congresso. E disse que não teme que haja obstáculos para os projetos do governo. "Não temo porque tem dado muito resultado nosso diálogo com o Congresso e com o Judiciário", afirmou o ministro. Haddad: Reforma Tributária substitui sistema cumulativo, opaco e injusto que penaliza os mais pobres Haddad segue buscando formas de aumentar as receitas do governo e diminuir o rombo fiscal. Esse objetivo depende intimamente do Congresso, que é quem aprova medidas do governo e também quem pode aprovar as chamadas "pautas-bomba", ou seja, projetos que aumentam gastos públicos. "O que eu estava dizendo na entrevista é que, como o Congresso ganhou prerrogativas, era importante que as mesmas práticas de respeito à lei fiscal deveriam ser de todos: Executivo, Legislativo e Judiciário, que é o pacto que eu venho falando desde o começo do ano. Vamos fazer um pacto para a gente acertar as contas e continuar evoluindo", continuou Haddad.

Justiça aceita pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia

Decisão foi proferida pelo juiz Jomar Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo. Casas Bahia Divulgação/Casas Bahia A Justiça de São Paulo aceitou nesta segunda-feira (29) o pedido de recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia. O objetivo da empresa com o processo é reestruturar suas dívidas, estimadas em R$ 4,1 bilhões. A decisão foi proferida pelo juiz Jomar Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ-SP. "A documentação apresentada pelo requerente [Casas Bahia] evidencia (...) a concordância dos credores que representam mais de metade dos créditos abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial", escreveu o juiz. Com a decisão, todas as execuções contra a empresa movidas por credores sujeitos ao plano de recuperação ficarão suspensas pelo prazo de 180 dias. "A requerente deverá comprovar, no prazo do edital, o envio de carta aos credores sujeitos ao plano. A minuta deverá conter a relação de todos os credores sujeitos ao plano e o meio de acesso ao conteúdo do plano", continuou o magistrado. As ações da Casas Bahia dispararam quase 35% nesta segunda-feira após a companhia protocolar o pedido, no domingo. Os papéis da companhia encerraram a sessão do dia com uma alta de 34,19%, cotados em R$ 7,30. A medida foi avaliada como positiva pelos analistas de mercado. "Enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais", afirmou a XP Investimentos em relatório. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de parte de seus débitos financeiros, que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. O anúncio veio mais de oito meses após a empresa anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários. A principal mudança foi uma renegociação de taxas e um alongamento de títulos de dívidas da empresa (debêntures) e de promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs). (saiba mais abaixo) O que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos do Grupo Casas Bahia O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário. "A recuperação extrajudicial é um instrumento em que a empresa começa a ter dificuldades em relação a um número restrito de credores, com o pagamento de só algumas dívidas. E aí, ela usa a recuperação extrajudicial, geralmente, quando há uma concentração no valor dessa dívida", destaca Nelson Bandeira, advogado especialista em finanças corporativas da Magma. No caso da Casas Bahia, as dívidas a serem renegociadas são apenas financeiras e, segundo a companhia, não devem impactar clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Veja nesta reportagem: O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia Próximos passos Plano de Transformação da Casas Bahia O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial A recuperação extrajudicial é um mecanismo legal que permite à empresa em crise financeira renegociar uma parte específica de suas dívidas, em um primeiro momento, apenas com seus credores mais estratégicos, explica Bandeira, da Magma. No caso da Casas Bahia, a companhia optou por renegociar títulos de dívidas financeiras que tinha com o Bradesco e o Banco do Brasil. Bandeira explica que a empresa que pede recuperação extrajudicial pode negociar em sigilo com esses credores mais estratégicos, até chegar a uma condição que seja benéfica para ambas as partes, e só depois tornar o processo conhecido. Isso porque, para o andamento de um processo desse tipo, o principal requisito é que os credores donos de, pelo menos, 51% dos créditos devidos pela empresa aceitem a proposta. Na recuperação judicial, para um plano ser aprovado, também é necessário que mais da metade de todos os credores, independentemente do valor dos créditos, aceitem. Por fim, para pedir a recuperação extrajudicial, a empresa: precisa estar em crise financeira comprovada; não ter nenhum sócio, controlador ou administrado condenado por práticas corporativas ilegais; não pode ter falido anteriormente, nem ter passado por recuperação judicial por, pelo menos, cinco anos. Número de empresas em recuperação judicial sobe no país O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo, que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o reperfilamento de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Os principais aspectos do plano são um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Próximos passos Depois que a companhia chega a um acordo de recuperação extrajudicial com seus principais credores, o próximo passo é homologar o documento na Justiça, para que as condições estabelecidas na renegociação sejam aplicadas para os demais credores de dívidas da mesma natureza. No caso da Casas Bahia, considerando que a companhia está pedindo a recuperação apenas para alguns títulos de debêntures e CCBs, esses credores são investidores. Nelson Bandeira, da Magma, ressalta que investidores pessoa física que tenham adquirido alguma debênture da empresa que esteja no plano de recuperação extrajudicial também serão impactados pelo que foi definido no acordo com os principais credores. No caso, houve mudança de taxas de juros prometidas e de prazo de pagamento. É possível que algum credor minoritário recorra na Justiça contra esse acordo, em um prazo de até 10 dias após a homologação. No entanto, o advogado afirma que, se o juiz entender que o plano está dentro das regras legais e beneficia a continuidade da atividade econômica da empresa, dificilmente terá uma posição contrária à continuidade da recuperação. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, comenta que o mercado enxerga com bons olhos o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, porque mostra que a empresa está comprometida em reestruturar suas operações e manter uma maior sustentabilidade financeira. "(O processo de recuperação extrajudicial) é menos custoso do que uma recuperação judicial e também limita o escopo às dívidas financeiras, não impactando outros pontos que uma eventual recuperação judicial poderia afetar", diz Daltozo. "Um dos destaques aqui é o reperfilamento de dívidas que venciam esse ano e no próximo. Ele traz um alívio para o caixa nesses próximos meses e, principalmente, veio com o custo menor o custo que tinha antes", prossegue. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado". *Com reportagem de Bruna Miato


Vaca avaliada em R$ 15,48 milhões se torna a segunda mais cara do Brasil após leilão em MG

A vaca Donna FIV CIAV alcançou valor total R$ 15,48 milhões durante leilão da ExpoZebu, em Uberaba. Ela só fica atrás da Viatina-19 FIV Mara Móveis avaliada em R$ 21 milhões. Vaca Donna FIV CIAV arrematada ExpoZebu 2024 Uberaba Philippe Wolfgang/ABCZ Confirmando a expectativa de ser a estrela da ExpoZebu 2024, a vaca Donna FIV CIAV se tornou a segunda mais cara do Brasil ao ter 33% leiloados por R$ 5,16 milhões. O arremate ocorreu no domingo (28) durante o leilão "Elo de Raça" da exposição realizada em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Com a venda de um terço do animal por mais de R$ 5 milhões, o valor total de avaliação da vaca chegou a marca de R$ 15,48 milhões. Veja abaixo como funciona a venda de "partes de animais" em leilões. Em 2023, o animal foi eleito a melhor matriz do ranking nacional. A Donna FIV CIAV já teve bezerras vendidas por mais de R$ 1 milhão. A vaca é de propriedade da Casa Branca Agropastoril e da Agropecuária Mata Velha que, agora, ganham a sociedade do criador Lucas Moura. Além de 33% da sociedade, o criador também terá direito sobre 3 clones. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segunda mais cara Com o valor total avaliado em R$ 15,48 milhões, a Donna FIV CIAV se tornou a segunda vaca mais cara do país. Ela só fica atrás da Viatina-19 Mara Móveis, que é avaliada em R$ 21 milhões e entrou para Guinness World Records. Em 2022, a Viatina teve 50% da propriedade vendida por quase R$ 4 milhões durante leilão realizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) (entenda mais abaixo). VEJA: Mãe de 227 filhos e 3ª maior produtora de leite do mundo: morre vaca 'xodó' da pecuária Atualmente, a vaca de 5 anos e foi avaliada em quase R$ 21 milhões, ou seja, quase três vezes mais do que o avaliado em 2022, após novo leilão que vendeu 33% do animal por cerca de R$ 7 milhões. Os atuais donos da Viatina são a Casa Branca Agropastoril, Agropecuária Napemo e Nelore HRO. 🔔 Receba no WhatsApp as notícias do Triângulo e região Como funciona a venda de partes de uma vaca? No mercado da agropecuária, quando se fala em vender "um terço de uma vaca" ou "meia vaca", a compra está relacionada com o lucro da venda dos embriões que o animal irá produzir. O valor milionário em que a vaca é avaliada se refere ao desempenho nos julgamentos, pedigree de importância na raça, raridade da genética e características funcionais. LEIA TAMBÉM: 'Meia vaca' é comprada por quase R$ 4 milhões em leilão da ExpoZebu As qualidades do animal serão transferidas para futuras gerações. Isso é o resultado do melhoramento genético, que na ponta da cadeia produtiva entregará ao pecuarista um lucro maior. Entenda como ocorre o leilão de 'meia vaca' em feiras pecuárias como a ExpoZebu em Uberaba LEIA TAMBÉM: MAIS AGRO: Vaca avaliada em R$ 21 milhões e que entrou no Guinness Book como a fêmea mais cara do mundo já foi leiloada 'pela metade' em 2022 EXPOZEBU: Veja como foi a abertura do evento NEGÓCIOS: Casas Bahia: o que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos da companhia 📲 Siga as redes sociais do g1 Triângulo: Instagram, Facebook e Twitter 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Triângulo VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas


Aplicativo do McDonald's apresenta instabilidade e clientes reclamam nas redes sociais

Usuários relatam falhas no serviço do aplicativo de delivery. Empresa afirma que houve uma falha sistêmica e que os estornos serão realizados. Unidade do Mc Donald's na Avenida Dom Pedro I, em Ribeirão Preto (SP) Divulgação O aplicativo de delivery do McDonald's apresenta instabilidade desde domingo, segundo relatos de usuários nas redes sociais. Os problemas são de entrega e estorno de compras. (veja relatos abaixo) Procurado pelo g1, a companhia esclarece que houve uma falha sistêmica e que os estornos serão realizados. "A rede informa que o SAC segue à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas dos consumidores." Veja os relatos abaixo. Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Um smartphone sem apps


Tarcísio anuncia investimento de R$ 1,4 bilhão para o agronegócio

Governador de São Paulo fez anúncio durante abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto, nesta segunda-feira (29). Ele também falou sobre invasão de terras. Agrishow começa com expectativa de receber 200 mil pessoas O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (29) que o estado investirá R$ 1,4 bilhão em recursos voltados ao agronegócio durante 2024. O anúncio ocorreu durante a abertura da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP). Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Segundo Tarcísio, a maior parte da quantia será destinada a fundos de investimentos, com o objetivo de melhorar condições de armazenamento e irrigação, além da liberação de recursos do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "São R$ 300 milhões para o Feap [Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista], sendo R$ 100 milhões para seguro rural. Nunca tivemos um valor tão grande destinado ao seguro rural. Estamos liberando R$ 500 milhões via Desenvolve SP para o Fiagro [Fundo de Investimento do Agronegócio]. [...] Essencialmente para atacar coisas em que ainda somos fracos, armazenamento, irrigação." "Liberação de recursos do ICMS para produtores rurais. São R$ 600 milhões em crédito acumulados que estão sendo liberados agora. Vamos estar liberando três vezes mais do que o estado liberava, em média." 📸 Veja fotos da Agrishow 2024: Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP LEIA TAMBÉM Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025 Após crítica de Pacheco a Haddad, Alckmin diz que responsabilidade fiscal é dever de todos e defende 'diálogo permanente' Um ano após impasse, Fávaro ameniza 'desconvite' da Agrishow: 'Não teve nada de pessoal' Como chegar à Agrishow? Vídeo mostra rotas de acesso à feira em Ribeirão Preto Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Rechaçou invasões de terras Ainda durante o discurso, Tarcísio destacou que não irá permitir invasão de terras no estado. O debate sobre o tema ocorre em meio ao "abril vermelho". Tarcísio de Freitas na Agrishow 2024 Rodolfo Tiengo/g1 Segundo o MST, 20 mil famílias estão mobilizadas em prol de ações ligadas à Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, conhecida como "Abril Vermelho". "Aqui em São Paulo, garanto para vocês, não haverá invasão de terra. Invasão de terra será rechaçada. A gente não vai tolerar. [...] Um passo importante que estamos dando na segurança jurídica é a regularização fundiária", afirmou. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Governo destina recursos de pesquisa para segurar alta na conta de luz, e projeta R$ 50 milhões para o Amapá

Distribuidora que atua no estado do Norte do país deve aumentar tarifas em 34%. Com recursos, Executivo busca diminuir impacto nas contas dos amapaenses. Talão de conta de luz Copel Guilherme Pupo O Ministério de Minas e Energia publicou nesta segunda-feira (29) uma portaria que destina investimentos obrigatórios em pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética das distribuidoras para a redução dos reajustes na conta de luz. Embora a medida valha para todos as distribuidoras, o governo mira especificamente no reajuste tarifário da Equatorial no Amapá – que aumentaria a tarifa em 34%, levando o estado ao topo da lista de tarifas mais caras do país. O aumento se tornou um problema político para o governo Lula. O Executivo estima serão necessários cerca de R$ 200 milhões para reduzir a tarifa do Amapá. Com a portaria desta segunda-feira (29), cerca de R$ 50 milhões serão transferidos para abater do reajuste. O texto publicado pelo Ministério de Minas e Energia disciplina uma das três fontes de recursos previstas na medida provisória, que promete redução de 3,5% nas tarifas de energia em 2024. São: investimentos obrigatórios em pesquisa, desenvolvimento e eficiência energética por parte das distribuidoras; fundo regional do Norte, previsto no processo de privatização da Eletrobras; antecipação de cerca de R$ 26 bilhões da Eletrobras; Para chegar aos R$ 200 milhões estimados, o governo pretende abater R$ 110 milhões serão com a antecipação dos recursos da Eletrobras e subsequente pagamento dos empréstimos da distribuidora local – as chamadas "conta Covid" e "conta escassez hídrica". O restante, aproximadamente R$ 40 milhões, virá do fundo regional do Norte. O fundo é composto por depósitos anuais e R$ 295 milhões pela companhia, no período de 10 anos. Reajuste adiado Depois de adiar a decisão por três meses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, no final de março, implementar reajuste de 0% para o Amapá em 2024. Na prática, as consequências para o consumidor não mudaram muito: permaneceram as tarifas já estavam sendo cobradas. A diferença é de regulação. Agora, o reajuste tarifário que vinha sendo adiado foi votado e será implementado. Junto com ele, também serão implementadas obrigações suspensas pela falta de definição. Contudo, a decisão gerou um passivo --ou seja, um acúmulo de despesas da distribuidora, uma vez que suas receitas (definidas pelo reajuste tarifário) não são mais equivalentes às despesas. Esse passivo terá que ser endereçado no próximo reajuste. A próxima data é 13 de dezembro de 2024, no aniversário do contrato de concessão da distribuidora. Aneel decide que não haverá aumento na conta de luz dos consumidores do Amapá


Bilionários da Forbes: Elon Musk ganha US$ 14,5 bilhões em um dia e volta a ultrapassar Jeff Bezos

Ações da Tesla subiram 15% nesta segunda-feira, com derrubada de obstáculos regulatórios na China. Jeff Bezos e Elon Musk Reuters O fundador da Tesla, Elon Musk, voltou ao segundo lugar da lista de bilionários da revista Forbes. Ele ultrapassa o fundador da Amazon, Jeff Bezos. As ações da Tesla subiram 15% nesta segunda-feira (29), depois que a fabricante de veículos elétricos superou alguns obstáculos regulatórios importantes que há muito tempo impediam a implantação de seu software de direção autônoma na China, seu segundo maior mercado. (saiba mais abaixo) Com o resultado, Musk acumula ganhos de US$ 14,5 bilhões em apenas um dia, e volta ao patamar dos US$ 205,6 bilhões em patrimônio. Bezos tem US$ 198,9 bilhões. O líder do ranking continua a ser o francês Bernard Arnault, dono da rede de luxo LVMH, com patrimônio de US$ 210,1 bilhões. Veja abaixo o top 5 em tempo real: Bernard Arnault: US$ 210,1 bilhões Elon Musk: US$ 205,6 bilhões Jeff Bezos: US$ 198,9 bilhões Mark Zuckerberg: US$ 152 bilhões Larry Ellison: US$ 146,2 bilhões A liderança de Arnault já foi mais folgada. Na lista anual de bilionários, com corte em março deste ano, o francês dispunha de US$ 233 bilhões em patrimônio, enquanto o mesmo Musk tinha US$ 195 bilhões. Veja aqui o ranking anual. Tesla em alta O ganho da Tesla nesta segunda tem a ver com as reuniões que Elon Musk fez neste fim de semana na China, para pressionar a aprovação para que a Tesla possa disponibilizar sistemas avançados de assistência ao motorista. Trata-se de um passo que pode aumentar as receitas da montadora em um momento em que a empresa está sob pressão de rivais chineses. Musk chegou à capital chinesa no domingo. Suas reuniões incluíram um encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que elogiou o desenvolvimento da Tesla na China como um exemplo bem-sucedido de cooperação econômica e comercial entre os Estados Unidos e a China. Desde 2021, os órgãos reguladores chineses exigiram que a Tesla armazenasse todos os dados coletados por sua frota chinesa em Xangai, o que impediu a empresa de transferir qualquer dado para os EUA. Segundo a agência Reuters, a Tesla encaminha um acordo com a Baidu para usar a licença de mapeamento da gigante chinesa da tecnologia para a coleta de dados nas vias públicas da China, o que eles descreveram como um passo fundamental para a introdução dos sistemas FSD (Full Self-Driving) no país. A segurança e a conformidade dos dados estão entre as razões pelas quais a fabricante de veículos elétricos, que lançou a versão mais autônoma de seu software Autopilot há quatro anos, ainda não disponibilizou os sistemas FSD totalmente na China, seu segundo maior mercado global, apesar da demanda dos clientes. A montadora norte-americana ganhou um importante endosso que coincidiu com sua viagem: uma importante associação automobilística chinesa disse que os carros Model 3 e Y da Tesla estão entre os modelos considerados compatíveis com os requisitos de segurança de dados da China. Assim, os modelos fabricados na China pela Tesla foram oficialmente incluídos na lista de veículos que cumprem os requisitos nacionais de segurança de dados. Clube dos 90+: veja quem são os bilionários mais velhos do mundo


Ações da Casas Bahia disparam quase 35% após companhia pedir recuperação extrajudicial

Papéis subiram 34,19% na sessão desta segunda-feira e empresa ganhou R$ 176 milhões em valor de mercado. Grupo anunciou plano de recuperação no último domingo, com uma dívida estimada em R$ 4,1 bilhões. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento. Casas Bahia Divulgação/Casas Bahia As ações do Grupo Casas Bahia dispararam quase 35% nesta segunda-feira (29). O movimento veio após a empresa entrar com um pedido de recuperação extrajudicial para reestruturar dívidas estimadas em R$ 4,1 bilhões, no último domingo (28). Os papéis da companhia encerraram a sessão do dia com uma alta de 34,19%, cotados em R$ 7,30. Com o aumento, a empresa ganhou R$ 176 milhões em valor de mercado, para R$ 692 milhões. A medida foi avaliada como positiva pelos analistas de mercado. "Enxergamos o anúncio como um passo importante para a reestruturação da companhia, uma vez que a nova estrutura deixa a empresa em uma posição mais confortável para executar ajustes operacionais", afirmou a XP Investimentos em relatório. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de parte de seus débitos financeiros, que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. O anúncio veio mais de oito meses após a empresa anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários. A principal mudança foi uma renegociação de taxas e um alongamento de títulos de dívidas da empresa (debêntures) e de promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs). (saiba mais abaixo) O que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos do Grupo Casas Bahia O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário. "A recuperação extrajudicial é um instrumento em que a empresa começa a ter dificuldades em relação a um número restrito de credores, com o pagamento de só algumas dívidas. E aí, ela usa a recuperação extrajudicial, geralmente, quando há uma concentração no valor dessa dívida", destaca Nelson Bandeira, advogado especialista em finanças corporativas da Magma. No caso da Casas Bahia, as dívidas a serem renegociadas são apenas financeiras e, segundo a companhia, não devem impactar clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Veja nesta reportagem: O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia Próximos passos Plano de Transformação da Casas Bahia O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial A recuperação extrajudicial é um mecanismo legal que permite à empresa em crise financeira renegociar uma parte específica de suas dívidas, em um primeiro momento, apenas com seus credores mais estratégicos, explica Bandeira, da Magma. No caso da Casas Bahia, a companhia optou por renegociar títulos de dívidas financeiras que tinha com o Bradesco e o Banco do Brasil. Bandeira explica que a empresa que pede recuperação extrajudicial pode negociar em sigilo com esses credores mais estratégicos, até chegar a uma condição que seja benéfica para ambas as partes, e só depois tornar o processo conhecido. Isso porque, para o andamento de um processo desse tipo, o principal requisito é que os credores donos de, pelo menos, 51% dos créditos devidos pela empresa aceitem a proposta. Na recuperação judicial, para um plano ser aprovado, também é necessário que mais da metade de todos os credores, independentemente do valor dos créditos, aceitem. Por fim, para pedir a recuperação extrajudicial, a empresa: precisa estar em crise financeira comprovada; não ter nenhum sócio, controlador ou administrado condenado por práticas corporativas ilegais; não pode ter falido anteriormente, nem ter passado por recuperação judicial por, pelo menos, cinco anos. Número de empresas em recuperação judicial sobe no país O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo, que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o reperfilamento de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Os principais aspectos do plano são um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Próximos passos Depois que a companhia chega a um acordo de recuperação extrajudicial com seus principais credores, o próximo passo é homologar o documento na Justiça, para que as condições estabelecidas na renegociação sejam aplicadas para os demais credores de dívidas da mesma natureza. No caso da Casas Bahia, considerando que a companhia está pedindo a recuperação apenas para alguns títulos de debêntures e CCBs, esses credores são investidores. Nelson Bandeira, da Magma, ressalta que investidores pessoa física que tenham adquirido alguma debênture da empresa que esteja no plano de recuperação extrajudicial também serão impactados pelo que foi definido no acordo com os principais credores. No caso, houve mudança de taxas de juros prometidas e de prazo de pagamento. É possível que algum credor minoritário recorra na Justiça contra esse acordo, em um prazo de até 10 dias após a homologação. No entanto, o advogado afirma que, se o juiz entender que o plano está dentro das regras legais e beneficia a continuidade da atividade econômica da empresa, dificilmente terá uma posição contrária à continuidade da recuperação. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, comenta que o mercado enxerga com bons olhos o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, porque mostra que a empresa está comprometida em reestruturar suas operações e manter uma maior sustentabilidade financeira. "(O processo de recuperação extrajudicial) é menos custoso do que uma recuperação judicial e também limita o escopo às dívidas financeiras, não impactando outros pontos que uma eventual recuperação judicial poderia afetar", diz Daltozo. "Um dos destaques aqui é o reperfilamento de dívidas que venciam esse ano e no próximo. Ele traz um alívio para o caixa nesses próximos meses e, principalmente, veio com o custo menor o custo que tinha antes", prossegue. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado". *Com reportagem de Bruna Miato


Elon Musk: por que bilionário da Tesla precisa da China

A China já desempenhou no passado um papel fundamental no sucesso da Tesla — e pode ser a chave para os problemas atuais da montadora. Elon Musk REUTERS/Tingshu Wang/File Photo O bilionário Elon Musk está visitando a China esta semana para negociar com as autoridades do país a liberação do modo de autopiloto dos carros da Tesla nas ruas e estradas do país — segundo relatos da imprensa americana. Musk quer que autoridades chinesas permitam o uso do Full Self Driving (FSD) — como é conhecido o modo piloto automático dos carros Tesla. Com o FSD, robôs conseguem manobrar os carros na hora de estacionar os veículos, além de mudar os carros de pista durante as viagens. O FSD está disponível apenas em alguns países — como os EUA — mas apenas parcialmente na China. Além disso, a imprensa também tem noticiado que Musk quer usar os dados coletados pela Tesla no país para treinar seus algoritmos no exterior. A China é o segundo maior mercado da Tesla, mas a empresa americana vem sofrendo cada vez mais competição internacional justamente de empresas chinesas. Outros fabricantes de automóveis, como a Xpeng – com sede em Guangzhou – têm tentado competir com a Tesla, implementando funções de direção autônoma semelhantes nos seus carros. O mercado consumidor doméstico da China também está em forte expansão. Comprar um carro elétrico pode ser mais barato do que comprar um carro a gasolina no país — graças em parte a incentivos dados pelo governo da China. Nos últimos anos, a China se tornou um mercado fundamental para as operações da Tesla — e as relações de Musk com as autoridades chinesas foram cruciais para ajudar a empresa a enfrentar momentos financeiros difíceis. Ao mesmo tempo, o país também está gerando desafios para a multinacional americana. Os desafios da Tesla Há alguns anos, Elon Musk desdenhava dos carros elétricos produzidos na China. Em 2011, uma jornalista citou a BYD — empresa chinesa que estava produzindo carros elétricos mais baratos do que a Tesla — em uma entrevista com o bilionário, e ele a interrompeu com risos. "Você já viu os carros deles?", perguntou Musk. "Eu não acho que eles tenham um ótimo produto. Eu acho que o foco deles é — e como deve ser mesmo — garantir que eles não morram na China." Mas ao longo dos anos, sua opinião mudou. Nos últimos três meses de 2023, a empresa chinesa BYD ultrapassou a Tesla em número de veículos elétricos vendidos. No domingo (28/4), já em viagem à China, Musk disse os fabricantes de automóveis chineses como "as empresas automóveis mais competitivas do mundo". Hoje a tecnologia FSD é a grande aposta da Tesla — e a China tornou-se um dos principais mercados onde a empresa tenta derrotar seus competidores. O FSD foi lançado em 2020 — no entanto as autoridades reguladoras estão analisando de perto a nova tecnologia da Tesla. Na semana passada, as autoridades americanas iniciaram uma investigação sobre um recall feito pela Tesla em dezembro de 2 milhões de veículos. A agência reguladora Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA, na sigla em inglês) disse que houve pelo menos 13 acidentes com carros Tesla e com uma morte e alguns ferimentos graves, em que o autopiloto pode estar envolvido. A NHTSA quer saber se o recall de dezembro abordou com sucesso as questões de segurança relacionadas ao sistema de assistência ao motorista da Tesla. A NHTSA disse que, apesar dos requisitos para que os motoristas mantenham o foco na estrada e estejam preparados para assumir o controle a qualquer momento quando a direção autônoma for habilitada, os motoristas envolvidos nos acidentes "não estavam suficientemente engajados". A análise da NHTSA foi conduzida antes do recall da Tesla, em que a empresa prometeu que resolveria o problema. O software da Tesla deve garantir que os motoristas estejam prestando atenção e que o recurso seja usado apenas em condições apropriadas, como em rodovias, e não em ruas. Há anos, Musk vem prometendo que os Teslas serão capazes de atuar como "robotáxis autônomos". Em 2015, ele disse que os Teslas alcançariam "autonomia total" até 2018. E em 2019, ele disse que a empresa teria robotáxis operando no ano seguinte. Este mês, Musk disse que lançaria o robotáxi da empresa em agosto. Os críticos acusam Musk de exaltar consistentemente as perspectivas de condução totalmente autônoma apenas como forma de sustentar o preço das ações da empresa, que vem caindo por causa de diversos desafios: desde a queda na demanda por veículos elétricos em todo o mundo à concorrência de fabricantes chineses mais baratos. Musk nega as acusações. Como resposta, a Tesla tem cortado os preços dos seus carros na China e em outros mercados para aumentar a procura. O preço da tecnologia FSD caiu de US$ 15 mil (mais de R$ 75 mil) no ano passado para US$ 8 mil (mais de R$ 40 mil) este mês. A Tesla relatou recentemente uma queda de 13% nas vendas automotivas, para US$ 17,3 bilhões nos primeiros três meses deste ano. As vendas globais da Tesla caíram 9%, enquanto os seus lucros caíram drasticamente para US$ 1,13 bilhões, em comparação com US$ 2,51 bilhões no mesmo período do ano passado. Até agora, em 2024, o preço das suas ações despencou 32%. Veja quem são os bilionários que mais enriqueceram em 2023 Como a China pode ajudar Musk? A Tesla oferece o FSD por assinatura na China há quatro anos, mas apenas parte dos recursos estão disponíveis no país, o que limita o sistema a operações simples, como mudança automatizada de faixa. Entre os obstáculos está a falta de autorização na China para que a Tesla utilize os dados que são coletados pelo seu sistema para treinar algoritmos de direção autônoma. Musk tenta obter aprovação oficial para transferir dados coletados no país para o exterior. Durante uma reunião no fim de semana com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, Musk foi citado pela mídia estatal dizendo que a Tesla estava disposta a cooperar profundamente com a China para "alcançar resultados vantajosos para todos". Em resposta, Li disse a Musk que o mercado chinês "estaria sempre aberto a empresas com financiamento estrangeiro", de acordo com os relatórios. A Tesla já tomou medidas para tranquilizar as autoridades chinesas sobre a implementação do FSD no país, incluindo o estabelecimento de um centro de dados em Xangai para processar dados sobre os consumidores chineses de acordo com as leis locais. A implementação do FSD na China permitiria à Tesla competir com as empresas locais no maior mercado automobilístico do mundo. A Tesla vendeu mais de 1,7 milhão de carros na China desde que entrou no mercado, há uma década, e sua fábrica em Xangai é a maior do mundo. Segundo a agência de notícias Reuters, a implementação de FSD ilimitado poderia transformar o mercado chinês em um campo de batalha para recursos de assistência ao condutor mais baratos, intensificando uma guerra de preços que a Tesla desencadeou no início do ano passado, que atraiu mais de 40 marcas no país. A China é fundamental na estratégia da Tesla para enfrentar seus problemas financeiros. As entregas de veículos da Tesla no primeiro trimestre caíram pela primeira vez em quase quatro anos. A empresa anunciou demissões de mais de 10% de sua força de trabalho global e reduziu os preços dos veículos nos principais mercados, incluindo EUA, China e Europa. A China já desempenhou papel semelhante no destino da Tesla no passado. Na década passada, o governo chinês adotou um padrão inspirado na lei do Estado da Califórnia para incentivar a venda de veículos sem emissões de gases nocivos ao ambiente. Essa mudança foi feita diante das preocupações ambientais com o alto nível de poluição de cidades chinesas. O sistema californiano e chinês encarece a produção de carros a gasolina e diesel e barateia o custo de produção de carros elétricos, através da criação de créditos negociados em um mercado. A mudança incentivou a Tesla a construir sua fábrica em Xangai, que é hoje a principal exportadora da empresa no mundo. A China também teve papel importante para as vendas da China durante a pandemia de covid, já que a fábrica de Xangai ficou fechada menos tempo do que as operações americanas durante os lockdowns. No entanto, analistas apontam que a China também representa um perigo para as operações futuras da Tesla. A chegada da Tesla na China ajudou a desenvolver uma rede de fabricantes locais de veículos elétricos que hoje em dia ameaçam a hegemonia da multinacional americana — com processos de produção mais baratos e investimento vultuosos em novas tecnologias.


Casas Bahia: o que é uma recuperação extrajudicial e quais os próximos passos da companhia

Grupo anunciou plano de recuperação neste domingo, com uma dívida estimada em R$ 4,1 bilhões. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento. Casas Bahia Divulgação/Casas Bahia Mais de oito meses após anunciar o fechamento de até 100 lojas e a demissão de seis mil funcionários, o Grupo Casas Bahia comunicou, neste domingo (28), que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para reestruturar dívidas estimadas em R$ 4,1 bilhões. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de parte de suas dívidas financeiras, que têm como principais credores o Bradesco e Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. A principal mudança foi uma renegociação de taxas e um alongamento de títulos de dívidas da empresa (debêntures) e de promessas de pagamento em favor das instituições financeiras (as Cédulas de Crédito Bancário ou CCBs). (saiba mais abaixo) LEIA TAMBÉM Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Desenrola para empresas e novo programa de crédito: ministro Márcio França fala ao g1 O processo é diferente de uma recuperação judicial, em que a companhia em crise financeira recorre à Justiça para entrar em um acordo com todos os seus credores. Na recuperação extrajudicial, a renegociação é feita diretamente com os principais credores para, depois, ser homologada pelo judiciário. "A recuperação extrajudicial é um instrumento em que a empresa começa a ter dificuldades em relação a um número restrito de credores, com o pagamento de só algumas dívidas. E aí, ela usa a recuperação extrajudicial, geralmente, quando há uma concentração no valor dessa dívida", destaca Nelson Bandeira, advogado especialista em finanças corporativas da Magma. No caso da Casas Bahia, as dívidas a serem renegociadas são apenas financeiras e, segundo a companhia, não devem impactar clientes, fornecedores, vendedores e colaboradores. Veja nesta reportagem: O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia Próximos passos Plano de Transformação da Casas Bahia O que é e como funciona uma recuperação extrajudicial A recuperação extrajudicial é um mecanismo legal que permite à empresa em crise financeira renegociar uma parte específica de suas dívidas, em um primeiro momento, apenas com seus credores mais estratégicos, explica Bandeira, da Magma. No caso da Casas Bahia, a companhia optou por renegociar títulos de dívidas financeiras que tinha com o Bradesco e o Banco do Brasil. Bandeira explica que a empresa que pede recuperação extrajudicial pode negociar em sigilo com esses credores mais estratégicos, até chegar a uma condição que seja benéfica para ambas as partes, e só depois tornar o processo conhecido. Isso porque, para o andamento de um processo desse tipo, o principal requisito é que os credores donos de, pelo menos, 51% dos créditos devidos pela empresa aceitem a proposta. Na recuperação judicial, para um plano ser aprovado, também é necessário que mais da metade de todos os credores, independentemente do valor dos créditos, aceitem. Por fim, para pedir a recuperação extrajudicial, a empresa: precisa estar em crise financeira comprovada; não ter nenhum sócio, controlador ou administrado condenado por práticas corporativas ilegais; não pode ter falido anteriormente, nem ter passado por recuperação judicial por, pelo menos, cinco anos. Número de empresas em recuperação judicial sobe no país O pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo, que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o reperfilamento de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Os principais aspectos do plano são um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Próximos passos Depois que a companhia chega a um acordo de recuperação extrajudicial com seus principais credores, o próximo passo é homologar o documento na Justiça, para que as condições estabelecidas na renegociação sejam aplicadas para os demais credores de dívidas da mesma natureza. No caso da Casas Bahia, considerando que a companhia está pedindo a recuperação apenas para alguns títulos de debêntures e CCBs, esses credores são investidores. Nelson Bandeira, da Magma, ressalta que investidores pessoa física que tenham adquirido alguma debênture da empresa que esteja no plano de recuperação extrajudicial também serão impactados pelo que foi definido no acordo com os principais credores. No caso, houve mudança de taxas de juros prometidas e de prazo de pagamento. É possível que algum credor minoritário recorra na Justiça contra esse acordo, em um prazo de até 10 dias após a homologação. No entanto, o advogado afirma que, se o juiz entender que o plano está dentro das regras legais e beneficia a continuidade da atividade econômica da empresa, dificilmente terá uma posição contrária à continuidade da recuperação. Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, comenta que o mercado enxerga com bons olhos o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, porque mostra que a empresa está comprometida em reestruturar suas operações e manter uma maior sustentabilidade financeira. "(O processo de recuperação extrajudicial) é menos custoso do que uma recuperação judicial e também limita o escopo às dívidas financeiras, não impactando outros pontos que uma eventual recuperação judicial poderia afetar", diz Daltozo. "Um dos destaques aqui é o reperfilamento de dívidas que venciam esse ano e no próximo. Ele traz um alívio para o caixa nesses próximos meses e, principalmente, veio com o custo menor o custo que tinha antes", prossegue. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado".


Contas do governo têm déficit de R$ 1,5 bi em março; Tesouro não descarta novas medidas para elevar receitas

Segundo o Tesouro, receita líquida em março foi de R$ 163,8 bilhões; a despesa ficou em R$ 165,3 bi. No primeiro trimestre, contas tiveram um saldo positivo de R$ 19,4 bi. Ministro da Fazenda Fernando Haddad. Nesta segunda (22) o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Cerimônia de Lançamento do Programa Acredita para iniciativas que dará apoio ao empreendedorismo, por meio de novas medidas de crédito e renegociação de dívidas para pequenos negócios. O objetivo é estimular a geração de renda, emprego e promover o crescimento econômico. TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO As contas do governo federal registraram déficit primário de R$ 1,53 bilhão em março deste ano, informou nesta segunda-feira (29) a Secretaria do Tesouro Nacional. O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo (não são considerados os gastos com o pagamento de juros da dívida pública). Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário. De acordo com o Tesouro Nacional, em março: A receita líquida foi de R$ 163,8 bilhões A despesa total foi 165,3 bilhões Segundo o governo, o déficit registrado em março é o maior, para o mês, desde 2022, quando o rombo somou R$ 6,97 bilhões (valor corrigido pela inflação). O déficit registrado das contas do governo em março aconteceu apesar do bom desempenho da arrecadação – que somou R$ 190,6 bilhões, recorde histórico para o período. "Em termos reais, a receita líquida [após as transferências aos estados e municípios] apresentou um acréscimo de R$ 12,6 bilhões (+8,3%), enquanto a despesa total registrou um aumento de R$ 6,8 bilhões (+4,3%), quando comparadas a março de 2023", informou o Tesouro Nacional. Tesouro não descarta medidas para elevar receitas Questionado se as receitas e despesas estão dentro da banda para atingimento da meta fiscal deste ano, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que os números mostram que “há um caminho para atingir os resultados previstos”. “O primeiro trimestre mostrou que é possível ficar dentro do intervalo da banda, não muito fora dele”, acrescentou. O secretário não afastou a necessidade de que sejam tomadas novas medidas para aumentar a arrecadação ainda em 2024, como forma de atingir as metas fixadas. “Outras medidas podem ser anunciadas para compensar eventual frustração de algum item de receita, mas o global da arrecadação tem performado. Não estamos longe de um patamar para ficar dentro das metas estabelecidas”, concluiu. Lula cobra de Haddad e Alckmin mais agilidade e diálogo com Congresso Parcial do ano e meta fiscal Ainda segundo o Tesouro Nacional, no acumulado dos três primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram superávit primário de R$ 19,43 bilhões. Com isso, houve piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um superávit fiscal de R$ 31,2 bilhões nas contas do governo. De acordo com o Tesouro Nacional, a receita líquida apresentou um aumento de R$ 44,9 bilhões (+9,1%) nos três primeiros meses deste ano, enquanto a despesa total aumentou R$ 58,2 bilhões (+12,7%), na comparação com o mesmo período de 2023. O governo informou que busca zerar o rombo das contas públicas neste ano, meta que consta na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) -- aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2023, o governo federal registrou um déficit primário (sem contar as despesas com juros) de R$ 230,5 bilhões. Foi o segundo pior resultado da série histórica. O objetivo de zerar o rombo fiscal neste ano é considerado ousado pelo mercado financeiro, que projeta um déficit em torno de R$ 80 bilhões para 2024. De acordo com o relatório de avaliação de receitas e despesas divulgado na semana passada, entretanto, as contas do governo deverão registrar um déficit de R$ 9,3 bilhões neste ano. Pelas regras do arcabouço fiscal, há uma banda de 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo da meta fiscal. Com isso, o governo pode registrar um rombo de até R$ 28,8 bilhões em 2024 sem que o objetivo seja descumprido. Em busca da meta fiscal, o governo aprovou, no ano passado, uma série de medidas para aumentar a arrecadação federal. O objetivo é elevar a arrecadação em R$ 168,5 bilhões em 2024.


Plano Safra: governo federal promete novo recorde para ciclo 2024/2025

Na Agrishow, ministro da Agricultura informou que política de financiamento para produtores rurais deve ter juros mais baixos do que até este ano. No programa atual, União disponibilizou R$ 435,8 bilhões. Plano Safra: governo disponibilizou quase R$ 436 bilhões para financiar produtores rurais em 2023 Jornal Nacional/ Reprodução Ainda sem antecipar valores, o ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro informou neste domingo (28) que o volume de recursos a serem oferecidos no Plano Safra 2024/2025 deve representar um novo recorde e com taxas de juros mais baixas do que as aplicadas no ciclo anterior. Anunciada anualmente geralmente no meio do ano, a principal política de financiamento da agropecuária brasileira representou R$ 435,8 bilhões em diferentes linhas no ciclo 2023/2024 para investimento, custeio e capital de giro em diferentes modalidades. Com uma elevação de 27%, até então esse é o maior valor já concedido ao setor na história. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Nas próximas semanas, de acordo com Fávaro, novas reuniões com outros ministros devem definir detalhes do programa. “Nós recebemos sugestões das entidades representativas de classe, que nos sugerem e mostram a necessidade de um Plano Safra ainda maior que o plano recorde de 2023/2024. E a expectativa é que a gente consiga, e já é determinação do presidente Lula, que o Plano Safra seja de novo recorde, seja maior, eficiente, traga oportunidade no campo”, disse o ministro. 📸 Veja fotos da Agrishow 2024: Agrishow 2024: g1 faz giro pela feira do agronegócio em Ribeirão Preto, SP Fávaro, que esteve em Ribeirão Preto no domingo com o vice-presidente Geraldo Alckmin na cerimônia oficial de abertura da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que abriu para o público nesta segunda-feira (29), também confirmou que as taxas de juros devem ser menores que as praticadas até este ano. “O Brasil ainda tem juros escandalosos. (...) Os juros começaram a ceder, certamente vão ceder no Plano Safra também. Serão menores do que no ano passado. De quanto [as taxas de juros] serão depende ainda dos cálculos do Tesouro, do orçamento, da responsabilidade fiscal.” Novas linhas de crédito O ministro ainda confirmou que os produtores rurais do país em breve poderão contar com novas linhas de crédito. Uma delas virá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), abrangendo de custeio a capital de giro e investimento, e de áreas como armazenagem, para produtores em dificuldades financeiras durante a safra, seja por questões climáticas ou de mercado. Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP) Rodolfo Tiengo/g1 “Essa é uma linha complementar à autorização do conselho monetário nacional, a pedido do presidente Lula para que todos aqueles que tiverem dificuldade possam prorrogar os seus investimentos ou custeios, para que possam ou se recapitalizar ou até pagar alguma dívida privada.” LEIA TAMBÉM Gestão remota e precisão: como novas tecnologias contribuem para manejo hídrico no campo Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Plano Safra: lideranças do agro pedem R$ 36 bilhões para investimento em máquinas agrícolas em 2024 Em paralelo a isso, quem atua com conversão de pastagens e produção sustentável no agro brasileiro poderá contar, em breve, com linhas de crédito a juros reduzidos, oferecidas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão Representação no Brasil, a Jica. Uma parceria que deve ser consolidada com a visita do primeiro ministro japonês ao Brasil. “A Jica, que é o banco de investimento japonês, anuncia pra agricultura e agricultura familiar uma linha de crédito com o Brasil, com juros bastante compatíveis, posso dizer a vocês: 2% ao ano, um pouquinho a mais que 2% ao ano, depois tem o spread bancário agregado a isso. Veja que não precisamos só pensar no tesouro, no orçamento geral da União para poder oferecer recursos competitivos aos produtores. É trabalhar nos mais variados aspectos pra que chegue recurso com juro barato e abundante para os nossos produtores.” Plano Safra Destinado a ajudar no custeio e nos investimentos do setor agropecuário brasileiro, o Plano Safra é divulgado todos os anos geralmente no período entre maio e junho e com validade entre julho e junho do ano seguinte. Para o período compreendido entre 2023 e 2024, o governo federal anunciou um total de R$ 435,8 bilhões, dos quais 73% já tinham sido utilizados até o início de abril. Mas valores voltados para renovação e expansão da frota agrícola já não estavam disponíveis. Enquanto o novo Plano Safra não é anunciado, diferentes entidades ligadas ao campo apresentam suas propostas. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), com outros sindicatos rurais, por exemplo, solicitou um montante total de R$ 568 bilhões para 2024/2025 e taxas de juros de até 9%. Representantes setoriais ligados à Agrishow, por sua vez, também apresentaram demandas específicas, que somam R$ 36 bilhões para investimentos em máquinas agrícolas. De acordo com Pedro Estevão Bastos Oliveira, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, foram solicitados R$ 26 bilhões pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), incluindo valores para o médio produtor (Moderfrota Pronamp), além de R$ 10 bilhões pelo Pronaf Mais Alimentos. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Casas Bahia anuncia plano de recuperação extrajudicial, com dívida estimada em R$ 4,1 bilhões

O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Loja Casas Bahia do bairro Retiro Reprodução/Google O Grupo Casas Bahia anunciou, na noite deste domingo (29), que entrou com um pedido de recuperação extrajudicial para o um alongamento e renegociação de taxas de juros para títulos de dívidas financeiras, estimadas em R$ 4,1 bilhões. Com o pedido, a empresa pretende reorganizar o perfil de dívidas financeiras que têm com o Bradesco e o Banco do Brasil. Juntos, os dois bancos detêm 55% dos créditos devidos pela varejista. Os principais aspectos do plano são: um alongamento da dívida da companhia, que pode ser paga, agora, em um período de até 72 meses (6 anos), uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, próxima da taxa básica de juros, a Selic), mais um adicional que pode variar de 1% a 1,5% ao ano. Além disso, a empresa terá um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal. LEIA TAMBÉM Via Varejo, Via, Grupo Casas Bahia: por que a empresa mudou de nome de novo? Desenrola para empresas e novo programa de crédito: ministro Márcio França fala ao g1 Antes a dívida da empresa deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo. O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores. Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações. Plano de Transformação da Casas Bahia O plano de recuperação extrajudicial vem em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários. Com essa transformação, a empresa calculava uma redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa — principalmente os itens de menor preço — para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia. Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade". Com o reperfilamento da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de R$ 4,3 bilhões no fluxo de caixa dos próximos quatro anos — sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024 — e garante que a nova estrutura de capital "melhora a perspectiva de crédito e traz flexibilidade na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores". "Novo fluxo de caixa gera maior segurança contra volatilidades do mercado, aumentando ainda mais a confiança na execução do Plano de Transformação", diz o comunicado da companhia. Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado". Número de empresas em recuperação judicial sobe no país


Reforma tributária: veja quais itens e atividades devem ter isenção, desconto ou imposto seletivo

Texto que regulamenta a reforma tributária sobre o consumo foi entregue pelo governo ao Congresso Nacional na última quarta-feira (24). Haddad entrega projeto de regulamentação de reforma tributária ao presidente da Câmara, Arthur Lira, na quarta-feira (24/04/24). Marina Ramos/Câmara dos Deputados O governo enviou ao Congresso Nacional o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo. O texto traz as regras para todos os produtos sujeitos aos novos Impostos sobre Valor Agregado (IVA) criados pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada no ano passado. A reforma tributária altera o atual sistema de cobrança de impostos para um formato de IVA Dual. Serão dois impostos que vão unir, de um lado, três tributos federais e, do outro, um estadual e um municipal: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) irá unificar o ICMS e o ISS (estadual e municipal); a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) vai unir PIS, Cofins e IPI (federais). Essa divisão já havia sido definida pela PEC do ano passado. Agora, a lei complementar define quais grupos de produtos terão regimes de cobrança diferenciada. Há setores da economia e categorias profissionais que podem ter isenções completas, descontos ou regimes específicos de tributação. Os principais são: desconto de 30% das alíquotas do IBS e da CBS; desconto de 60% das alíquotas do IBS e da CBS; isentos das alíquotas do IBS e da CBS; regime específico de tributação; imposto seletivo (ou "imposto do pecado", com cobranças mais altas). Para todos os demais grupos, as estimativas apontam que o IBS e a CBS, somados, devem chegar a um percentual médio de 26,5% — isso se os parlamentares não mudarem o texto para adicionar novos grupos com descontos ou isentos durante a tramitação da lei complementar. A fase de transição da reforma tributária prevê um "período de testes" que ainda irá calibrar a alíquota dos IVAs. Segundo o governo, a ideia é manter a carga tributária atual. Veja abaixo quais são os produtos que estão enquadrados em cada uma das categorias de exceção. Reforma Tributária: governo apresenta novas exceções Desconto de 30% De acordo com o projeto enviado pelo governo, terão redução de 30% nas alíquotas do IBS e da CBS profissões intelectuais de natureza científica, literária ou artística, submetidas à fiscalização por conselho profissional. Os trabalhadores liberais com esse desconto nos impostos serão: administradores; advogados; arquitetos e urbanistas; assistentes sociais; bibliotecários; biólogos; contabilistas; economistas; economistas domésticos; profissionais de educação física; engenheiros e agrônomos; estatísticos; médicos veterinários e zootecnistas; museólogos; químicos; profissionais de relações públicas; técnicos industriais; técnicos agrícolas; De acordo com o projeto, as alíquotas reduzidas se aplicam às seguintes regras: à prestação de serviços efetuada por pessoa física, desde que os serviços prestados estejam vinculados à habilitação dos profissionais; e à prestação de serviços efetuada por pessoa jurídica que cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos: os sócios devem possuir habilitações profissionais diretamente relacionadas com os objetivos da sociedade e devem estar submetidos à fiscalização de conselho profissional; não tenha como sócio pessoa jurídica; não seja sócia de outra pessoa jurídica; não exerça atividade diversa das habilitações profissionais dos sócios; e os serviços relacionados à atividade-fim devem ser prestados diretamente pelos sócios, admitido o concurso de auxiliares ou colaboradores. 73 milhões teriam direito ao 'cashback' de impostos na reforma tributária, diz Fazenda Desconto de 60% O projeto também estabelece a redução em 60% das alíquotas do IBS e da CBS sobre operações com os seguintes bens e serviços: serviços de educação; serviços de saúde; dispositivos médicos; dispositivos de acessibilidade próprios para pessoas com deficiência; medicamentos; produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; alimentos destinados ao consumo humano; produtos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa renda; produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura; insumos agropecuários e aquícolas; produções nacionais artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas e audiovisuais; comunicação institucional; atividades desportivas; e bens e serviços relacionados a soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética. De acordo com o projeto, os impostos reduzidos só serão aplicados caso se enquadrem em definições e regras específicas para cada um deles. As particularidades, nesse caso, vão do tipo de serviço prestado até listas específicas de medicamentos, por exemplo. Entre os alimentos, terão descontos de 60% das alíquotas: carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foies gras), carne caprina e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos; peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns, bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos); crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos; leite fermentado, bebidas e compostos lácteos; queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino; mel natural; mate; farinha, grumos e sêmolas, grãos esmagados ou em flocos e amido de milho; tapioca e seus sucedâneos; óleos vegetais e óleo de canola; massas; sal de mesa iodado; sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes; polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes. Bruno Carazza comenta sobre a regulamentação da Reforma Tributária Isentos Os bens e serviços que terão alíquotas do IBS e da CBS reduzidas a zero, observando definições e classificações, são: dispositivos médicos; dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; medicamentos; produtos de cuidados básicos à saúde menstrual; produtos hortícolas, frutas e ovos; automóveis de passageiros adquiridos por pessoas com deficiência ou com transtorno do espectro autista; automóveis de passageiros adquiridos por motoristas profissionais que destinem o automóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi); e serviços prestados por Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação – ICT sem fins lucrativos. Ainda de acordo com o projeto, entre os itens destinados à alimentação e classificados com imposto zero são: arroz; leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica; manteiga; margarina; feijões; raízes e tubérculos; coco; café; óleo de soja; farinha de mandioca; farinha, grumos e sêmolas, de milho, e grãos esmagados ou em flocos, de milho; farinha de trigo; açúcar; massas; pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal); produtos hortícolas, exceto cogumelos e trufas; ovos; frutas frescas ou refrigeradas e frutas congeladas sem adição de açúcar ou de outros corantes. Regime específico de tributação O projeto entregue pelo governo ao Congresso Nacional também prevê regimes específicos de tributação, que vão variar de acordo com cada setor ou operação. Entre os itens e atividades com cobranças específicas estão combustíveis, bares, restaurantes e transporte coletivo. No caso dos combustíveis, o texto determina, entre outros pontos, que o IBS e o CBS incidirão uma única vez sobre as operações, ainda que iniciadas no exterior, sobre gasolina, etanol, diesel, gás natural. As regras também incluem alíquotas uniformes em todo o território nacional, especificações por unidade de medida e diferenciações por tipo de produto. Além disso, as alíquotas serão reajustadas anualmente, observando o prazo mínimo de 90 dias entre sua fixação e início de vigência. Os itens e atividades enquadrados em regimes específicos de tributação são: combustíveis; serviços financeiros; planos de assistência à saúde; concursos de prognósticos (loterias, por exemplo); bens imóveis; sociedades cooperativas; bares, restaurantes, hotéis, parques de diversão e temáticos, transporte coletivo de passageiros e agências de viagem e de turismo; Sociedade Anônima do Futebol (SAF); missões diplomáticas, repartições consulares e operações alcançadas por tratado internacional. Não pagar imposto sobre imposto é uma qualidade, avalia Míriam sobre reforma tributária Imposto seletivo O governo também propôs, junto com os estados, que o imposto seletivo, chamado de "imposto do pecado", seja cobrado sobre alguns produtos e atividades específicos. O objetivo é que bens e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tenham um imposto maior do que o restante da economia. Os itens classificados como imposto seletivo são: veículos poluentes; embarcações e aeronaves; cigarros; bebidas alcoólicas; bebidas açucaradas; bens minerais extraídos, como minério de ferro, petróleo e gás natural. "O presente projeto especifica os produtos sobre os quais o imposto seletivo incidirá, bem como a forma pela qual se dará a tributação sobre cada categoria de produto. As alíquotas a serem aplicadas serão definidas posteriormente por lei ordinária", conclui o texto do projeto.


Agrishow: maior feira de tecnologia agrícola do país reúne produtores rurais do Brasil e do mundo em SP

Com quase 30 anos, evento em Ribeirão Preto abre com expectativa de receber 200 mil pessoas e de movimentar mais de R$ 13 bilhões em negócios. Baixa nos preços das commodities e alta nos juros são desafios para investimentos. Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil Cerca de 200 mil pessoas do Brasil e do mundo são esperadas a partir desta segunda-feira (29) para a 29ª edição da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola do país que acontece até sexta-feira (3) em Ribeirão Preto (SP). Pela primeira vez em quase três décadas, a tradicional solenidade com autoridades políticas foi realizada no domingo (28), um dia antes da abertura para o público, com o vice-presidente Geraldo Alckmin, além de ministros, em cerimônia fechada para imprensa e expositores. Com a promessa de ser uma vitrine do que há de mais moderno para a agricultura e a pecuária (veja vídeo acima), além de um termômetro da atividade econômica do campo, o evento do interior paulista projeta pelo menos igualar o volume recorde de negócios de R$ 13,2 bilhões registrado em 2023. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Isso porque o agro enfrenta desafios como baixa nos preços das commodities, eventos climáticos extremos que afetam as lavouras, taxas de juros elevadas para financiar novas máquinas e indisponibilidade imediata de recursos do Plano Safra. Público passeia pela Agrishow em Ribeirão Preto Érico Andrade/g1 Por outro lado, vive uma elevação no faturamento com exportações, a elevação de 15% do PIB do setor em 2023 e uma expectativa de crescimento para os próximos anos, para fazer frente à demanda de expansão na produção mundial de alimentos. "Não podemos dizer que vamos superar ou que vai ser menor. Só entendemos que estamos com uma expectativa positiva. Foi excelente no ano passado, queremos ao menos fazer o mesmo numero, muito embora com condições adversas", afirma João Carlos Marchesan, presidente da feira. Em um espaço de 520 mil metros quadrados, 800 expositores vão apresentar equipamentos como colheitadeiras, tratores e pulverizadores, além de tecnologias de monitoramento e de gestão de fazendas. Tratores, implementos agrícolas e tecnologias de irrigação e armazenagem de grãos também entram na lista de novidades. "Tivemos problemas de chuvas fora de época ou falta de chuva por causa do El Niño, então essas tecnologias, tanto da irrigação, quanto da armazenagem, também vêm bastante fortes para a feira. Você precisa dessa armazenagem e cuidar da irrigação das áreas onde choveu pouco, porque tivemos excesso em alguns lugares e falta de chuva em outros lugares. Esses setores vêm apresentando soluções sempre dinâmicas", afirma Liliane Bortoluci, diretora da Informa Markets, empresa organizadora da Agrishow. Muitos desses avanços estão ligados a inteligência artificial, processos robotizados, agricultura de precisão e fontes alternativas de energia que interessam para todos os portes de propriedades rurais. "Micro, pequeno, médio, grande, gigante, exportador, ele sempre vai encontrar a tecnologia ou a solução para a necessidade que está tendo no momento, independente da cultura com que trabalhe, se é soja, milho, algodão" Clientes e promotores em estande na Agrishow em Ribeirão Preto Érico Andrade/g1 Cada vez mais modernos, os drones também têm ganhado mais mercado e aplicações, e estão entre os destaques da feira. "Você tem drones pequenos que apresentam pequenas soluções e drones gigantescos que carregam a pulverização também, que carregam o liquido da pulverização. A adesão ao uso do drone que pode colaborar tanto para verificação de plantio, de terra, de chuva, teve uma adesão e está crescendo." LEIA TAMBÉM Um ano após impasse, Fávaro ameniza 'desconvite' da Agrishow: 'Não teve nada de pessoal' Como chegar à Agrishow? Vídeo mostra rotas de acesso à feira em Ribeirão Preto Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Armazenagem de grãos: entenda os desafios para conter déficit no país diante de produção crescente Plano Safra: lideranças do agro pedem R$ 36 bilhões para investimento em máquinas agrícolas em 2024 Em uma área tão grande, também há espaço suficiente para abrigar pavilhões temáticos, como o internacional, com tendências tecnológicas da Alemanha, Itália e China, um de produtos artesanais como queijos e charcutaria, e um local coberto todo dedicado a peças de reposição para as máquinas agrícolas. É o que Liliane define como "uma feira dentro da feira". "Uma característica é que o expositor visita esses expositores, porque ele também tem manutenção, também tem que ter o upgrade em seus equipamentos." Vista aérea da Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Marcelo Moraes/EPTV Rodadas internacionais e palestras Entre as milhares de pessoas que viajam ao interior de São Paulo esta semana e que devem ajudar a movimentar R$ 500 milhões na economia da região pelos próximos dias, além de produtores de diferentes estados brasileiros, a Agrishow deve receber visitantes do exterior, principalmente de países da América Latina e do continente africano. Uma parceria entre a Associação Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) vai promover uma rodada internacional de negócios entre compradores de cerca de dez países e 58 empresas brasileiras. África do Sul, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Panamá, Tanzânia, Turquia e Uruguai estão entre as nações com representantes na feira. "Vamos ter uma rodada de negócios internacionais que acontece durante dois dias, na área da Abimaq, uma área só para atendimento internacional." Fora dos espaços de negociação, os visitantes ainda poderão conferir programações paralelas de palestras, como no AgrishowLabs, com cerca de 40 startups, e pela iniciativa "Agrishow pra Elas", que reforça a participação feminina no agronegócio. Agrishow 2024 Quando: até 3 de maio, das 8h às 18h Onde: Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Km 321, Ribeirão Preto (veja aqui como chegar) Ingressos: R$ 120 na bilheteria local ou com descontos pelo site da feira Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Educação Financeira #292: como vai funcionar o Desenrola para micro e pequenas empresas

Episódio traz entrevista exclusiva do ministro Márcio França, do Empreendedorismo, Micro e Pequenas Empresas, além de dicas da planejadora financeira Viviane Ferreira. Divulgado na última segunda-feira (22), o Desenrola Pequenos Negócios é o novo programa de renegociação de dívidas voltado para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte do governo federal. A iniciativa faz parte do Programa Acredita, que tem como objetivo aumentar o acesso ao crédito no país. O Desenrola Pequenos Negócios pretende renegociar débitos de empreendedores que faturam até R$ 4,8 milhões por ano. Os interessados poderão quitar, à vista ou parcelado, as dívidas bancárias feitas pelo próprio CNPJ ou pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Para participar da iniciativa, será necessário acessar uma plataforma de renegociação da mesma forma como ocorreu com o Desenrola para pessoas físicas – que quitou mais de R$ 50 bilhões de 14 milhões de pessoas. Para explicar como vai funcionar o Desenrola Pequenos Negócios, este episódio contou com a presença de Márcio França, ministro do Empreendedorismo, Micro e Pequenas Empresas. Veja também a entrevista em vídeo. A edição também falou com a planejadora financeira Viviane Ferreira, para fornecer dicas de como os empreendedores podem aproveitar melhor o novo programa para acabar com os entraves financeiros. OUÇA O PODCAST ABAIXO: * Estagiária sob supervisão de Raphael Martins Ouça também nos tocadores Spotify Amazon Apple Podcasts Google Podcasts Castbox Deezer Logo podcast Educação Financeira Comunicação/Globo O que são podcasts? Podcasts são episódios de programas de áudio distribuídos pela internet e que podem ser apreciados em diversas plataformas — inclusive no g1, no ge.com e no gshow, de modo gratuito. Os conteúdos podem ser ouvidos sob demanda, ou seja, quando e como você quiser! Geralmente, os podcasts costumam abordar um tema específico e de aprofundamento na tentativa de construir um público fiel.


Abono salarial: governo estima que 25,8 milhões têm direito em 2025; Tesouro quer 'aprimorar' benefício

Economistas criticam alto custo do repasse, que pode atingir R$ 30,6 bilhões em 2025. Benefício é gasto obrigatório, ou seja, só pode ser alterado ou extinto com uma PEC. Fila em agência da Caixa, em imagem de arquivo MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL O governo federal estima que 25,8 milhões de trabalhadores terão direito a receber o abono salarial em 2025. A informação consta no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, enviada ao Congresso Nacional na semana passada. O benefício está na Constituição e prevê o pagamento de até um salário mínimo (R$ 1.412, hoje) por ano a trabalhadores que recebem, em média, até dois salários mínimos mensais (R$ 2.428, pelo valor atual). Para receber, é preciso que o trabalhador: tenha trabalhado pelo menos 30 dias no ano anterior; estejam cadastrados no PIS ou no Pasep há pelo menos cinco anos. O abono salarial é alvo de críticas por alguns economistas, por conta de seu alto custo -- projetado em R$ 30,6 bilhões em 2025 -- e por não ser focado na parcela mais pobre da população. O benefício é classificado como um gasto obrigatório – ou seja, que só pode ser alterado ou extinto mediante Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Projetos desse tipo têm uma tramitação mais extensa e precisam de mais votos de deputados e senadores para serem aprovados. Se encerrado o benefício, o espaço liberado para outras despesas superaria R$ 300 bilhões em dez anos – pois o valor é corrigido anualmente. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou ao g1 que há discussões dentro do governo sobre eventuais aprimoramentos no abono salarial, mas não sobre sua extinção. Sem espaço no orçamento A avaliação de analistas é de que a limitação ou o fim do abono salarial ajudariam a evitar a compressão dos gastos livres dos ministérios. Entre esses gastos livres, estão: luz, telefone, bolsas de estudo, fiscalização ambiental e do trabalho e emissão de passaporte. Sem limitação de despesas obrigatórias, o Tesouro Nacional espera que os gastos livres dos ministérios não tenham mais espaço a partir de 2030. A explicação é que o arcabouço fiscal – as novas regras para as contas públicas, aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado – fixou um teto para as despesas do governo federal. Elas não podem subir mais do que 70% da alta da receita, e não podem avançar mais do que 2,5% por ano, acima da inflação (foi proposto um intervalo de alta real de 0,6% a 2,5%). Estudo da Consultoria de Orçamento da Câmara mostra que, entre 2009 e 2016, antes do teto de gastos, as despesas totais do governo (sem contar o orçamento financeiro, da dívida pública) cresceram em média 4,6% ao ano em termos reais (acima da inflação). Ou seja, acima do limite de 2,5% em termos reais da nova regra fiscal. Isso porque despesas previdenciárias, por exemplo, sobem mais do que 2,5% por ano. Por conta do limite de gastos do arcabouço fiscal, economistas avaliam que é importante cortar despesas obrigatórias, por meio de mudanças em leis, para evitar que os gastos livres dos ministérios fiquem sem espaço com o passar do tempo, e também para ajudar a cumprir as metas fiscais. Em 2025, por exemplo, somente 7,4% das despesas do governo podem ser alocadas livremente pelo governo. Elas estão projetadas em R$ 173 bilhões, para uma despesa total de R$ 2,35 trilhões. Em 2028, a projeção da área econômica é que o espaço para gastos livres cairá para 3,8% da despesa total. Câmara aprova arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos Críticas ao abono salarial De acordo com análise do economista Fabio Giambiagi publicada em 2022, o abono salarial: não combate o desemprego, pois quem recebe o abono está empregado; não combate a miséria, porque quem recebe o abono não está entre os 20% mais pobres do país. "Ele [abono salarial] ajuda a reduzir a informalidade? Não, porque quem recebe o benefício já está no mercado formal", concluiu, em artigo. Estudo promovido pela equipe econômica de Paulo Guedes, que comandava a Economia na gestão Jair Bolsonaro, também apontou que, do ponto de vista distributivo, a maior parte do benefício tende a se concentrar nas camadas de renda média da população. "Consequentemente, o abono tem pouco efeito sobre o nível geral de desigualdade e pobreza da economia, embora contribua para uma redução da desigualdade dentro do grupo de trabalhadores formais", diz o estudo. A equipe de Paulo Guedes chegou a cogitar mudanças no abono salarial para destinar mais recursos ao Renda Brasil, programa de transferência de renda, mas a iniciativa foi abortada por Bolsonaro. O que diz o Tesouro Nacional Em entrevista ao g1 e à TV Globo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que há discussões sobre possíveis mudanças no abono salarial, mas não sua extinção. "Muitos discutem se atrelar ele a um objetivo, uma ação, continuar destinando ele. Para ter algum norte específico que possa ter um efeito estrutural. Vincular à educação do filho, mas não há um debate maduro dentro do governo sobre isso. Na esteira de coisas que precisam ser enfrentadas, essa é uma matéria que há discussões e subsídios sobre isso. Não no sentido de cortar o abono, acho que não é esse. A postura do governo dificilmente seria nesse sentido", disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron. De acordo com ele, a vinculação do abono salarial a um objetivo específico é uma proposta já debatida dentro do governo. "Que em algum momento pode ser discutido. Um aprimoramento que continue dando o benefício mas também junto com ele venha um objetivo claro de atendimento de política pública", afirmou o secretário do Tesouro Nacional.


Nosso Campo mostra como funciona centro de coleta de sêmen de touros

Uma dieta bem elaborada para os bovinos é de extrema importância para o fornecimento de energia e longevidade, além de contribuir para a qualidade do sêmen. Nosso Campo mostra como funciona centro de coleta de sêmen de touros Nosso Campo/Reprodução Em uma propriedade no interior de São Paulo, uma área de 150 hectares reúne mais de 30 raças de touros nacionais e importados. São 450 animais eficientes e com altas taxas de fertilidade, característica muito bem aproveitada para aumentar a quantidade de prenhez no campo. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp No local, em Itatinga (SP), funciona um centro de coleta e processamento de sêmen, um dos oito que existem no Brasil. Os animais que chegam cumprem uma quarentena, passam por uma bateria de exames e avaliações para saber se estão saudáveis. Uma dieta bem elaborada para os bovinos é de extrema importância para o fornecimento de energia e longevidade, além de pastar nos piquetes. Baseada em silagem de milho e feno, feitos dentro da propriedade, ração concentrada à base de soja e milho, além de um núcleo mineral, macros e micros minerais específicos para touros de alta performance. De acordo com o zootecnista, Bruno de Barros, a qualidade do sêmen do animal começa na alimentação, que deve ser repleta de nutrientes para o desenvolvimento reprodutivo. Veja a reportagem exibida no programa em 28/04/2024: Nosso Campo mostra como funciona centro de coleta de sêmen de touros VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo


Pequenas propriedades de São Roque lucram com o turismo

Rota do vinho é destaque no turismo de São Roque (SP), mas quem visita a cidade encontra muito mais. O contato com a natureza e gastronomia variada são outros pontos fortes do município. Pequenas propriedades de São Roque lucram com o turismo Reprodução/Nosso Campo A zona rural de São Roque (SP) possui muitas propriedades ligadas ao turismo. A rota do vinho é uma das principais atrações, mas quem visita a cidade pode aproveitar o contato com a natureza e a gastronomia variada. E é da gastronomia que vem parte do impulso para o agronegócio, outro ponto importante para o município. Lá, a alcachofra ganhou espaço nos campos e nas mesas. A maior parte da venda da flor comestível é feita para o comércio local, atendendo turistas e moradores. Hector levou a esposa para comemorar o aniversário de casamento na cidade, foi a primeira vez do casal em São Roque. “Minha cunhada deu a dica de comprar alcachofra”, comenta. Veja a reportagem exibida no programa em 28/04/2024: Pequenas propriedades de São Roque lucram com o turismo A empresária Ana Lídia viu de perto o crescimento do setor gastronômico. Ela trabalha com o plantio de alcachofra, o que possibilita a criação de receitas com a flor em seu restaurante. Segundo a empresária, o restaurante recebe, em média, 200 visitantes por fim de semana. Ana Lídia, empresária e produtora rural em São Roque (SP), e Thais Pimenta, repórter da TV TEM Reprodução/Nosso Campo As alcachofras de São Roque são germinadas a partir de brotos selecionados. Mas o município não é conhecido apenas pelo plantio da flor, outro destaque na agricultura e gastronomia é o morango. A fruta ajuda no sustento da família Orantas, que tem uma produção orgânica de morango. Segundo a produtora rural Marília Orantas, a família adota medidas naturais para proteger a plantação de pragas e não ter que recorrer a defensivos químicos. Família de Marília Orantas produz morango em São Roque (SP) Reprodução/Nosso Campo O vermelho vibrante e o tamanho do morango chamam atenção. Para chegar neste resultado, a produtora segue algumas estratégias durante o plantio e colheita da fruta. “Tem todo o manejo que a gente cuida, um balanceamento nutricional. Mas é muito importante colher ele maduro. O morango é uma fruta que não amadurece depois que você colhe”, explica Marília. Produção de morango orgânico da Marília Orantas chama atenção dos turistas que visitam São Roque (SP) Reprodução/Nosso Campo São 1,5 mil pés da fruta na produção da família Orantas. Quem turista por lá, pode comer morango direto do pé. As visitas são agendadas e feitas em pequenos grupos. Além dos morangos, a família também cultiva ervas, como louro, lavanda, manjericão e alecrim, que são vendidas desidratadas para quem deseja um produto aromático ou terapêutico. Família Orantas produz ervas para comercialização em São Roque (SP) Reprodução/Nosso Campo A rota gastronômica de São Roque também tem espaço para os fãs de chocolate. Andrea Freire é gerente de uma das lojas da cidade que vende produtos à base do cacau. “O pessoal fica super à vontade na loja. Quem já conhece, sempre volta. Quem não conhece, fica super emocionado quando prova o chocolate daqui,” afirma Andrea. Andrea Freire, gerente de loja de chocolates em São Roque (SP) Reprodução/Nosso Campo São produções agrícolas que impulsionam a economia local, criam empregos e contribuem para o desenvolvimento da comunidade rural e toda a cidade de São Roque. Turismo rural em São Roque (SP) movimenta economia da cidade, gera emprego e renda Reprodução/Nosso Campo VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo


Safra da cana movimenta usinas do interior de SP

O período de colheita da cana está a todo vapor. Em uma usina de Potirendaba (SP), a expectativa é colher mais de 17 milhões de toneladas até o final de novembro. Safra da cana movimenta usinas do interior de SP Reprodução/TV TEM Na região de São José do Rio Preto (SP), a expectativa de safra de cana-de-açúcar sempre é alta. Porém, devido ao clima, tudo indica que a produtividade será inferior ao ano passado. Chuvas em calor não podem faltar ou vir em excesso, caso contrário, o resultado é prejuízo. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Em uma usina de Potirendaba (SP), que produz em mais quatro cidades do noroeste paulista, a colheita já está a todo vapor. Neste ano, a expectativa é colher 17,7 milhões de toneladas até novembro, volume 10% menor comparado a 2023. Veja a reportagem exibida no programa em 21/04/2024: Safra da cana movimenta usinas do interior de SP Para este ano, a estratégia de produção será completamente diferente. Na safra anterior, as 4,3 milhões de toneladas moídas foram principalmente para o etanol. Agora, a produção do açúcar está compensando mais. “Em 2023, ainda existia uma boa remuneração do etanol, e era possível estabelecer uma boa proporção com os outros produtos. Com a recuada do preço, nosso principal objetivo no momento é destinar a safra para o açúcar”, explica Luiz Gustavo Ares Kabbach, gerente de planejamento da usina. VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo


A ex-aeromoça que se tornou presidente de uma das maiores companhias aéreas do mundo

Tottori não é apenas a primeira mulher a liderar a companhia aérea: ela iniciou a carreira como comissária de voo. Mitsuko Tottori iniciou a carreira como comissária de bordo. Getty Images via BBC A nomeação de Mitsuko Tottori como a nova CEO da Japan Airlines (JAL) causou uma onda de choque em todo o setor corporativo do Japão. Tottori não é apenas a primeira mulher a liderar a companhia aérea: ela iniciou a carreira como comissária de voo. À época, as manchetes usavam termos que iam desde "primeira mulher" e "primeira ex-comissária de bordo" a "algo incomum" e "de jeito nenhum!" Um site até a descreveu como "uma alienígena" ou "uma mutante", em referência ao fato de ela também ter trabalhado na Japan Air System (JAS), uma companhia aérea muito menor, comprada pela JAL há duas décadas. "Eu não sabia que era uma mutante alienígena", brinca Tottori, em entrevista à BBC News direto de Tóquio. Ela não pertencia ao grupo de elite de empresários que a transportadora costumava nomear para o cargo mais importante. Dos últimos dez homens que ocuparam o cargo, sete foram educados na melhor universidade do país. Já Tottori se formou em uma faculdade de muito menos prestígio, reservada só para mulheres. Com a nomeação de Tottori, a JAL juntou-se ao grupo de menos de 1% das principais empresas do Japão que são lideradas por mulheres. "Não me considero a 'primeira mulher' ou a 'primeira ex-comissária de bordo'. Quero atuar como profissional, por isso não esperava receber tanta atenção." "Mas percebo que o público ou nossos funcionários não me veem necessariamente assim", acrescenta ela. A nomeação dela ocorreu apenas duas semanas depois que os comissários de bordo da JAL foram elogiados no mundo inteiro pela evacuação bem-sucedida dos passageiros de um avião, que colidiu com uma aeronave da guarda costeira durante o pouso, no início de janeiro. Avião pegou fogo após colidir com aeronave menor. Reuters via BBC O voo 516 da Japan Airlines pegou fogo após a colisão na pista do aeroporto de Haneda, em Tóquio. Cinco dos seis tripulantes do avião menor, da guarda costeira, morreram e o capitão ficou ferido. No entanto, poucos minutos após a colisão, todas as 379 pessoas a bordo do Airbus A350-900 escaparam em segurança. O treinamento rigoroso dos comissários de bordo da companhia aérea ganhou destaque internacional. Como ex-comissária de bordo, Tottori aprendeu logo no início da carreira a importância da segurança no ramo da aviação. Quatro meses depois de ela se tornar comissária de bordo em 1985, a Japan Airlines se envolveu no acidente aéreo mais mortal da história, que matou 520 pessoas no Monte Osutaka. "Cada membro da equipe da JAL tem a oportunidade de escalar o Monte Osutaka e falar com aqueles que se lembram do acidente", diz Tottori. "Também exibimos destroços de aeronaves em nosso centro de promoção de segurança. Em vez de apenas ler sobre isso em um livro, olhamos com nossos próprios olhos e sentimos na nossa própria pele o que significou esse acidente." Embora a nomeação dela para o cargo mais alto da empresa tenha sido uma surpresa, a JAL mudou rapidamente desde que entrou em processo de falência em 2010, naquele que foi o maior fracasso empresarial do Japão fora do setor financeiro. A companhia aérea conseguiu continuar a operar graças a um grande apoio financeiro estatal. A empresa também passou por uma reestruturação abrangente, com um novo conselho e uma gestão repaginada. O "salvador" da JAL foi Kazuo Inamori, um monge budista aposentado, então com 77 anos. Sem a influência transformacional dele, é improvável que alguém como Tottori pudesse se tornado líder da JAL posteriormente. Numa entrevista à BBC News em 2012, Inamori não mediu palavras para dizer que a JAL era uma empresa arrogante, que não se importava com os seus clientes. Sob a liderança dele, a companhia aérea promoveu e deu destaque para pessoas que estavam nas operações de linha de frente, como pilotos e engenheiros. "Eu me senti muito desconfortável, porque a empresa não parecia uma companhia privada", declarou Inamori à época (ele morreu em 2022). A JAL percorreu um longo caminho desde então — e a atenção que a primeira mulher presidente da empresa recebe agora não chega a surpreender. O governo japonês tenta há quase uma década aumentar o número de mulheres que lideram empresas no país. A meta é que um terço dos cargos de liderança nas grandes companhias sejam ocupados por mulheres até 2030 — a meta que havia sido estabelecida para 2020 não foi atingida. "Não se trata apenas de mudar a mentalidade dos líderes empresariais, mas também é importante que as mulheres se sintam confiantes para se tornar gestoras", afirma Tottori. "Espero que minha posição encoraje outras mulheres a tentar coisas que antes elas tinham medo." Banco Central do Japão sobe taxa básica de juros do país


Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa

Com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. Produtores de gado de MS apostam na tecnologia para garantir selo de qualidade No Centro-oeste do Brasil, produtores de Mato Grosso do Sul estão investindo em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação. Uma boiada vai ser monitorada pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul, a IAGRO, da fazenda até o frigorífico. "Se a IAGRO parar a gente, eles vão puxar no tablet deles ou no computador e vai aparecer que a gente fez no aplicativo da IAGRO e o gado já está sendo monitorado", explica o motorista Isaías Soares Lima. Tudo é acompanhado de uma central para garantir que o gado esteja livre de qualquer possibilidade de contaminação. "O animal saiu, foi embarcado em tal momento, em tal lugar, e depois ele foi até o seu destino. Tem todo o roteiro onde ele passou. Se caso ele tiver fora desse roteiro, automaticamente, você tem uma ação que você pode tomar em relação a isso", explica Daniel Ingold, diretor da IAGRO. Se o motorista desviar do trajeto, um sinal é emitido na central de monitoramento e a equipe volante da IAGRO que estiver mais perto do local é acionada para abordar o caminhoneiro na rodovia. Uma média de 300 caminhões são fiscalizados por dia no estado. A atenção é ainda maior nas regiões de fronteira. "Nós ampliamos e intensificamos a fiscalização nas fronteiras com a Bolívia e com o Paraguai, porque são países que ainda não são declarados livres de aftosa sem vacinação", afirma o fiscal Fábio Nantes. Produtores de MS investem em tecnologia para manter o estado como área livre de febre aftosa Reprodução/TV Globo Foi investindo em cuidados mais rigorosos que Mato Grosso do Sul e mais 16 estados foram reconhecidos como zona livre da febre aftosa sem vacinação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, um quadro bem diferente do enfrentado em 2005, por exemplo, quando um surto de febre aftosa no estado abalou a economia brasileira. Milhares de animais foram sacrificados, vários países proibiram a importação de carne do Brasil. O setor só se recuperou três anos depois. Agora, com o selo de zona livre de febre aftosa, o setor espera ter uma economia direta de R$ 2,2 bilhões por ano. "Nós temos uma redução de custos com a própria vacina, embora não seja o grande fator. O grande fator justamente é o deslocamento do rebanho para aplicação dessa vacina", ressalta Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro. "Economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa aí 30 dias às vezes e está toda a equipe só fazendo uma vacina", festeja o produtor rural Hélio Lima. País da pecuária bovina O Brasil é o principal exportador de carne bovina do mundo. A projeção para 2024 é que o país embarque 2,85 milhões de toneladas de proteína. A meta do Ministério da Agricultura é tornar todo o país livre de febre aftosa sem vacinação até 2026 e, com isso, conquistar novos mercados. “Aumenta a vitrine, a gente tem o nosso produto credenciado, devidamente rastreado, devidamente certificado. Os mercados sabem dessa importância, então nós vamos ficar com diálogo, com um relacionamento, com o comércio mais perto da gente com os melhores mercados”, fala o superintendente do ministério em Mato Grosso do Sul, José Antônio Roldão. Na fazenda do Hélio Lima, em Campo Grande, a última vacinação contra a febre aftosa foi há 10 meses e não deve se repetir. “Isso foi muito importante porque economiza tempo, economiza trabalho, economiza dinheiro. É um trabalho que ocupa até 30 dias com toda a equipe só fazendo uma vacina”, conta. LEIA TAMBÉM: Vacinação contra febre aftosa acaba este mês e não será prorrogada no AM, alerta Adaf Proposta de reforma tributária prevê sorteios em dinheiro para quem pedir nota fiscal Número de brasileiros com problemas de pressão alta foi recorde em 2023, aponta levantamento


Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente

Projeto foi criado pela Embrapa Instrumentação em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Primeiro, foi feito em escala de laboratório e, agora, o objetivo é aumentar a quantidade e encontrar empresas interessadas. Pesquisadores da Embrapa e da UFSCar desenvolvem filme bioplástico com casca de banana Ela é a fruta mais produzida no mundo, cultivada em 125 países, e a preferida entre os brasileiros. "Eu gosto muito da fruta, mas a casca da banana vai pro lixo. Do lixo direto para os laboratórios. Pesquisadores da Embrapa Instrumentação e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram através da casca da banana um filme bioplástico que pode ser utilizado como embalagem primária, aquelas que ficam em contato direto com os alimentos. Além de não agredir o meio ambiente, ela ainda protege o produto embalado. "As cascas têm propriedades antioxidantes. Os filmes e propriedades de bloqueio parcial de luz ultravioleta, reduzindo as taxas de oxidação dos alimentos", diz Henriette Azeredo, pesquisadora da Embrapa. Processo de transformação Pesquisadores brasileiros desenvolvem filme bioplástico com casca de banana que não agride o meio ambiente Reprodução/TV Globo O processo começa com a desidratação das cascas. Depois de trituradas, elas são diluídas. Em um equipamento, a mistura passa por um tratamento que usa água como reagente, um processo muito mais limpo e ecologicamente adequado. "O tratamento hidrotérmico é pioneiro para a produção de filmes bioplásticos a partir de resíduos, e o objetivo dele é desestruturar. Nesse caso, a casca de banana, liberando alguns compostos de interesse que tem dentro dessa estrutura, de modo que, quando a gente vai produzir o filme, eles se reorganizem, possibilitando a formação de um filme coeso, um filme íntegro", diz Rodrigo Duarte Silva, pesquisador da Embrapa. Na sequência, a biomassa é espalhada em lâminas e levadas para as estufas. Cerca de 24 horas depois, o biofilme já esta pronto pra ser usado. "Quando esse material vai para a natureza, ele não é tão persistente como os plásticos convencionais, então ele vai se biodegradar e ser reassimilado ao ciclo biológico, muito mais rapidamente", explica Caio Gomide Otoni, pesquisador da UFSCar. A pesquisa foi publicada pela revista científica americana Journal of Cleaner Production no início do ano. "O processo foi feito em escala de laboratório. O próximo passo seria aumentar a escala e fazer uma escala piloto, até surgirem empresas interessadas para tentar isso em escala maior", finaliza Henriette Azeredo.


Mega-Sena: ninguém acerta e prêmio acumula

A estimativa para o próximo sorteio é de R$ 6.500.000,00. Mega-Sena resultado 2718 Reprodução Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.718 da Mega-Sena e o prêmio acumulou. Os números sorteados pela Caixa Econômica Federal na noite deste sábado (27) foram: 41 - 34 - 59 - 46 - 30 - 06 A estimativa para o próximo sorteio, na terça-feira (30), é de R$ 6.500.000,00. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5. A Mega soma três sorteios semanais: às terças, quintas e aos sábados. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Gestão remota e precisão: como novas tecnologias contribuem para manejo hídrico no campo

Soluções de irrigação inteligente prometem diminuir consumo de água em até 50%. Inovações poderão ser conferidas na 29ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto. Tecnologias de irrigação ajudam a enfrentar desafios hídricos no campo Saulo Coelho Nunes/ Embrapa A agricultura é a atividade econômica que mais consome água no planeta, segundo o Fundo de Nações Unidas para a Agricultura e Alimentos (FAO), e quem lida diretamente com a tarefa vital de produzir alimentos enfrenta cada vez mais desafios para manter a produção crescente e a viabilidade financeira em meio às mudanças climáticas. Com um olhar atento para o manejo, diferentes empresas têm apresentado aos produtores rurais novas soluções em irrigação, de gestão remota a técnicas de controle de volume, que ajudam a otimizar recursos hídricos, com avanços que podem trazer respostas positivas tanto para o meio ambiente quanto para os custos na lavoura. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Parte dessas inovações poderão ser conferidas de perto durante a Agrishow, principal feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece de 29 de abril a 3 de maio em Ribeirão Preto (SP). “No quesito gerenciamento e manejo da água de irrigação, o Brasil é referência e exportador de tecnologia. A tecnologia brasileira tem sido adotada a largos passos na produção irrigada dos Estados Unidos, Europa. Apesar disso, ainda há muito espaço para avanço na adoção das tecnologias de gerenciamento sustentável da irrigação, sobretudo dentre os pequenos produtores", afirma Vinicius Bof Bufon, pesquisador da Embrapa. Sistema de irrigação da empresa Lindsay Divulgação/ Lindsay Pivôs de irrigação Experiente agricultor que gerencia pouco mais de 3 mil hectares de feijão, milho e soja em uma fazenda no interior do Mato Grosso, Valter Peruzi conta atualmente com 15 pivôs de irrigação, todos capacitados para permitir controle à distância e obter relatórios de atividade. "Temos todas as informações na palma da mão, em qualquer lugar conseguimos saber como o pivô está operando”, diz. Usado em culturas como milho, soja, trigo, algodão, além de pastagens, o pivô de irrigação atende a grandes áreas de forma eficiente. Consiste em uma estrutura de regadores em formato de "U" ou "L" montada sobre rodas que se movem em torno de uma torre de suporte. Segundo o produtor, esses equipamentos ajudam, por exemplo, a elevar em até 50% a produção de soja, além de garantir mais previsibilidade para o cultivo. "As vantagens da irrigação com pivô são muitas. Se uma variedade de soja tem potencial de produzir 80 sacas por hectare, com o pivô o resultado chega a próximo disso. Já sem a irrigação essa média cai para 40 ou 50 sacas por hectare. Outra vantagem é que, independentemente se chover ou não, conseguimos seguir o calendário de plantio e isso faz muita diferença. É uma segurança. Se plantamos temos a certeza que vamos colher." É uma variação desse sistema que a Lindsay América Latina deve lançar na Agrishow: o pivô Corner, que permite ampliar a área produtiva irrigada em até 25%, adaptando-se a áreas desiguais, como bordas de matas e estradas. “Ele consegue se modelar e se adaptar às áreas por sua angulação trazendo ganho de 25% da área irrigada com pouco investimento. Estamos falando da máxima tecnologia, de forma otimizada e alta produtividade, próximo ao teto de tudo", diz Peruzzi, um dos primeiros produtores a utilizar o equipamento. Além disso, a empresa vai lançar um sistema com inteligência artificial que oferece análises detalhadas em tempo real para gerenciamento eficiente da água na irrigação, permitindo ajustes remotos para maximizar os rendimentos. Equipamento automatiza leitura de sensores de solo para otimizar irrigação Divulgação Sensores de solo Em 2023, o Brasil produziu 37,9 milhões de sacas de café arábica, quase 40% da produção mundial dessa variedade. Em Minas Gerais e São Paulo, a Fundação Procafé observou uma elevação de 29% no volume produzido e um dos motivos é associado ao avanço das tecnologias usadas na irrigação. Uma delas é o sensor de solo, também chamado de tensiômetro, que levou a uma redução de 56% no volume de água utilizado na irrigação de cafezais de Pedregulho (SP) sem prejudicar as plantações, segundo um estudo da fundação. A tecnologia, além de monitorar o nível de irrigação retida no solo em tempo real, associa essa informação com o acompanhamento de dados de chuva e umidade relativa do ar. “Os resultados mostraram uma economia expressiva de água em todos os setores analisados. Em média, a irrigação baseada nos sensores demandou 9,2 litros por hora por hectare, enquanto a calculada sem esses sensores foi de 16,4 litros por hora por hectare”, conta o especialista agronômico Rafael Pereira Gonzaga. A economia de água correspondeu a 972 metros cúbicos por hectare indicando que, mesmo com recursos hídricos limitados, um manejo adequado pode otimizar a água na cafeicultura e irrigar mais hectares. Em empresas como a Netafim, presentes na Agrishow deste ano, esse sistema promete níveis de economia de água acima dos 50% em comparação com áreas sem o equipamento. LEIA TAMBÉM Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto Impulsionadas pelo agro, cooperativas de crédito ganham espaço e prometem ampliar recursos a produtores Irrigação controlada A irrigação não demanda necessariamente cobrir a maior parte das áreas. É o que explica Vinícius Bufon. Um estudo realizado em Ribeirão Preto propôs duas abordagens mais sustentáveis para uma usina de cana-de-açúcar com a irrigação de salvamento e a irrigação deficitária. A irrigação de salvamento é aplicada para garantir a sobrevivência da plantação em condições de seca severa e falta de recursos hídricos, com atendimento de água em 32% da área. Na irrigação deficitária, destinada a otimizar os recursos disponíveis e buscar benefícios específicos, esse número aumentaria para 45%. Os dois cenários demonstraram aumentos na eficiência do uso da terra e redução nos custos de produção de cana. Bufon destaca que tanto no primeiro quanto no segundo caso haveria economias significativas no consumo de calcário, gesso, fósforo, nitrogênio, potássio, diesel, etanol e gasolina. “Investir na irrigação da menor fração das áreas é mais vantajoso do que expandir horizontalmente, economizando recursos e reduzindo custos. A expansão horizontal exigiria a aquisição de mais terra, resultando em custos adicionais de formação de canaviais e uma série de outras desvantagens”, afirma o pesquisador da Embrapa. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Produtores de laranja usam 'protetor solar' nas plantas para evitar prejuízos com calor excessivo no interior de SP

Safra em Aguaí (SP) deve ser impactada porque frutos estão sendo queimados no pé pela alta insolação. Produção de laranja de Aguaí é prejudicada por causa do excesso de calor e de chuva Produtores de laranja do interior de São Paulo estão usando "protetor solar" nas laranjeiras para tentar diminuir os prejuízos causados pelo excesso de sol. O calor é um dos fatores que tem prejudicado as últimas safras de laranja. O excesso de sol tem causado queimaduras nos frutos. É como se o óleo essencial presente na casca fritasse a parte externa do fruto. 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Excesso de insolação e altas temperaturas têm queimado laranjas no interior de São Paulo e afetado a safra da fruta Rodrigo Sargaço/EPTV "A fruta exposta ao sol da tarde recebe maior insolação, danifica e acaba queimando, necrosando. A tendência dessa fruta é cair e, se não cair, ela vai ficar seca por dentro no local onde ela recebeu maior temperatura", explica o citricultor Antônio Carlos Simonetti. Pra diminuir o impacto do sol nas frutas, ele tem aplicado um "protetor solar" nas laranjeiras da sua propriedade em Aguaí (SP). O produto é pulverizado sobre as plantas e cria uma camada protetora que bloqueia os efeitos dos raios solares e diminui a temperatura em até 5ºC. Na fazenda, que tem 300 mil pés de laranja plantados, o custo desse cuidado chega a R$ 1 por pé. Mesmo com o cuidado, a quebra de safra na propriedade, que costuma produzir 500 mil caixas de 40,8 kg, deve ser de 20%. Laranjas estão sendo "queimadas" no pé pelo sol excessivo Rodrigo Sargaço/EPTV LEIA MAIS: Calor e greening impactam safra da laranja e preço da fruta alcança maior patamar em 30 anos em São Paulo, aponta estudo da USP Fruta queridinha do Brasil, laranja era usada para prevenir doença em marinheiros Chuvas registradas desde fevereiro são benéficas para safra de laranja, aponta estudo da Esalq-USP El Niño De acordo com os meteorologistas o excesso de calor é provocado pelo El Niño que desde outubro de 2023 já causou três ondas de calor. Uma delas bem na época da florada das laranjeiras, o que impactou na quantidade e tamanho dos novos frutos. A sensação térmica que em setembro, no inicio da florada, chegou a ultrapassar os 46 ºC. O impacto do calor nas plantas novas é ainda maior. Na propriedade do citricultor Éverton Antônio Pires Costa, que tem 45 mil pés de laranja de 2 anos e meio plantados em 95 hectares, a queda na produção deve superar 70%. Produção de laranja no interior de São Paulo nesta safra deverá ser impactada pelo calor excessivo Rodrigo Sargaço/EPTV As laranjeiras, que nessa idade, deveriam produzir entre 100 a 120 frutos, estão produzindo apenas 15 laranjas. Com os plantas vazias, estão ocorrendo floradas fora de época. “Nós tivemos 15 dias atrás uma florada bem significante, mas não teve pegamento porque teve nas últimas semanas um pico altíssimo de temperatura e na madrugada a temperatura caia muito e quando você tem uma diferença muito grande de temperatura a planta sofre um estresse e joga as flores para o chão", afirmou Costa. De onde vem o que eu como: laranja Ele tentou amenizar os efeitos do calor com o aumento da irrigação, mas a medida não teve muito efeito. "A temperatura era muito alta. Chegou a cozinhar os chumbinhos, que a gente chama o fruto que está do tamanho grão de feijão. Quando tem a sensação acima de 43ºC, não consegue segurar ele no pe´", disse. Frutos de laranja são queimados pelo excesso de insolação Rodrigo Sargaço/EPTV Queda de produção e alta de preço A safra 2023/24 de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro teve uma queda de 2,22% em relação à safra anterior, de acordo com dados divulgados pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), nesta quarta-feira (10), com a produção de 307,22 milhões de caixas. Segundo a instituição, a queda foi provocada pelo clima – com um semestre chuvoso, seguido de um período de seca –, e ao avanço do greening. Preço da laranja foi impactado pela baixa produtividade Reprodução/TV Gazeta A falta de produto no mercado impulsionou o preço. Em fevereiro, o valor da caixa de laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos no estado de São Paulo, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A combinação de impactos na safra e alta nos preços fez com o que os estoques de suco de laranja chegassem ao segundo menor nível já registrado, de acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Veja os vídeos da EPTV Central Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara


Falta dinheiro em Cuba: país vive escassez de notas em meio à pior crise econômica em décadas

Inflação alta, taxa de câmbio flutuante e retenção das notas de dinheiro por parte de empresários provocam crise, que gera longas filas em caixas eletrônicos em Havana. Governo lançou programa para incentivar operações com cartão. Pessoas esperam em fila de caixa eletrônico em Havana, em Cuba, em meio a crise de falta de notas de dinheiro no país, em 22 de abril de 2024. Ariel Ley/ AP Alejandro Fonseca ficou várias horas na fila do lado de fora de um banco em Havana, em Cuba, na esperança de sacar pesos cubanos em um caixa eletrônico. Quando estava quase na sua vez, no entanto, o dinheiro do caixa acabou. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Ele subiu com raiva em seu triciclo elétrico e viajou vários quilômetros até outra agência, onde finalmente conseguiu sacar algum dinheiro depois de desperdiçar a manhã inteira. “Não deveria ser tão difícil conseguir o dinheiro que você ganha trabalhando”, disse o jovem de 23 anos à Associated Press. Fonseca faz parte de um número crescente de cubanos frustrados que têm de enfrentar mais um obstáculo enquanto navegam no já complicado sistema monetário da ilha: a falta de dinheiro. Em Havana, longas filas começam a se formar desde as primeiras horas do dia em frente a bancos e caixas eletrônicos da capital Havana. Os moradores relatam que não conseguem encontrar notas de dinheiro o suficiente para pagar operações de rotina, como compra de alimentos básicos. Por que falta dinheiro? Vendedor ambulante de sorvetes conta notas de dinheiro em Havana, em Cuba, em 20 de abril de 2024. Ariel Ley/ AP Especialistas dizem que há várias razões por trás da escassez, mas todas estão relacionadas com a profunda crise econômica que Cuba enfrenta, uma das piores em décadas. Omar Everleny Pérez, economista cubano e professor universitário, diz que os principais culpados são: Déficit fiscal crescente do governo; Inexistência de notas superiores 1.000 pesos cubanos, que no mercado paralelo equivalem a cerca de US$ 3 (R$ 15); Inflação elevada; Retenção das notas de dinheiro por parte de empresários. “Há dinheiro, sim, mas não nos bancos”, disse Pérez, acrescentando que a maior parte do dinheiro está na posse não de trabalhadores assalariados, mas de empresários e proprietários de pequenas e médias empresas que têm maior probabilidade de cobrar dinheiro proveniente de transações comerciais, mas estão relutantes em devolver o dinheiro aos bancos. Isto ocorre, segundo Pérez, ou porque esses empresários não confiam nos bancos locais ou simplesmente porque precisam que os pesos cubanos sejam convertidos em moeda estrangeira. A maioria dos empresários e proprietários de pequenos negócios em Cuba têm de importar quase tudo o que vendem ou pagar em moeda estrangeira pelos fornecimentos necessários ao funcionamento dos seus negócios. Como consequência, muitos acabam acumulando pesos cubanos para depois trocá-los por moeda estrangeira no mercado informal. A conversão desses pesos cubanos para outras moedas representa ainda outro desafio, uma vez que existem várias taxas de câmbio altamente flutuantes na ilha. Por exemplo, a taxa oficial utilizada pelas indústrias e agências governamentais é de 24 pesos por dólar americano, enquanto para indivíduos a taxa é de 120 pesos por dólar. No entanto, o dólar pode valer até 350 pesos cubanos no mercado informal. Pérez observa que em 2018, 50% do dinheiro em circulação estava nas mãos da população cubana e a outra metade nos bancos cubanos. Mas em 2022, o último ano para o qual há informação disponível, 70% do dinheiro estava nas carteiras dos particulares. Procurados pela AP, as autoridades monetárias cubanas não comentaram a crise até a publicação desta reportagem. A escassez de dinheiro ocorre num momento em que os cubanos enfrentam um sistema monetário complexo, no qual circulam várias moedas, incluindo uma moeda virtual, a MLC, criada em 2019. 'Sociedade sem dinheiro' foi programa de governo Em 2023, o governo anunciou várias medidas destinadas a promover uma “sociedade sem dinheiro”, tornando obrigatória a utilização de cartões de crédito para pagar algumas transações – incluindo compras de alimentos, combustível e outros bens básicos. Mas muitas empresas simplesmente se recusam a aceitar os cartões. Para piorar, a inflação do país está alta, o que significa que são necessárias cada vez mais contas físicas para comprar produtos. Segundo dados oficiais, a inflação situou-se em 77% em 2021, depois caiu para 31% em 2023. Mas, para o cubano médio, os números oficiais não refletem a realidade das suas vidas, uma vez que a inflação do mercado pode atingir até três dígitos na economia informal. Por exemplo, uma caixa de ovos, vendida por 300 pesos cubanos em 2019, hoje é vendida por cerca de 3.100 pesos. Ao mesmo tempo, o salário mensal dos funcionários públicos cubanos varia entre 5.000 e 7.000 pesos cubanos, entre US$ 14 e 20 dólares (entre R$ 70 e R$ 100). “Viver numa economia que, além de ter várias moedas, tem várias taxas de câmbio e uma inflação de três dígitos é bastante complicado”, disse Pavel Vidal, especialista em Cuba e professor da Universidade Javeriana de Cali, na Colômbia.


Agrishow 2024: o que você precisa saber para visitar feira de agronegócio em Ribeirão Preto

São esperadas mais de 195 mil pessoas nos cinco dias. Evento acontece de 29 de abril a 3 de maio das 8h às 18h no Parque Tecnológico. Já foi à Agrishow? Conheça a maior feira de agronegócio do Brasil A 29ª edição da Agrishow em Ribeirão Preto (SP), maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, começa nesta segunda-feira (29). A organização espera receber cerca de 195 mil visitantes e mais de 800 expositores nacionais e internacionais. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Além das áreas de exposição de tecnologia, conectividade, agricultura de precisão, veículos, pneus e diversos outros produtos ligados ao agronegócio o público vai poder participar de palestras, acessar wi-fi gratuito, pontos de hidratação, praça de alimentação e outras comodidades. O g1 lista abaixo uma série de orientações para facilitar a visita do público ao Parque Tecnológico. Vista aérea da Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Marcelo Moraes/EPTV 📆Quando acontece e onde fica a feira? A Agrishow começa nesta segunda-feira (29) e vai até sexta-feira (3). Neste ano, o evento volta a começar diariamente às 8h e vai até as 18h. A feira acontece no Parque Tecnológico, que fica no quilômetro 321 da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (SP-322), conhecido como Anel Viário Sul, sentido Sertãozinho – Ribeirão Preto. 🎫Como comprar ingressos? A venda dos ingressos é feita pela internet no valor de R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada). A plataforma aceita o pagamento apenas no cartão de crédito. A partir do primeiro dia do evento os ingressos serão vendidos também na bilheteria no valor de R$60 (meia) e R$120 (inteira). O pagamento deve ser feito no dinheiro ou com cartão de débito. 📍Como chegar? O Anel Viário Sul é o único meio de acesso à Agrishow, tanto para quem trafega no sentido Sertãozinho/Ribeirão Preto quanto na direção contrária. Devido número de visitantes veículos, há bolsões de estacionamentos nos dois lados, mas com orientações diferentes, dependendo da origem do motorista. O g1 separou informações importantes para ajudar os visitantes no acesso e saída da feira e reuniu vídeos da organização que ajudam o motorista a se localizar (veja abaixo). Sabe chegar à Agrishow 2024? Vídeo explica rotas 🚗Onde estacionar? Além do ingresso para a feira, será possível adquirir antecipadamente o ticket para o estacionamento pela internet no valor de R$ 60. Dentro do estacionamento, haverá uma área dedicada a caravanas. O objetivo, segundo a organização, é promover praticidade e conforto no desembarque e embarque dos participantes desses grupos. A organização oferece também três estacionamentos alternativos para os visitantes com transfer gratuito, com saída a partir de 7h dos locais e retorno da Agrishow até às 19h. O valor será o mesmo do cobrado no estacionamento do evento. Hotel Mont Blan (Avenida Maurílio Biagi, 1.577 – Ribeirânia) Hotel Wyndham Garden (Avenida Wladimir Meirelles Ferreira, 856 – Jardim Botânico) Arena Nicnet Eurobike (Avenida Costábile Romano, s/n – Santa Cruz do José Jacques) 🚐Como vão funcionar as linhas de ônibus? A RP Mobi, empresa que gerencia o trânsito de Ribeirão Preto, anunciou novas opções de linhas de ônibus para os interessados em participar da feira. Veja o itinerário: Ida: Rua Barão do Amazonas/Praça Carlos Gomes, Rua Duque de Caxias, Avenida Jerônimo Gonçalves, Terminal Urbano Plataforma A Ponto 1, Alameda Botafogo, Avenida Jerônimo Gonçalves, Rua Guatapará, Avenida Caramuru, Avenida Adelmo Perdizza, marginal da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (Anel Viário), até entrada de prestadores de serviço. Volta: entrada de prestadores de serviço da Agrishow, marginal da Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (Anel Viário), Rodovia Geovana Aparecida Deliberto, Marginal da Avenida Bandeirantes (sentido centro), Avenida Bandeirantes, Rua Guatapará, Rua José Bonifácio, Rua Américo Brasiliense, Rua Barão do Amazonas, Rua Barão do Amazonas/Praça Carlos Gomes. Público percorre estandes para conferir novidades para o agronegócio brasileiro na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 🎤Palestras e entrevistas Durante os cinco dias de feira, os visitantes vão poder assistir palestras e entrevistas com profissionais da área. O projeto 'AgrishowLabs', uma área dedicada a tecnologia no agronegócio, vai abordar temas como inteligência artificial no agro, sustentabilidade, gestão e energias renováveis. Já o 'Agrishow pra Elas' é um espaço para falar sobre a importância do trabalho feminino no agronegócio com convidadas que vivem o dia a dia na área. 🚕Táxis, carros de aplicativo e carona Para facilitar a mobilidade, a organização destinou aos táxis, carros de aplicativos e de carona um ponto de parada exclusivo para embarque e desembarque de passageiros. O local foi instalado em frente à entrada norte do evento - a principal, que pode ser vista da rodovia - próximo ao estacionamento VIP. Os motoristas devem seguir as placas instaladas nas vias de acesso para deixar ou pegar passageiros. 📶Internet grátis Pela primeira vez, a feira vai oferecer wi-fi gratuito aos visitantes por duas horas. Para isso, será preciso fazer um cadastro pelo aplicativo oficial "Agrishow", disponível para Android e iOS. Passado o período de utilização, será possível pagar tarifas para continuar utilizando a rede do evento. 📡Antenas temporárias Outra novidade é a instalação de oito antenas temporárias por parte de operadoras de telefonia - Vivo, Tim e Claro - para melhorar o sinal nos celulares durante a Agrishow. Máquinas gigantes do campo atraem curiosidade do público Na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 🚩Geolocalização na feira De acordo com a organização são mais de 25 quilômetros de avenidas e ruas que ligam os pavilhões e representações dos expositores. Para facilitar a localização do visitante a feira disponibiliza um aplicativo de celular que traça as rotas mais curtas para quem precisa se deslocar a pé dentro do recinto. Além disso, para este ano, o sistema contará com a função "onde estacionei", que facilitará ao usuário a localização do carro na hora de ir embora. ♿Acessibilidade Visitantes com dificuldades de locomoção ou deficientes devem desembarcar nas entradas principais da feira (Norte ou Sul) e solicitar a um dos funcionários o carrinho elétrico (circular e não exclusivo) nas portarias. O carrinho será utilizado sempre que for preciso deslocamento de um ponto a outro dentro da feira. De acordo com a organização, todos os banheiros da Agrishow estão preparados para atender pessoas com necessidades especiais. 🍴Alimentação e hidratação A área voltada para alimentação corresponde a 12 mil metros quadrados, com ao menos seis restaurantes, além de lanchonetes, mais de 30 food trucks em quatro espaços diferentes e cerca de 20 ambulantes voltados para venda de alimentos. Para dar conta das altas temperaturas que devem variar entre 19° e 26° nos cinco dias de evento, a organização implantou pontos de hidratação espalhados pela feira, que ficarão na frente de todos os banheiros e na praça central. 🧀Pavilhão de Artesanais Criado com o intuito de estimular e valorizar os pequenos produtores, o pavilhão oferece aos visitantes a possibilidade de conhecer e comprar produtos como queijo, mel e charcutaria. A iniciativa é uma parceria da Agrishow com o governo de São Paulo. Agrishow 2023 tem pavilhão com produtos artesanais, como queijo, de diferentes regiões de SP Érico Andrade/g1 🚜Museu do Trator Neste espaço da Agrishow os visitantes podem observar a evolução da tecnologia usada na agricultura e notar a mecanização agrícola durante o tempo. 👍Dicas para visitação O aplicativo da feira disponibiliza uma série de informações, incluindo mapa dos estandes, localização de restaurantes, atrações e lista de expositores. O aplicativo está disponível para sistemas iOS e Android nas lojas virtuais. A organização recomenda aos visitantes o uso de roupas e calçados confortáveis e de preferência fechados, como tênis e botas, mas sem salto, para facilitar o percurso a pé na feira. É importante usar protetor solar, óculos escuros, bonés e chapéus por causa do sol forte que predomina em Ribeirão Preto na época da feira. Público na Agrishow 2023 em Ribeirão Preto, SP, confere desde lançamentos em máquinas a ferramentas e equipamentos para o dia a dia Érico Andrade/g1 Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto e região ´Alimentação e hidratação


Após governo apresentar regulamentação, veja como a reforma tributária deverá impactar o dia a dia
Linhas gerais da reforma foram aprovadas no ano passado, e agora o governo enviou ao Congresso pontos para serem mais detalhados. O governo entregou ao Congresso na quarta-feira (24) um projeto de regulamentação da reforma tributária. Nesse texto, o governo detalha alguns pontos que constam na reforma, aprovada por deputados e senadores no ano passado, mas que ficaram pendentes de regulamentação posterior. Agora, essa nova etapa da reforma precisa tramitar novamente por Câmara e Senado antes de virar lei. Até lá, deve sofrer modificações em relação ao texto original apresentado pelo governo. Com o texto aprovado no ano passado e o projeto apresentado nesta semana, já é possível ter uma ideia mais definida do que a reforma deve representar para o país. É comum as pessoas se perguntarem se ela vai baixar preços, diminuir impostos e facilitar a vida do consumidor e do empresário. Por se tratar de um tema complexo e com muitas variáveis envolvidas, as respostas nem sempre são simples e diretas. Mas o detalhamento divulgado nos últimos dias mostra um cenário cada vez mais completo. Veja abaixo o que muda em relação a hoje e os possíveis efeitos no dia a dia: Unificação de impostos A proposta de emenda à Constituição (PEC) já aprovada no Congresso prevê unificar impostos sobre o consumo em dois: ▶️ A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): terá gestão federal e vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ O Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): terá gestão compartilhada entre estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). O que muda: Esses impostos não serão cumulativos, ao contrário do que acontece hoje. Não ser cumulativo significa que, ao longo da cadeia de produção de um item, o imposto vai ser pago apenas uma vez, e não em cada etapa. Hoje, o distribuidor, quando compra do produtor, paga imposto. Depois, o distribuidor vende para o consumidor, que paga imposto em cima do valor já pago na etapa anterior, encarecendo a quantia final. Isso vai acabar. Efeito no dia a dia: De acordo com a equipe econômica do governo, a unificação dos impostos vai simplificar o modelo tributário do Brasil, hoje considerado caótico. Essa simplificação, ainda segundo o governo, junto com a não cumulatividade, tende a baratear custos e eliminar distorções do sistema. O efeito esperado é que as empresas lucrem mais e o consumidor pague menos pelos produtos. Mas ainda não foi definido o valor total dos dois impostos sobre o consumo que vão unificar os demais. O governo calcula que deverá ser algo em torno de 26%, para manter a carga tributária atual. É bom lembrar que haverá uma transição gradual, a partir de 2026 do modelo atual para o modelo com os dois impostos, que só será totalmente implementado em 2033. Os preços vão baixar? Se esses impostos totalizarem mesmo uma alíquota de 26%, significa que alguns produtos que hoje pagam menos imposto que isso passarão a pagar mais. Também haverá o cenário contrário: itens que hoje pagam mais e passarão a uma alíquota menor. Mas ainda não é possível dizer que a reforma vai baratear ou encarecer itens. O governo entende que os efeitos positivos da reforma (simplificação do modelo tributário, fim da cumulatividade, maior transparência nas cobranças) vai dinamizar a economia como um todo e melhorar o poder de compra. Assim, mesmo os produtos que passarão a ser tributados com uma alíquota maior seriam beneficiados com os efeitos da reforma e, em tese, não devem encarecer, ainda segundo o governo. Mas esses efeitos só poderão ser verificados mesmo na prática, quando o novo modelo passar a valer. Regulamentação da reforma tributária chega num momento de cobranças do Congresso Cashback para famílias mais pobres Na regulamentação enviada ao Congresso, o governo detalha um sistema de cashback para famílias mais pobres. Assim, elas teriam devolução de impostos na compra dos produtos. No texto, a equipe econômica recomenda que isso seja feito para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706, no valor atual). Isso, segundo o governo, abrangeria 73 milhões de pessoas. Os percentuais seriam os seguintes: gás de cozinha: devolução de 100% da CBS (federal) e 20% do IBS (estadual/municipal); luz, água e esgoto: devolução de 50% da CBS e 20% do IBS; os demais produtos: devolução de 20% da CBS e do IBS. Isso também vai ser de implementação gradual, entre 2026 e 2033. Há três possibilidades para operacionalizar esse cashback: desconto nas contas de água, luz, gás encanado, por exemplo, direto nas faturas; crédito posterior para o contribuinte; desconto na boca do caixa, no momento do consumo (se houver possibilidade operacional). Descontos para a cesta básica A regulamentação enviada ao Congresso também prevê descontos nos impostos para itens da cesta básica. O que muda: A regulamentação, no entanto, prevê uma lista menor de produtos na cesta básica em relação às regras atuais. Atualmente há 745 alimentos diferentes beneficiados pela isenção de impostos, segundo relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP) de 2021. No novo formato, segundo o governo, a lista privilegia os alimentos efetivamente consumidos pela população de baixa renda. A proposta exclui textualmente alimentos como foie gras (fígado de ganso, uma iguaria de alto custo), lagostas, lagostim e bacalhau. Profissionais liberais Hoje, impostos pagos sobre o consumo no setor de serviços não chegam a 26%, suposto valor dos futuros IBS e CBS. Mas a regulamentação do governo prevê descontos para profissionais liberais de 18 áreas. Esses 18 tipos de profissionais pagarão 30% a menos de CBS e IBS. Essas categorias são: administradores; advogados; arquitetos e urbanistas; assistentes sociais; bibliotecários; biólogos; contabilistas; economistas; economistas domésticos; profissionais de educação física; engenheiros e agrônomos; estatísticos; médicos veterinários e zootecnistas; museólogos; químicos; profissionais de relações públicas; técnicos industriais; e técnicos agrícolas. Imposto para bebidas alcóolicas e mais produtos nocivos Além da alíquota geral, de cerca de 26% na soma de CBS e IBS, o governo propõe que alguns produtos específicos tenham tributação ainda maior. É o chamado "imposto do pecado", usado para desestimular o consumo de bens que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. A lista incluída pelo governo na regulamentação da reforma tributária prevê imposto mais alto para: cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. O que ainda vai faltar? Segundo o secretário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, outros dois projetos ainda serão enviados para regulamentar a reforma tributária. Eles vão tratar: das regras de transição para a distribuição desses recursos arrecadados para estados e municípios; das transferências de parte desses impostos para fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados – dois mecanismos negociados pelos governadores para lidar com os impactos da reforma tributária. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa.

Quatro pontos que explicam a crise na Tesla de Elon Musk

Apesar de ser uma das companhias com melhor valorização na bolsa, os resultados financeiros recentes e outros fatores geram preocupação entre os investidores. Elon Musk em foto de 16 de junho de 2023 REUTERS/Gonzalo Fuentes/File Photo A Tesla está hoje longe de ser a queridinha de Wall Street. Já se foi o tempo em que seu valor de mercado ultrapassava US$ 1 trilhão (no fim de 2021) — e tudo indicava que a gigante dos veículos elétricos era imbatível. Naquela época, ela batia recordes de produção e entrega, enquanto o preço de suas ações subia, levando a empresa ao patamar de companhias como Apple e Amazon. Agora, a empresa de Elon Musk, seu fundador e CEO, enfrenta grandes desafios que dificultam avançar num mercado altamente competitivo. As vendas, os lucros, o valor de mercado e a confiança de muitos acionistas na capacidade de inovação e crescimento da companhia a longo prazo caíram. As empresas de veículos elétricos chinesas baixaram seus preços, afetando a demanda por seus automóveis, e as recentes demissões anunciadas por Musk não foram bem recebidas pelo mercado. Alguns dos problemas da empresa começaram em outubro, quando Musk alertou que a demanda estava começando a desacelerar. E quando o seu maior concorrente, a gigante chinesa BYD, ultrapassou brevemente a Tesla como maior vendedor mundial de carros elétricos no último trimestre do ano passado, a situação não parecia nada bem. Os anúncios de corte na produção da Gigafactory da empresa, em Xangai, e os problemas relacionados à produção da picape Cybertruck e dos carros autônomos tampouco ajudaram a melhorar o clima. Uma boa parte dos analistas e investidores afirma que, embora a construção de um veículo totalmente autônomo seja crucial para as perspectivas da Tesla, fabricar um carro elétrico com preço acessível é importante para impulsionar o crescimento hoje. Nesta semana, as notícias não têm sido positivas para a empresa americana, após a publicação de resultados financeiros abaixo das expectativas dos analistas de mercado. Desde a sua criação em 2003, a trajetória da Tesla sempre teve altos e baixos. Muitos se perguntam se esta é mais uma crise que vai passar, como as demais, ou se a gigante automotiva atingiu um ponto de ruptura. A seguir, estão quatro pontos que explicam a crise que a companhia está atravessando. Cybertruck ficou com a janela trincada após impacto de bola de ferro em evento da Tesla em 2019 Divulgação/Tesla 1. Demissões A Tesla anunciou em meados de abril que iria demitir mais de 10% dos seus empregados a nível mundial, como parte de um plano de restruturação que visa reduzir custos e melhorar a posição da empresa. Após anos de rápida expansão, esta restruturação interna — que vai afetar cerca de 15 mil funcionários — gerou preocupação nos mercados, uma vez que se soma a uma redução significativa nas entregas de veículos neste ano. “Não há nada que eu odeie mais, mas tem que ser feito”, disse Musk. Analistas das consultorias Gartner e Hargreaves Lansdown argumentaram que os cortes eram um sinal das pressões de custos, à medida que a fabricante de automóveis investia em novos modelos e inteligência artificial. Há poucos dias, um dos membros da equipe executiva, Andrew “Drew” Baglino, disse em uma postagem no X (antigo Twitter) que havia tomado a “difícil decisão” de deixar a empresa após 18 anos, adicionando mais incerteza às mudanças na companhia. O impacto das mudanças na direção e da estratégia para o futuro da Tesla preocupa os investidores, especialmente no que diz respeito à sucessão na liderança da companhia. Musk comanda a Tesla desde 2008, mas sua atenção tem se dividido entre outros projetos, como a SpaceX e a Neuralink. A saída, em agosto, do então diretor financeiro, Zachary Kirkhorn, outro provável sucessor, também foi interpretada como um sinal de incerteza. O debate tem girado em torno de dois aspectos fundamentais: os desafios que a empresa enfrenta em termos da sua estratégia de crescimento e da sua direção. Veja quem são os bilionários que mais enriqueceram em 2023 2. Lucros Nesta semana, a gigante automotiva divulgou os resultados do seu desempenho durante o primeiro trimestre deste ano. Se já havia preocupação entre alguns investidores, os dados apresentados apenas alimentaram um clima de incerteza quanto aos planos futuros. A Tesla registrou uma queda de 55% nos lucros em relação ao primeiro trimestre do ano passado. E também apresentou uma queda de 9% na receita no mesmo período, o maior declínio ano a ano desde 2012. Outro fator que trabalhou contra a empresa até agora neste ano foi o recall de seu veículo mais recente, a picape Cybertruck. O veículo apresentava um defeito no pedal do acelerador que aumentava o risco de acidentes. 3. Vendas Nos relatórios trimestrais que a Tesla apresenta aos acionistas, a empresa se refere a “entregas”, ou seja, aos veículos que a empresa entrega após ter recebido as encomendas. Desta forma, as entregas de automóveis são o que mais se aproxima do conceito de venda de automóveis, uma vez que as vendas não são definidas com precisão nas comunicações formais da companhia, conforme explica a emissora CNBC. Sendo assim, as entregas de veículos caíram 8,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado — a primeira queda desde 2020. Esta queda, dizem os especialistas, pode estar relacionada, além das causas subjacentes, a alguns fatores circunstanciais — como interrupções no transporte marítimo global ou um incêndio na sua fábrica europeia. O cenário é complexo não só pela queda nas vendas, mas também pela redução nos preços dos veículos. Há poucos dias, foi anunciado que a empresa reduziria o preço dos modelos Y, X e S em cerca de US$ 2 mil cada. Apesar de todos os desafios, Elon Musk manteve nesta semana um discurso otimista sobre as perspectivas da empresa. Ele disse aos investidores que antecipará o lançamento de novos modelos a partir do segundo semestre de 2025. Em conversa com os acionistas, Musk deixou claro que também tem ambições maiores, como suas apostas em veículos autônomos e no desenvolvimento da inteligência artificial. A Tesla “deveria ser considerada uma empresa de robótica de inteligência artificial", e não uma fabricante de automóveis, declarou Musk. Mas estas ideias foram questionadas por alguns analistas. O Deutsche Bank afirma, por exemplo, que os veículos sem motorista enfrentam “desafios tecnológicos, regulamentares e operacionais”. Elon Musk, bilionário dono da Tesla e da SpaceX, em imagem de maio de 2021 Michele Tantussi/Reuters 4. Valor de mercado As ações da Tesla já tinham caído ao longo do último ano, refletindo fatores como as elevadas taxas de juros em muitos países, que dificultaram o acesso ao financiamento para a compra de seus carros elétricos. O preço das ações da empresa chegou a cair 40% neste ano, levando a empresa a ter um valor de mercado próximo a US$ 460 bilhões — no fechamento de quarta-feira (24/4). E desde novembro de 2021, quando cada ação da companhia valia mais de US$ 400, caiu para cerca de US$ 162. A queda de 40% nas ações da Tesla neste ano fez a empresa cair algumas posições nos rankings das maiores empresas dos Estados Unidos. A companhia ocupava o sétimo lugar em capitalização de mercado dentro do índice S&P 500 no início deste ano, de acordo com o Dow Jones Market Data, mas agora está na 14ª posição. Dentro de um panorama que parece pouco animador, a Tesla explicou nesta semana que iria apresentar “novos modelos” no próximo ano, sem oferecer mais detalhes. E prometeu acelerar o lançamento de modelos com preços mais acessíveis.


Como a crise econômica fez disparar o uso das criptomoedas na Argentina

'Combo explosivo' de fatores levou milhões de argentinos a adotar ativos virtuais como moeda de transação e poupança, além do novo registro que visa regular os provedores de criptomoedas. Em 2023, a Argentina foi o décimo quinto país do mundo com maior adoção de criptomoedas. Getty Images via BBC Passaram-se 15 anos desde o surgimento das criptomoedas, com a invenção do bitcoin, mas em grande parte do mundo ainda há desconfiança em relação a esses ativos virtuais, que continuam a se multiplicar. No entanto, há um punhado de países onde, por diferentes motivos, uma parcela significativa da população adotou essas novas ferramentas financeiras. Um desses países é a Argentina. Embora seja difícil quantificar o fenômeno, uma vez que se trata de atividades não regulamentadas e descentralizadas, e, portanto, não há uma entidade que as reúna, há evidências claras de que muitos argentinos adotaram as criptomoedas. Uma primeira pista está claramente visível: cidades como Buenos Aires estão repletas de publicidades nas ruas que promovem sites de troca de criptomoedas. Mas também há diversos dados do setor que confirmam sua popularidade entre os argentinos. LEIA TAMBÉM Halving do bitcoin: o fenômeno que acontece a cada 4 anos e está impulsionando a criptomoeda Pepecoin: o que a valorização de 7.000% da criptomoeda Pepe diz sobre as 'moedas-meme' Por que Petrobras é petroleira que mais paga dividendos para acionistas no mundo? Em 2023, o país apareceu em 15º lugar no Índice Global de Adoção de Criptomoedas, compilado pela empresa americana Chainalysis, que analisa a indústria com base no volume de transações relatado pelos diversos provedores de serviços. A Argentina foi o segundo maior mercado da América Latina, depois do Brasil. Enquanto isso, uma das plataformas de compra e venda mais populares do país, Lemon, relatou que 4 em cada 10 pessoas que baixaram um aplicativo de criptomoedas na América Latina em 2023 o fizeram a partir da Argentina. A empresa argentina, que juntamente com a Binance - a maior plataforma de moedas digitais do mundo - domina o mercado local, estima que cerca de 3 milhões de pessoas usem plataformas de criptomoedas no país. Estima-se que o número de contas de criptomoedas já seja semelhante ao do mercado tradicional de ações e títulos. Getty Images via BBC Isso colocaria os investimentos em criptomoedas quase ao mesmo nível do mercado de capitais tradicionais, onde são comprados e vendidos títulos negociáveis como ações e títulos. De acordo com dados fornecidos à BBC Mundo pela Bolsas y Mercados Argentinos (BYMA), que reúne os principais atores do mercado de valores, em 2023 houve 3.647.912 contas com operações. Primeiro registro de criptomoedas Outro sinal do crescimento das criptomoedas na Argentina foi a abertura, no final de março, do Registro de Provedores de Serviços de Ativos Virtuais, criado pela Comissão Nacional de Valores (CNV). O presidente da CNV, Roberto Silva, afirmou a este veículo de comunicação que o registro foi estabelecido por lei, seguindo as recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. "O objetivo do registro é identificar os provedores, uma vez que eles passaram a ser sujeitos obrigados", explicou, referindo-se às pessoas físicas ou jurídicas que têm a obrigação legal de relatar à Unidade de Informação Financeira (UIF) sobre a existência de transações suspeitas. Halving do bitcoin: entenda fenômeno que acontece a cada 4 anos Silva afirmou que devem se registrar tanto as empresas de criptoserviços argentinas quanto as de origem estrangeira que direcionam suas operações a residentes argentinos, fazem publicidade no país, usam um domínio '.ar', têm subsidiárias locais ou geram mais de 20% de seu negócio na Argentina. Embora o organismo só divulgue a lista de plataformas de criptomoedas quando o período de convocação, que era de 45 dias, terminar, fontes do setor disseram à BBC Mundo que várias dezenas de empresas já apresentaram sua solicitação. A criação do registro visa evitar que a Argentina entre na "lista cinza" de países com risco de lavagem de dinheiro, o que complicaria as chances do país de renegociar financiamento externo. Mas por que o negócio de criptomoedas se expandiu tanto na Argentina? Estima-se que há cerca de 3 milhões de usuários argentinos de criptomoedas. Getty Images via BBC Um 'combo explosivo' O especialista em criptoativos e professor de Tecnologia e Negócios, Rodrigo Civiello, afirma que a Argentina enfrenta um "combo explosivo" de quatro fatores que explicam por que muitos cidadãos decidiram adotar essa nova ferramenta financeira. 1. Inflação de quase 300% A rápida perda de valor do peso, superior a dois dígitos por mês, leva os argentinos a buscar outra moeda de reserva. 2. Restrições cambiais As restrições à compra de dólares - a forma mais tradicional de poupança dos argentinos - levam muitos a buscar moedas alternativas. 3. Alta informalidade no trabalho Os trabalhadores não registrados representam cerca de 50% do mercado de trabalho e não podem receber através de uma conta bancária, pois não conseguem justificar seus rendimentos. 4. Insegurança "É um fator que não é muito levado em consideração", diz Civiello. "Mas muitas pessoas que compram dólares não querem tê-los em casa. Com as criptomoedas, mesmo que o celular seja roubado, se você tiver a senha da sua conta, pode recuperá-la". "Devido a todos esses fatores, a Argentina está na vanguarda", destaca à BBC Mundo. Segundo a Bloomberg, em fevereiro e março, a compra de criptomoedas na Argentina aumentou tanto que até substituiu a compra de dólares como forma de poupança. "A troca de pesos por dólares, o principal refúgio seguro há décadas, perdeu parte de seu atrativo nos últimos dois meses, já que a taxa de câmbio paralela comumente usada fortaleceu-se em 10% em relação ao dólar, enquanto o Bitcoin disparou quase 60% em relação ao dólar durante o mesmo período", informou a Bloomberg. Embora o Bitcoin - que continua sendo a criptomoeda mais popular do mundo - esteja ganhando adeptos na Argentina, não é a mais usada no país. De acordo com um relatório da exchange mexicana Bitso, 60% dos argentinos preferem as stablecoins, outro tipo de criptoativo considerado mais seguro, pois seu valor está vinculado a outro ativo, como o dólar, tornando-os menos voláteis. De acordo com a Bitso, a Argentina é o único país da região onde a aquisição de dólares digitais (USDC e USDT) supera quase cinco vezes a de outras criptomoedas. Getty Images via BBC Quem utiliza as criptomoedas? Embora os números claramente mostrem que a Argentina é um dos países que mais está adotando criptomoedas no mundo, a verdade é que, para a maioria dos argentinos, elas ainda são algo desconhecido. Civiello explica que seu uso, por enquanto, parece estar principalmente em alguns setores da população. Mas não são os grupos que se poderia pensar. "Muitos imaginam que aqueles que usam criptomoedas são pessoas especializadas em finanças e mercados, mas a realidade é que, embora esses tenham sido os primeiros a usar essa tecnologia disruptiva, agora qualquer pessoa pode abrir uma conta, o que leva apenas cinco minutos", diz ele. Os jovens, especialmente aqueles com empregos informais, são um dos grupos que mais as usam. Outro conjunto que as adotou são os freelancers, trabalhadores sem vínculo empregatício que oferecem serviços para o exterior, afirma o especialista. Dessa forma, conseguem contornar a restrição que impede receber dólares em contas bancárias argentinas (só é possível receber em pesos, e todo dinheiro recebido do exterior é "pesificado" à taxa oficial, que é menor que a do mercado). Um terceiro grupo que usa criptomoedas são os imigrantes. "Temos muita imigração de países vizinhos. Para enviar ou receber dinheiro de seus países de origem, até recentemente, tinham que recorrer a um serviço de transferência de divisas, que cobrava uma taxa de pelo menos 5% e a transferência levava entre dois e cinco dias úteis. Com as criptomoedas, é imediato", diz Civiello. Mas o setor talvez menos pensado que abraçou os ativos virtuais é um dos mais tradicionais do país, e um emblema da Argentina: o campo. Muitos produtores rurais argentinos utilizam uma stablecoin que lhes permite realizar transações com seus grãos. Getty Images via BBC Os produtores rurais, os principais geradores de dólares na Argentina, não apenas adotaram as criptomoedas como uma forma alternativa de comprar a moeda verde no mercado paralelo (aqui chamado de "dólar blue"). Uma produtora rural, que preferiu não revelar seu nome, explicou à BBC Mundo que essas novas tecnologias até permitiram eliminar o dólar da equação, usando as próprias colheitas - especialmente a soja - como "moeda" de troca. "No setor agrícola, usamos um aplicativo chamado Agrotoken, que nos dá um token para cada tonelada de soja", disse. "Tradicionalmente, a unidade de medida no campo é um caminhão, que são 30 toneladas de soja. Antes, se precisasse comprar um insumo que valesse o mesmo que uma tonelada e meia de soja, tinha que vender um caminhão inteiro". "Agora, apenas verificando quantas toneladas de soja tenho armazenadas em bolsas de silo em meu campo, posso 'tokenizar' a quantidade de soja que desejo e usar esses agrotokens para comprar o que preciso, através de um cartão associado à minha conta". O sistema não apenas permite vender apenas a quantidade necessária de cultivo. Além disso, evita ter que transportar os caminhões até as empresas de grãos, já que esse processo caro só é realizado no final, uma vez que os tokens são resgatados. Os tokens até podem ser usados como garantia para solicitar empréstimos em alguns bancos. Regulamentações O que acontecerá agora que foi criado um registro de provedores? Isso poderia desencorajar o uso de criptomoedas? E o que acontecerá com as plataformas que não se registrarem? Segundo a CNV, os provedores que atendem aos requisitos para se registrarem e não o fazem não poderão mais operar legalmente na Argentina. Para a Câmara Argentina Fintech, que reúne empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros, ter "um quadro normativo correto, que promova a inovação e estabeleça os incentivos adequados, ao mesmo tempo em que protege as pessoas que investem neles, é uma grande oportunidade" para o país. "Hoje, a Argentina lidera a indústria de criptomoedas regionalmente, em termos de desenvolvimento tecnológico, empresas e adoção. Acreditamos que essa regulamentação dos Provedores de Serviços de Ativos Virtuais pode ajudar a complementar e consolidar esse processo, com um quadro normativo adequado, e estamos trabalhando nisso", disse à BBC Mundo o diretor executivo da Câmara, Mariano Biocca. Em fevereiro passado, quando a compra de Bitcoin disparou, a ONG Bitcoin Argentina alertou que as denúncias de golpes com criptomoedas quintuplicaram, um problema difícil de combater em um mercado desregulado. Algumas plataformas oferecem cartões pré-pagos que funcionam com fundos em pesos ou criptomoedas. Getty Images via BBC Tanto a Câmara Fintech quanto a CNV enfatizam que o registro regula os provedores, mas não os clientes, nem os ativos em si. No entanto, a lei que criou o registro concede à CNV autoridade para regular e supervisionar o mundo das criptomoedas, e espera-se que o órgão convoque futuramente uma consulta pública antes de decidir como avançar. Enquanto isso, o crescimento das criptomoedas na Argentina pode depender da capacidade do governo de Javier Milei de reduzir a inflação, suspender as restrições sobre o dólar, reduzir a informalidade no mercado de trabalho e melhorar a segurança, os quatro principais fatores que atualmente impulsionam a popularidade do dinheiro digital.


Mega-Sena pode pagar R$ 3 milhões neste sábado; +Milionária pode chegar a R$ 177 milhões

Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h Marcelo Brandt/G1 A Caixa Econômica Federal promove neste sábado (27), a partir das 20h, os sorteios dos concursos 2.718 da Mega-Sena e 142 da +Milionária. A +Milionária está estimada em R$ 177 milhões. As chances de vencer são ainda menores do que na Mega tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois trevos. (veja no vídeo mais abaixo) O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis. Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83.160,00. A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e possuir dez faixas de premiação. Saiba mais aqui. +Milionaria: veja como jogar na nova loteria da Caixa Mega-Sena Já a Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 3 milhões para os acertadores das seis dezenas. No concurso da última quinta-feira (25), uma aposta de campinas levou sozinha o prêmio de R$ 5,5 milhões. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer. A Mega soma três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Embraer anuncia investimento de cerca de R$ 2 bilhões e geração de 900 empregos no Brasil

Anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira (26), durante visita do presidente Lula (PT) à sede da empresa, em São José dos Campos (SP). Vista da sede da Embraer, em São José dos Campos, interior de SP Luis Lima Jr./Futura Press/Estadão Conteúdo A Embraer -- empresa aeronáutica sediada em São José dos Campos, no interior de SP -- anunciou, nesta sexta-feira (26), durante uma visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve investir cerca de R$ 2 bilhões no país. Segundo a empresa, o investimento contempla atividade de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, como as que serão utilizadas no Evtol - popularmente chamado de carro voador; expansão dos serviços aeronáuticos (que inclui conversão de aeronaves de passageiros em cargueiros, defesa e segurança), projetos de aumento de eficiência e ampliação da atividade industrial. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp A Embraer afirmou ainda que o investimento na unidade deve gerar a contratação de pelo menos 900 trabalhadores diretos neste ano. O objetivo do investimento, segundo a empresa, é “atender ao aumento da produção de aeronaves e ao crescimento futuro previsto com o desenvolvimento de novos negócios, produtos e serviços”. Lula (PT) visitou a Embraer nesta sexta-feira (26), em São José dos Campos Divulgação/Embraer Desse total de empregos que serão gerados, 90% devem ser para o setor de operações, com vagas para mecânicos, eletricistas, fresadores, moldadores, técnicos de manutenção de aeronaves e técnico de qualidade com experiência. A Embraer afirmou que também haverá oportunidades para trainee de produção, que passam pelo processo de treinamento e capacitação com os mentores internos, e vagas para engenheiros e outras funções administrativas. Neste ano, a expectativa da empresa é entregar entre 72 e 80 aeronaves comerciais, além de até 135 jatos executivos, gerando uma receita de até R$ 32 bilhões. Atualmente, a Embraer conta com cerca de 19 mil colaboradores diretos em todo o mundo, sendo que 88% atuam no Brasil. No ano passado, a empresa havia reforçado as equipes com a contratação de 1,5 mil novos funcionários. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina


Lula diz que governo 'deu uma vacilada' por não ter importado arroz mais barato da Venezuela

Presidente disse ainda que tinha 'muita gente zangadas' com o preço do arroz e do feijão. Declaração foi dada durante evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul, em São José dos Campos, São Paulo. Presidente Lula em evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul. Reprodução/ CanalGov O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil "deu uma vacilada" por não ter importado arroz mais barato da Venezuela. A declaração foi dada na noite desta sexta-feira (26) durante um evento de entrega de aeronave da Embraer à Azul, em São José dos Campos, em São Paulo. "O arroz estava meio caro, feijão estava meio caro. Por isso que tem muita gente zangada, porque por o feijão está caro. O feijão é porque diminuiu a nossa área plantada. E a gente deu uma vacilada, porque a gente deveria ter importado arroz mais barato para a Venezuela. Mas é que a gente ficou na expectativa de que quando começasse a colheita do arroz no Brasil, a gente ia baratear o arroz", afirmou Lula. Área de cultivo de arroz diminui 60,6% em 20 anos Após essa fala, o presidente se voltou para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e questionou se o arroz começou a baixar. Em seguida, Lula afirmou que começou a baixar. "Começou a baixar? Começou a baixar. Eu já estou comendo picanha, com cerveja. Obviamente que não come picanha pode comprar uma verdura saudável plantado pela agricultura familiar." Preço do arroz O arroz, um dos itens mais tradicionais do prato do brasileiro, disparou de preço no Brasil e no mundo. No país, os preços do arroz têm subido desde 2020. Segundo o IBGE, só em 2023, a alta chegou a quase 25%. A queda de produção na última safra no Brasil e nos maiores produtores do alimento no mundo motivou a valorização do produto. O Brasil também tem exportado mais: são 15 novos mercados. Com isso, a saca chegou a quase R$ 130 no fim de 2023. O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional e teve o preço da saca do arroz em casca sendo vendida a R$ 106, em março. Um ano antes, custava R$ 87,23. O preço mais alto estimulou mais produtores a plantarem em 2024. A área plantada deve crescer 6,5%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Mato Grosso, a cultura do arroz sempre esteve ligada à abertura de novas áreas. Mas, em 2024, está sendo retomada como alternativa de segunda safra. Tanto que a previsão da Conab é de que o cereal seja plantado em 90,4 mil hectares — uma área quase 21 % maior que no ciclo passado.


Impulsionadas pelo agro, cooperativas de crédito ganham espaço e prometem ampliar recursos a produtores

Duas das maiores empresas do setor, que estarão presentes na Agrishow, estimam R$ 112 bilhões em linhas de crédito para a atual safra. Segmento atrai ao menos 15,5 milhões de pessoas e empresas em todo o país. Luciana Abeid Ribeiro Dalmagro, produtora rural de Sales Oliveira (SP) Arquivo pessoal Na quinta geração de uma família de avicultores de Sales Oliveira (SP), além de criar três milhões de frangos por ano, Luciana Abeid Ribeiro Dalmagro produz flores comestíveis usadas na finalização de pratos na alta gastronomia em um modelo de negócios que tem se mostrado próspero. Para gerenciar e expandir suas atividades, ela aderiu a uma cooperativa de crédito e está satisfeita. “Entender que eu faço parte, como cooperada, como sócia, faz muito sentido para mim. É uma mudança muito grande do modelo tradicional bancário, em que a gente é só cliente, e o banco é fornecedor de serviços financeiros. É completamente diferente nas cooperativas. Nós somos parte desse negócio, inclusive com poder de voto, com poder de decisão e mais que isso, com poder de participação”, diz. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Luciana faz parte das cerca de 15,5 milhões de pessoas e empresas de todo o país que já aderiram ao cooperativismo de crédito, segundo dados do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito e do Banco Central (FGCoop/BCB) divulgados em 2023, como alternativa de gestão financeira, em um movimento que tem se mostrado em ascensão nos últimos anos, sobretudo no agro, em parte devido a benefícios oferecidos com relação aos bancos tradicionais. “Existem semelhanças com os bancos já consolidados, como regulação das taxas pelo mercado, regulação e fiscalização pelo Banco Central, mas enquanto os bancos são sociedades anônimas, as cooperativas de crédito são sociedades de pessoas”, explica o economista Jair Casquel. Esta reportagem faz parte de uma cobertura referente a temas relacionados à Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo que acontece em Ribeirão Preto (SP) entre 29 de abril e 3 de maio, com projeção de receber 200 mil pessoas e resultar em pelo menos R$ 13,2 bilhões em contratos. O g1 tem uma página especial sobre o evento. A ascensão do cooperativismo e o crédito rural De acordo com dados do Sistema Nacional de Cooperativismo de Crédito (SNCC), em dezembro de 2023, existiam 847 cooperativas singulares de crédito no Brasil. Dessas, 222 eram independentes, enquanto as demais estavam vinculadas a cooperativas centrais ou confederações. Cresol, Sicredi e Sicoob concentram quase 90% do valor movimentado por cooperativas de crédito. Nos últimos anos, o SNCC apresentou um crescimento acima da média do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O ativo total ajustado (ATA) aumentou de R$ 174,3 bilhões em dezembro de 2016 para R$ 371,8 bilhões em dezembro de 2023. Grande parte desse crescimento se deve ao setor agrícola brasileiro. Na safra 2023/24, o Sicredi planeja emprestar aproximadamente R$ 60 bilhões ao setor, um aumento de 17% em relação à temporada anterior. Apesar disso, a combinação de preços das commodities agrícolas em queda, taxas de juros elevadas e a quebra da safra de soja tem levado os produtores rurais a ponderar seus investimentos e o valor deve ficar abaixo do esperado. Mesmo assim, o índice de inadimplência, de 0,5%, é considerado baixo. “A relação com o cooperado, um sócio, é crucial para esse índice”, aponta Gustavo Freitas, diretor-executivo de crédito do Sicredi. LEIA TAMBÉM Armazenagem de grãos: entenda os desafios para conter déficit no país diante de produção crescente Plano Safra: lideranças do agro pedem R$ 36 bilhões para investimento em máquinas agrícolas em 2024 O Sicoob também mantém um plano otimista, apesar da quebra da safra. A instituição projeta aumentar a oferta de crédito em 33% para R$ 52 bilhões neste ciclo. Para a Agrishow, o objetivo é superar os R$ 2 bilhões de crédito oferecidos no ano passado, segundo a instituição. A Cresol não especifica valores financeiros, mas espera chegar a 1 milhão de cooperados ainda em 2024. Cerca de 60% do valor movimentado pela instituição vem do campo. “O crédito rural é único para cada produtor cooperado. A ampliação da rede de agências, com equipes de apoio para assessorar os clientes na tomada de decisão, ajuda a fomentar nossa expansão”, acredita Adriano Michelon, vice-presidente da Cresol. Setor promete vantagens Em seu melhor momento, as cooperativas de crédito investem em publicidade e prometem aos cooperados algumas vantagens com relação aos bancos tradicionais. Entre elas: Participação Democrática: Cada associado tem direito a um voto, independentemente de sua participação no capital social. Reversão das Sobras: O resultado positivo das cooperativas, chamado de “sobras”, é distribuído aos associados com base na utilização dos serviços, não na proporção do capital investido. Limitação: As cooperativas não visam gerar lucros, e a remuneração ao capital social é limitada. Enquanto um banco tem clientes, as cooperativas têm sócios ou cooperados. Para abrir uma conta em um banco, nem sempre é necessário investimento. Em uma cooperativa, por sua vez, é preciso comprar uma cota. Por outro lado, o lucro pode ser parcialmente revertido para os cooperados. Luciana Abeid Ribeiro Dalmagro produz flores comestíveis em Sales Oliveira (SP) Arquivo pessoal “Como cooperado, o participante pode contribuir para o aumento do capital da empresa, fazendo integralizações. Ele empresta capital próprio ou captado no mercado, resgata com juros ou em outros serviços”, explica o economista Jair Casquel. A produtora rural Luciana, de Sales Oliveira, ficou tão convencida que, além de conduzir suas finanças com uma cooperativa de crédito abriu uma conta para o filho de 7 anos. Ela encara o modo como os investimentos são usados como uma inspiração para os próprios negócios da família. “O recurso que gira no ecossistema de uma cooperativa volta para a sociedade impactando pessoas, volta apoiando projetos. Isso é sustentabilidade e isso conta muito para mim e para minha família”, conta. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Anatel publica regras mais duras para chamadas abusivas, com bloqueio de empresas que façam ligações curtas em massa

Ligações de até seis segundos serão contabilizadas; hoje, a norma é de três segundos. Agência também quer melhorias nas ligações de cobranças e mudanças no 0303. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou nesta sexta-feira (26) um conjunto de regras mais duras para ligações abusivas, realizadas em excesso. A nova norma entra em vigor no dia 1º de junho. Ligações indesejadas de telemarketing têm sido feitas sem o prefixo 0303, obrigatório por norma da Anatel vigente desde o ano passado Reprodução/Bom Dia Brasil Com a norma, a Anatel amplia o tempo de duração do que são consideradas chamadas curtas para até seis segundos. Atualmente, ligações de até três segundos são definidas como curtas. Também se enquadram nesse perfil de ligação as chamadas não completadas, destinadas à caixa postal ou desligadas em até seis segundos – seja por quem fez a ligação ou por quem a recebeu. "Com este novo critério de até seis segundos, as medidas de chamadas inoportunas passam a ser aplicadas", declarou a conselheira Cristiana Camarate. Ou seja, serão bloqueadas por 15 dias as empresas que: realizarem mais de 100 mil chamadas curtas (de até seis segundos) por dia; e tenham mais 85% das ligações realizadas enquadradas nesse perfil. Segundo Camatate, a norma também aprimora o monitoramento pela Anatel. "Uma vez aprimorado o monitoramento, a Anatel já deixa muito claro que, de ofício, ela pode determinar o bloqueio de qualquer empresa que estiver de alguma forma descumprindo a [medida] cautelar." Golpe do call center: criminosos burlam chamadas telefônicas de bancos para aplicar fraudes Chamadas de cobrança Na quinta-feira (25), o conselho diretor da Anatel determinou à área técnica que desenvolva um sistema que permite a validação dos números de telefone por CPF. A medida é vista como uma solução para aprimorar as bases de dados disponíveis às empresas de telemarketing e telecobrança, evitando ligações para números cujos detentores não sejam mais os mesmos da base de dados. Segundo o conselheiro Artur Coimbra, o sistema vai permitir que as empresas de cobrança façam uma consulta à base das operadoras para verificar se o número que pretendem ligar é do CPF devedor. "Ficou muito claro que a grande causa dessa geração de chamadas em grande número pelas empresas de telecobrança se refere a uma base de dados muito ruim, pouco crível, pouco eficaz de números de telefone associados aos dados dos devedores", disse. Coimbra afirma que esse recurso pode reduzir as chamadas de cobrança de 43 ligações para sete ou oito. "Hoje, os dados trazidos pelo setor de telecobrança apontam que, para que se alcance um devedor, para que se consiga falar com um devedor, são necessárias cerca de 43 chamadas, na 44ª você consegue falar com o devedor", declarou. Ampliação do 0303 A agência também aprovou uma proposta de ampliação do uso do prefixo 0303 nas chamadas telefônicas. A medida vai passar por consulta pública. Hoje, só as ligações para oferta de produtos e serviços devem usar o prefixo. Mas a Anatel pretende ampliar a obrigação para chamadas de doações, cobranças e outras atividades façam uso intensivo de ligações. Segundo o superintendente da Anatel, Vinicius Caram, 2.918 empresas estão usando o 0303. Esse número deve aumentar com a ampliação das atividades que devem adotar o prefixo. Além disso, a utilização do 0303 será facultada a quem aderir ao protocolo "stir shaken" – que permite a identificação, na tela do celular, do nome da empresa que está fazendo a ligação e o motivo do contato.


Aprenda a fazer torta de lavanda

O Globo Rural deste domingo mostrou que o cultivo de lavanda no Brasil gera renda para famílias de pequenos agricultores. Aprenda a fazer torta de lavanda O Globo Rural deste domingo mostrou que o cultivo de lavanda no Brasil gera renda para famílias de pequenos agricultores e ensinou a receita para fazer uma torta com a flor. Ficou com água na boca depois da reportagem? Confira a seguir a receita. Torta de lavanda Ingredientes para a torta 4 ovos; 300g de açúcar; 100g de manteiga sem sal, de preferência em temperatura ambiente; 50g de nata ou creme de leite; 150ml de leite integral quente; 500g de farinha de trigo; 1 colher de sopa de fermento químico; 10 flores de lavanda, já desidratadas, como chá; Corante lilás; Ingredientes para a cobertura 250g de chocolate branco; 1 caixa de creme de leite; Flores de lavanda para decorar; Modo de preparo torta Em um liquidificador, misture todos os ingredientes, menos a farinha de trigo e o fermento; Bata bem por 5 minutos; Transfira a mistura para um recipiente e acrescente a farinha aos poucos, com uma peneira e mexendo devagar; Depois acrescente as flores de lavanda desidratadas, as esfarelando com as mãos; Por último, acrescente o fermento químico; Antes de assar, unte uma assadeira redonda com um furo no meio; Leve ao forno durante 40 minutos a 180°C. Modo de preparo cobertura Derreta o chocolate branco picado no micro-ondas, de 30 em 30 segundos para não queimar, mexa bem e acrescente o creme de leite; Misture bem e derrame sobre a torta fria; Decore com as flores naturais da lavanda, que, além de embelezar, vão perfumar a sua torta. Torta de lavanda: receita leva flor na massa e no recheio Reprodução/TV Globo >>>Veja outras receitas <<< Mais assistidos do Globo Rural


Apesar da inflação abaixo do previsto, novo corte de 0,5 ponto percentual nos juros pelo BC é incerto

A sede do Banco Central em Brasília Raphael Ribeiro/BCB Apesar de o IPCA-15, índice que mede a inflação, de abril ter registrado um número abaixo das previsões, o Banco Central ainda mantém dúvidas no mercado sobre a próxima reunião do Comitê de Política Monetária, marcada para os dias 7 e 8 de maio. Analistas ainda se dividem sobre se o BC vai manter os cortes de 0,50 ponto percentual ou se vai reduzir para 0,25 ponto percentual. O IPCA-15 de abril ficou em 0,21%, 0,15 ponto percentual abaixo do registrado no mês passado, quando ficou em 0,36%. O resultado melhor seria um indicativo de que o Banco Central poderia manter o seu plano de voo original, comunicado na última reunião do Copom, de mais um corte na taxa Selic de 0,50 ponto percentual. Atualmente, a taxa está em 10,75% ao ano. O economista André Perfeito destaca o resultado melhor do que as projeções de mercado, que apontavam para 0,30%, mas continua com a previsão de que o ciclo de redução da taxa de juros vai terminar com a taxa em 9,75%, o que reforça posição de que o Banco Central poderia fazer um corte de 0,25 ponto percentual no início de maio. Caio Megale, economista da XP Investimentos, avalia que o cenário “está bem dividido entre 0,25 e 0,50”. Para ele, a inflação mais baixa de abril é um ponto a favor de um corte de 0,50 ponto percentual, mas o especialista avalia que, por enquanto, a “balança ainda está um pouco inclinada para 0,25”. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chegou a apontar a possibilidade de o Copom mudar o seu ritmo caso as condições de mercado continuem piorando. É isso que vai pesar até o início de maio. Resultado abaixo das projeções do mercado ; IPCA-15 sobe 3,77% em 12 meses Nesta sexta-feira (26), Campos Neto destacou o dado positivo do IPCA-15, que veio um pouco melhor, mas lembrou que as expectativas para a inflação em 2025 estão piorando e o Banco Central precisa entender as razões para esta piora. Ou seja, isso vai pesar na decisão do Copom. O presidente Lula defende a manutenção do atual ritmo, para que a taxa Selic termine o ano em pelo menos 9%, mas o mercado já está prevendo uma taxa de juros de 9,5%, com alguns economistas, como André Perfeito, falando em 9,75%. Ou seja, o governo Lula pode voltar a pressionar o BC nos próximos meses.


Ibovespa tem alta de 1,51% com melhora de Petrobras e do IPCA-15; dólar cai e fecha a R$ 5,11

Na véspera, moeda norte-americana avançou 0,28%, cotada a R$ 5,1620. Já o principal índice acionário da bolsa de valores encerrou com queda de 0,08%, aos 124.646 pontos. Freepik N O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta nesta sexta-feira (26), com dados benignos do IPCA-15 e a melhora das ações da Petrobras. O dólar opera em queda. A prévia da inflação brasileira registrou uma alta de 0,21% nos preços em abril, e acumulou 3,77% na janela de 12 meses. Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro. As projeções eram de alta de 0,29% para abril, chegando a 3,85% em 12 meses. Nos Estados Unidos, a inflação medida pelo índice PCE de preços, favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) veio em linha com as expectativas, o que também animou os investidores. Já na cena corporativa, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu ontem aprovar a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a medida, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. E o governo já concordou com a distribuição do restante dos dividendos gerados em 2023. Hoje, as ações subiram 1,36%. (veja mais abaixo) Veja abaixo o resumo dos mercados. Dólar O dólar fechou em queda de 0,89%, cotado a R$ 5,1163. Na mínima, foi a R$ 5,1092. Veja mais cotações. Com o resultado, acumula: queda de 1,60% na semana; alta de 2,01% no mês; ganho de 5,44% no ano. Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,28%, cotada a R$ 5,1620. Ibovespa O Ibovespa fechou em alta de 1,51%, aos 126.526 pontos. Com o resultado, acumula: alta de 1,12% na semana; queda de 1,23% no mês; recuo de 5,71% no ano. Na véspera, o índice teve queda de 0,08%, aos 124.646 pontos. Entenda o que faz o dólar subir ou descer DINHEIRO OU CARTÃO? Qual a melhor forma de levar dólares em viagens? DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda? O que está mexendo com os mercados? Os mercados têm grande alívio nesta sexta-feira, após dados favoráveis de inflação no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — veio abaixo das expectativas. Os investidores aguardavam o resultado com ansiedade desde a mudança da meta fiscal pelo governo federal. Como mostrou o g1, especialistas já esperavam uma revisão, mas a alternativa proposta não foi bem recebida. Analistas já trabalhavam com a possibilidade de o ciclo de queda dos juros terminar antes do previsto. O alerta, por sinal, foi feito tanto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas o resultado benigno da inflação traz um respiro de que pode não ser necessário mudar os rumos tão rapidamente. "O resultado de hoje parece ter sido favorável, com os serviços subjacentes registrando uma leitura abaixo da mediana histórica e recuando ligeiramente em relação ao IPCA-15 de março", diz Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, em relatório. "As inflações de praticamente todos os núcleos gerais acompanhados pelo Banco Central recuaram e ficaram em patamares bastante baixos para os padrões do período. Temos apenas que tomar cuidado para não extrapolar o otimismo que pode ser gerado devido à boa leitura divulgação." Nos EUA, foi divulgado nesta sexta o índice PCE de preços, favorito do Fed para monitorar a inflação. O indicador subiu 0,3% no mês passado. Nos 12 meses até março, a inflação aumentou 2,7%, depois de avançar 2,5% em fevereiro. Além disso, os dados de fevereiro não foram revisados e mostram um aumento de 0,3% do PCE. Economistas consultados pela agência Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 2,6% na base anual. As taxas dos Treasuries de 10 anos, referência global para investimentos, aceleraram a queda depois que dados mostraram que a inflação nos Estados Unidos aumentou moderadamente em março. "Mesmo com os números anualizados um pouco acima do esperado, os dados trimestrais divulgados ontem vieram tão ruins que o mercado certamente se preparava para algo pior", disse Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos, à Reuters. "A chance de o Fed começar a cortar de juros em setembro voltou ao radar." Outro dado importante foi o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre de 2024, que veio mais fraco do que o previsto pelo mercado. A taxa anualizada foi de 1,6%, bem menor que os 3,4% no quarto trimestre de 2023. Contra o trimestre anterior, a economia cresceu apenas 0,4% nos primeiros três meses do ano. Os analistas esperavam um crescimento de 2,2% de janeiro a março, de acordo com o consenso do Market Watch. Essa foi a primeira estimativa do Departamento do Comércio, publicada na quinta-feira (25). Os EUA publicam o seu crescimento a uma taxa anualizada, que compara o PIB com o do trimestre anterior e depois projeta a variação para todo o ano ao ritmo desses três meses. Antes, o mercado esperava que os juros começassem a cair ainda no primeiro semestre deste ano. Porém, com dados ainda fortes da economia americano — e, com destaque, ainda, para a inflação que não volta à meta de 2% do Fed —, investidores já acreditam que o ciclo de baixas pode demorar mais tempo para ter início. Juros mais altos na maior economia do mundo acabam levando investimentos para dentro do país, o que retira dinheiro de outros mercados, principalmente os emergentes, caso do Brasil. Neste contexto, o dólar ganha vantagem frente o real. De volta ao cenário interno, a agenda corporativa melhorou tanto pela melhora da inflação como pela notícia vinda da Petrobras. O Conselho de Administração da empresa aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a medida, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. Ao todo, serão liberados cerca de R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários, de um total de R$ 43,5 bilhões. Os pagamentos serão feitos em duas parcelas: em maio e em junho deste ano. Além disso, o Palácio do Planalto também deu aval para o pagamento dos outros 50% dos dividendos extraordinários restantes no segundo semestre deste ano. A informação é do blog da Julia Duailibi. A nova perspectiva fez as ações preferenciais da Petrobras subirem mais de 2% nesta quinta-feira e mais 1,3% nesta sexta. Por fim, nesta semana o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo. Ele levou o texto pessoalmente a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A reforma foi aprovada via proposta de emenda à Constituição (PEC) no ano passado. Esse texto, de 2023, trouxe apenas as linhas gerais da reforma tributária. Agora, é preciso aprovar a regulamentação, que será feita via projetos de lei. Entre os pontos a ser regulamentados estão os produtos que vão compor a cesta básica e o chamado “imposto do pecado”, criado para desestimular artigos nocivos à saúde e ao meio ambiente.


IPCA-15: preços sobem 0,21% em abril, ainda puxados pelos alimentos

A prévia da inflação acumula alta de 3,77% na janela de 12 meses. Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro. IPCA-15: Prévia da inflação desacelera para 0,21% em abril O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,21% nos preços em abril, informou nesta sexta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior influência vem novamente do grupo de Alimentação e bebidas, com alta de 0,61% no mês e impacto de 0,13 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Ainda assim, o índice teve desaceleração de 0,15 p.p. na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,36% para março. Em abril de 2023, o IPCA-15 foi de 0,57%. Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 3,77% na janela de 12 meses. Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro. As projeções eram de alta de 0,29% para abril, chegando a 3,85% em 12 meses. Oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços em abril. Apenas Transportes teve deflação no mês (-0,49%), com a principal queda vinda da passagem aérea, que teve um recuo de 12,2% e contribuiu com -0,09 p.p. no índice geral. Os combustíveis também tiveram alívio (-0,03%), com queda da gasolina (-0,11%), do gás veicular (-0,97%) e do óleo diesel (-0,43%). O etanol teve alta de 0,87% no mês. Veja abaixo a variação dos grupos em abril Alimentação e bebidas: 0,61%; Habitação: 0,07%; Artigos de residência: 0,03%; Vestuário: 0,41%; Transportes: -0,49%; Saúde e cuidados pessoais: 0,78%; Despesas pessoais: 0,40%; Educação: 0,05%; Comunicação: 0,17%. Alimentos seguem pressionando Dentro do grupo Alimentação e bebidas (0,61%), o destaque foi novamente a Alimentação no domicílio, que reúne os preços de alimentos in natura. No mês de abril, o subgrupo subiu 0,74%, com altas do tomate (17,87%), do alho (11,60%), da cebola (11,31%), das frutas (2,59%) e do leite longa vida (1,96%). O IBGE registra quedas da batata-inglesa (-8,72%) e das carnes (-1,43%). Já a Alimentação fora do domicílio continua subindo em ritmo mais contido. No mês, desacelerou para 0,25% contra 0,59% no mês de março. O IBGE destaca uma alta menos intensa da refeição (0,76% em março para 0,07% em abril). Junto com a alimentação, pesou no resultado do mês o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,78% de alta, com 0,10 p.p. no índice). Segundo o IBGE, a maior contribuição (0,05 p.p.) veio dos produtos farmacêuticos (1,36%), após a autorização do reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Também mereceu destaque o plano de saúde (0,77%), que segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024. O tomate (17,87%) teve a alta mais expressiva no IPCA-15 do mês de abril Reprodução/TV Gazeta Maiores contribuições Veja os itens com maior contribuição positiva no IPCA-15. Tomate: 17,87% no mês e 0,05 p.p. Plano de saúde: 0,77% no mês e 0,03 p.p. Cebola: 11,31% no mês e 0,02 p.p. Cinema, teatro e concertos: 3,76% no mês e 0,02 p.p. Mamão: 14,29% no mês e 0,02 p.p. Veja os itens com maior contribuição negativa no IPCA-15. Passagem aérea: -12,20% no mês e -0,09 p.p. Batata-inglesa: -8,72% no mês e -0,02 p.p. Contrafilé: -3,49% no mês e -0,01 p.p. Arroz: -1,89% no mês e -0,01 p.p. Pacote turístico: -2,10% no mês e -0,01 p.p.


Por que Petrobras é petroleira que mais paga dividendos para acionistas no mundo?

Remuneração dos acionistas da estatal disparou com aumento dos lucros e redução dos investimentos da empresa. Dividendos distribuídos pela Petrobras tiveram forte alta nos últimos três anos GETTY IMAGES via BBC A distribuição de dividendos (remuneração aos acionistas com parcela do lucro) pela Petrobras virou alvo de intensa discórdia, após a empresa ampliar fortemente esses pagamentos em 2022 e 2023, período em que se destacou como a petroleira que mais pagou dividendos no mundo (US$ 57,6 bilhões). De um lado, parte do governo e grupos que defendem o papel central da estatal no desenvolvimento do país querem que a empresa reduza o pagamento aos acionistas para ampliar seus investimentos, por exemplo, com a construção de novas refinarias (unidades que transformam óleo bruto em combustíveis) e fontes alternativas de energia. VEJA TAMBÉM ENTREVISTA EXCLUSIVA: Desenrola para empresas e novo programa de crédito - ministro Márcio França fala ao g1 De outro lado, analistas de mercado e acionistas da empresa defendem que a empresa mantenha o alto patamar de distribuição de dividendos, o que torna suas ações mais atrativas. Eles argumentam que a empresa já tem um nível elevado de investimentos e que certos projetos de interesse do governo, como as refinarias, não seriam lucrativos. Em meio a essa disputa, os acionistas da empresa aprovaram nesta quinta-feira (25/04) distribuir R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários, referentes aos lucros de 2023, depois que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tentou bloquear a liberação desses recursos em março. Os dividendos extraordinários são aqueles pagos além do mínimo previsto em regras de mercado e da própria empresa. A Petrobras já havia anunciado um total de R$ 72,4 bilhões em dividendo ordinários referentes aos ganhos de 2023, parte dos quais já foi paga no ano passado. A aprovação do pagamento extra agora reflete um recuo do Palácio do Planalto, após as ações da estatal levarem um tombo de 10% em um dia, no mês passado, devido à insatisfação do mercado com a decisão inicial. Embora a Petrobras seja uma companhia de capital aberto, a União mantém controle acionário da empresa e, por isso, é determinante na decisão de liberação desses recursos. No entanto, a mudança de rumo não deixa de ter um lado positivo para o governo. Como maior acionista da Petrobras, a União deve receber R$ 6 bilhões dos dividendos extras liberados, valor que pode contribuir para reduzir o rombo nas contas federais. Nos últimos dois anos, os valores recebidos somaram R$ 83,9 bilhões. Petrobras volta atrás e decide distribuir metade dos dividendos extraordinários Por que Petrobras se tornou a maior pagadora? Levantamento do especialista em dados financeiros Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, para a BBC News Brasil, mostra que os dividendos distribuídos pela Petrobras tiveram forte alta nos últimos três anos. A estatal pagou R$ 72,7 bilhões em 2021, R$ 194,6 bilhões em 2022, e R$ 98,2 bilhões em 2023. Considerando os valores em dólar, a empresa aparece como a maior pagadora de dividendos entre as grandes petroleiras nos dois últimos anos, quando os desembolsos somaram US$ 57,6 bilhões, superando em muito as outras três maiores pagadoras no período, como Exxon Mobil (US$ 29,8 bilhões), Chevron (US$ 22,3 bilhões) e Petrochina. (US$ 20,4 bilhões). Os valores contabilizados por Einar Rivero representam o que de fato saiu do caixa da empresa no período, em dividendos e juros sob capital próprio (um outro tipo de dividendo). Parte do que é pago em um ano é referente aos ganhos do exercício anterior, e assim sucessivamente. A quantia total paga de 2021 a 2023 (R$ 365,5 bilhões) é seis vezes maior do que tudo que foi distribuído entre 2010 e 2020 (R$ 59,3 bilhões). O aumento recente reflete a maior lucratividade da empresa — em momento de disparada da cotação do petróleo — e a decisão de guardar uma parte menor desses ganhos para investimentos. A Petrobras registrou seus dois maiores lucros da história em 2022 (R$ 188,3 bilhões) e 2023 (R$ 124,6 bilhões). Nesse período, investiu quase R$ 25 bilhões em 2022 e R$ 42,2 bilhões em 2023. São números expressivos, mas bem abaixo do registrado entre 2010 e 2015 (média anual de R$ 77,1 bilhões em investimentos), durante o governo Dilma Rousseff (PT). Foi um período marcado por fortes investimentos para a exploração das reservas de petróleo no pré-sal, mas também por projetos controversos, como obras com desvios de recursos, escândalo revelado pela operação Lava Jato. Para o engenheiro químico Felipe Coutinho, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), esses altos investimentos feitos anos atrás se refletem na alta dos lucros hoje. Na sua visão, a política de reduzir investimentos e maximizar o pagamento de dividendos não é sustentável para a empresa. Ele nota que, ao mesmo tempo que os dividendos pagos são os maiores do mundo, os investimentos dos últimos anos ficaram abaixo das principais concorrentes. "O dividendo que é distribuído hoje, o lucro que é gerado hoje, é resultado do investimento do passado", afirma. "Então, se você não faz investimento na proporção necessária para encontrar petróleo na mesma medida que você esgota (as reservas), se não investe para agregar valor ao petróleo com refino, transporte e comercialização, se não investe na petroquímica, se não investe no que vai te gerar receita futura, na verdade você compromete o futuro da empresa", argumenta. Críticos da gestão da empresa durantes os primeiros governos petistas reconhecem a importância dos investimentos para exploração do pré-sal, mas avaliam que outros projetos tocados pela Petrobras seguiram mais a visão política do governo, do que uma avaliação do que seria a forma mais rentável de aplicar os ganhos da companhia. Para esse grupo, decisões erradas de investimentos, o controle dos preços dos combustíveis (quando a Petrobras vende gasolina e diesel a preços menores do que os praticados internacionalmente) e os impactos dos escândalos de corrupção são fatores que explicam os quatro anos em que a empresa registrou prejuízos, somando mais de R$ 70 bilhões em perdas de 2014 a 2017. "Em 2015, devido a todos os escândalos, a Petrobras não pagou dividendos. E em 2016 e 2017, o valor somado foi de R$ 777 milhões, o que para a Petrobras é nada", nota Rivero. Na sua avaliação, os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro promoveram a retomada dos dividendos, com um patamar razoável de investimento, com média anual de R$ 28 bilhões entre 2017 e 2022. "Poderia se deduzir (dos números): uma empresa saneada, posteriormente a todos os escândalos, conseguiu investir e, além de investir, pagar ainda dividendos", afirma. 'Dividendos altos refletem riscos maiores', diz professor GETTY IMAGES via BBC Para o professor de finanças Rafael Schiozer, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), as ações da empresa desabaram em março porque os acionistas entenderam que o governo estaria segurando caixa para fazer "investimentos de cunho político, que não se pagam, com retorno menor que o custo de capital da empresa". "São investimentos fora da área core (principal negócio) da Petrobras, em que a Petrobras realmente é muito competente, que são a exploração e produção no pré-sal. Por exemplo, a Petrobras não tem retorno muito bom nesses projetos de refino. Os últimos, inclusive, destruíram valor (da empresa)", argumenta. Para Schiozer, o que é insustentável não é a empresa deixar de investir, mas alocar recursos em projetos que não são rentáveis. Na sua avaliação, os recordes em pagamento de dividendos não são um problema e é natural que a Petrobras pague mais que suas concorrentes. "Obviamente, uma petroleira num mercado emergente tem que dar retorno maior para o acionista, porque o risco é muito maior. E, no caso da Petrobras, mais ainda, porque ainda tem o risco de influência política", disse. Na visão do economista Adilson de Oliveira, professor aposentado da UFRJ, a distribuição de dividendos é de interesse da empresa. "Manter um nível de dividendos razoável é importante para que as pessoas continuem investindo na Petrobras, continuem comprando ações da Petrobras", afirma. Ele diz que os pagamentos elevados refletem a alta lucratividade da empresa no pré-sal. "A Petrobras passou a gerar dividendos extraordinários porque o custo de produção da Petrobras no pré-sal é na faixa dos US$ 25 o barril, e ela vende isso há US$ 80 agora, mas chegou a vender a US$ 90", ressalta. "Então, imagina a margem de lucro monumental que a empresa tem, e o governo, evidentemente, gostaria de se apropriar desses recursos para seus projetos específicos, e não necessariamente os projetos da empresa", acrescenta. Interesses dos acionistas x interesses do país? Por trás do embate dos dividendos, há duas visões sobre o papel da Petrobras. Há segmentos da sociedade e do governo que entendem que a estatal, maior empresa brasileira, deve ser usada para alavancar o crescimento do país e garantir segurança energética. Já outros entendem que a companhia, ao ter ações em bolsa, deve ser gerida com foco em resultados. Na visão desse grupo, o bom desempenho financeiro da empresa traz naturalmente reflexos positivos para a economia e o governo, como a geração de empregos e o pagamento de impostos. A discórdia sobre os investimentos em refinarias reflete essas diferentes visões. Para o engenheiro químico Felipe Coutinho, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), é fundamental que a empresa invista no setor, para reduzir a dependência do país da importação de combustíveis. Hoje, a estatal exporta óleo bruto e importa derivados. Além disso, ele refuta que a estratégia de investir em refino não seja rentável. "O resultado do segmento de refino, transporte e comercialização (de combustíveis) varia de acordo com o preço do petróleo. É uma questão contábil. Quando o preço do petróleo está relativamente baixo, a Petrobras, como qualquer outra empresa, registra resultados contábeis maiores nesse segmento", afirma. "E quando o preço do petróleo está relativamente alto, as empresas registram um desempenho contábil maior na exploração e produção (de óleo bruto). Então, a atuação integrada da Petrobras visa fazer com que a empresa seja rentável e sustentável independente da variação do preço", acrescenta. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pedro Rodrigues, por sua vez, é mais um que crítica os investimentos em refinarias. Na sua visão, porém, o problema não está apenas nesse setor. Na sua visão, também há projetos ruins na área de transição energética, como a criação de sete usinas eólicas offshore (no mar), em diferentes Estados ao longo da costa brasileira. "O problema da Petrobras, é que a cada quatro anos (com a mudança de governo), o rumo da empresa muda da água para o vinho. Eu vejo que os investimentos que a nova direção tem indicado tem muito mais retorno político do que retorno econômico", avalia. "Por exemplo, o volume de dinheiro indicado para a construção de eólicas offshore. Eu nem sei se Siemens tem turbina suficiente para atender esse volume (de energia), ou se o Brasil tem demanda suficiente para esse volume. Então, é uma coisa que não faz sentido", critica.


Desenrola para empresas e novo programa de crédito: ministro Márcio França fala ao g1

Em entrevista exclusiva ao podcast Educação Financeira, ministro das Micro e Pequenas Empresas explica como funcionará o programa de renegociação de dívidas para CNPJs e os planos para destravar empréstimos para o setor. Ministro Márcio França, fala ao g1 sobre o programa Acredita Anunciado na segunda-feira (22), o Desenrola Pequenos Negócios tem chance de estar operando já na semana que vem. É o que revela Márcio França, ministro do Empreendedorismo, Micro e Pequenas Empresas, em entrevista ao g1 e ao podcast Educação Financeira. A nova versão do programa de renegociação de dívidas do governo federal foca agora em MEIs, micro e pequenas empresas, com faturamento anual bruto de até R$ 4,8 milhões. O ministro diz que a meta do governo é oferecer suporte para que os empreendedores possam se livrar de entraves financeiros para investir no crescimento do negócio. "Quem tiver com qualquer problema financeiro e tiver com vontade de continuar (a empreender), vai encontrar um bom incentivo. Porque se seguir o parâmetro do que aconteceu na faixa 2 do Desenrola da pessoa física, nós vamos ter descontos de 40 a 90% (do valor total da dívida)", disse o ministro. A expectativa é que o Ministério da Fazenda publique ainda nesta sexta-feira (26) uma portaria com orientações para que bancos e instituições financeiras se habilitem para negociar as dívidas de empreendedores no novo Desenrola. Por enquanto, o que se sabe sobre o programa é que os empreendedores poderão renegociar dívidas bancárias feitas em seu CNPJ ou dívidas com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Será possível quitar à vista ou optar pelo parcelado. Márcio França, ministro das Micro e Pequenas Empresas, fala ao g1 sobre o programa Acredita Fábio Tito/g1 O Desenrola Pequenos Negócios faz parte do Programa Acredita do governo federal, que pretende ampliar o acesso ao crédito no Brasil. Além da medida para renegociação de dívidas, o programa também prevê uma linha de crédito específica para as microempresas: o ProCred 360, uma versão atualizada do Pronampe. A regra para acessar crédito por meio desta linha é que a empresa tenha um faturamento anual bruto de, no máximo, R$ 360 mil. Para o programa, o governo vai disponibilizar uma fatia de R$ 4 bilhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO), que servirá como garantia para que os bancos emprestem dinheiro para os empreendedores. Os juros serão fixados em Selic (taxa básica da economia brasileira, hoje em 10,75% ao ano), mais uma taxa de 5% ao ano. A empresa poderá pegar um empréstimo equivalente a até 30% do seu faturamento bruto anual. Para negócios liderados por mulheres, o limite sobe para 50% do faturamento. A expectativa é que o ProCred 360 comece em até dois meses e que os empreendedores tenham um período de carência de seis meses para começar a pagar. O ministro foi recebido no estúdio do g1 para esclarecer detalhes sobre o programa e também sobre os demais pilares do Acredita. Abaixo, os cortes de cinco destaques da entrevista: Empreendedor precisa de ajuda, 'especialmente para crescer', diz França A 'grande conquista' seria fazer o informal virar formal 'Não posso obrigar o banco a emprestar se o CNPJ estiver todo complicado' 'Se tem uma porta de saída para o Bolsa Família, é empreender' 'O crédito nas periferias é um crédito extremamente ingrato' Márcio França, ministro das Micro e Pequenas Empresas, fala ao g1 sobre o programa Acredita Fábio Tito/g1 VEJA TAMBÉM Como organizar as ideias para começar a empreender Como se organizar para fazer o seu negócio crescer Dicas de como se organizar financeiramente para largar tudo para começar a empreender Tudo sobre a declaração de MEIs no Imposto de Renda 2024 Empreendedor precisa de ajuda, 'especialmente para crescer', diz França Márcio França, ao g1: 'Quem fatura R$ 40 mil, vai ficar com uma faixa de R$ 3 mil por mês' Na apresentação do programa Acredita, o governo federal citou dado da Serasa que mostra que mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas estão inadimplentes no país. Perguntado pelo g1 se a meta do Desenrola Pequenos Negócios era atingir a todos eles, França afirmou que é isso que gostaria. "Seria ideal. Claro, a gente imagina que muitas dessas pessoas podem ter também encerrado seus negócios. Às vezes a pessoa montou, desiludiu ou então arrumou um emprego no meio do caminho. E você sabe que muita gente vai empreender às vezes não é um empreendedor por vocação, ele foi por necessidade das circunstâncias, como aconteceu muito, né? (...) Mas, depois, se a pessoa também pega jeito e aquilo começa a dar lucro, ela gosta da história." "Só que muita gente sempre vê a empresa pelo faturamento, né? A gente mesmo usa essa expressão: faturou quanto? (...) Dá a impressão que ficou tudo no bolso da pessoa. A rigor, uma empresa bem administrada, se estiver bem enxuta — por exemplo, um restaurante, um bar, uma lanchonete — se ela deixar 8%, 7% é um bom retorno." "Então, eu falei isso para o presidente Lula: 'Presidente, quem fatura R$ 500 mil por ano, por exemplo, — que vai dar R$ 40 mil por mês, por exemplo — ele vai ficar com uma faixa de R$ 3 mil líquido por mês, ele não faz muita coisa com esse negócio'. Ele sobrevive, né?" "Então, ele é uma pessoa que precisa realmente de uma ajuda. E especialmente para ele crescer. Com esses cortes lineares, de MEI e de Simples, é uma barreira mesmo, né? Então, a pessoa fica sendo empurrada a uma síndrome de Peter Pan de ficar sempre pequeno. Quando, na verdade, nosso objetivo é que a empresa cresça. Ninguém quer ser 'micro' nada, né?" A 'grande conquista' seria fazer o informal virar formal Márcio França, ao g1: A 'grande conquista' será fazer com que informais se formalizem O ministro Márcio França foi perguntado sobre o novo programa ProCred, de crédito a micro e pequenos empreendedores. As bases são parecidas com as do Pronampe, mas o ministro explica que a principal diferença entre eles é um corte no teto do faturamento anual: os empréstimos estarão disponíveis para empresas que faturem até R$ 360 mil. O governo espera que, com esse corte no teto do faturamento, as empresas de menor porte consigam um acesso mais fácil às linhas de crédito do que foi com o antigo programa. Os juros mais baixos, de Selic + 5%, seriam um incentivo para que micro e pequenos empresários se formalizem para que façam investimentos produtivos. "E isso também vem numa mesma toada, de a gente tentar fazer com que as pessoas que são informais se formalizem. Porque a nossa grande conquista vai ser pegar os 20 milhões de pessoas informais, (...) e fazer esse informal virar formal." "Como é que ele vai virar formal? Ele tem que ser incentivado, senão ele fala: 'Ah, eu vou virar formal para quê, né?' Então, agora tem aí uma coisa. Olha, se você quiser virar formal, se você quiser virar MEI, por exemplo, você tem a chance de trocar a sua moto numa prestação que vai ficar com R$ 100 de prestação agora. Se você não quiser, você vai pegar no banco, vai pagar R$ 400. Então, esse é o incentivo da pessoa, né?" 'Não posso obrigar o banco a emprestar se o CNPJ estiver todo complicado' Márcio França ao g1: 'Não posso obrigar banco a emprestar se CNPJ estiver todo complicado' O ministro Márcio França explica que o Desenrola Pequenos Negócios será lançado na frente dos demais pilares do programa Acredita para limpar caminho para a tomada de crédito pelo ProCred 360. A expectativa é que a renegociação de dívidas esteja disponível para as empresas já nas próximas semanas, enquanto o início dos empréstimos pela nova linha de crédito deve ser em dois meses. França destaca que a resolução dos problemas financeiros é uma etapa importante para que os próprios bancos estejam mais abertos a negociar empréstimos para o empreendedor. O ministro pontua que não é uma regra que o pequeno empresário passe primeiro pelo Desenrola para, então, tentar crédito pelo ProCred 360, mas garante que as instituições financeiras devem priorizar as empresas que estão com as dívidas, pelo menos, renegociadas para liberar qualquer valor de empréstimo. "Não dá para a gente fazer o empréstimo, porque o banco segue um critério. A gente vai garantir, com o FGO, a inadimplência de uma parte dessas pessoas. É por isso que o juro cai, mas eu não posso obrigar o banco a emprestar se a pessoa tiver toda complicada na vida dela, se o CNPJ dela é todo complicado. Então, por isso a pessoa desenrolando o CNPJ, evidentemente que vai abrir a chance de ela poder pegar o valor emprestado." "Não há uma regra que obrigue [a passar primeiro pelo Desenrola]. Porque se o banco quiser, ele pode fazer um empréstimo. Às vezes a dívida da pessoa é uma dívida prescrita, ou é uma coisa que está em discussão judicial, mas é evidente que os bancos têm preferência e fazem primeiro para quem tem o nome desenrolado, né? Então, por isso, Desenrola sai na frente." 'Se tem uma porta de saída para o Bolsa Família, é empreender' Márcio França, ao g1: 'Se tem uma porta de saída para o Bolsa Família, é empreender' Uma das críticas de especialistas aos programas de crédito para micro e pequenas empresas, inclusive ao novo ProCred, é o fato de que os bancos veem a pequena empresa como um dos maiores riscos de crédito, o que retrai o fornecimento de empréstimos. França diz que faz parte do desafio convencer as instituições financeiras a confiar nos empreendedores e cabe ao governo dar as melhores condições de garantia. Diz ainda que não se deve deixar de lado a pequena empresa, que é o principal motor de empregos do país. O ministro segue dizendo que o empreendedorismo — queira ou não — ganhou protagonismo no formato de trabalho do brasileiro. "O brasileiro, de maneira geral, 60% gostariam... Acho que o sonho do brasileiro, tirando ter a casa própria, uma família, se ele pudesse, era ter uma empresa e poder não ficar dependente de um emprego mais formal." "Então, de alguma forma, eu penso que em determinados lugares do Brasil, em especial lugares mais longe, remotos, com tanta área que nós temos de preservação no Brasil, você não pode esperar que vai surgir uma indústria lá, surgir um emprego formal. Se tem alguma chance de a pessoa sobreviver, é empreendendo, né?" "A gente fez uma pesquisa (...). De quem hoje está no topo do Bolsa Família, que recebe acima de R$ 800, (...) 44% empreendem. Você pode olhar dos dois jeitos. Pode falar: 'Poxa, mas então ele não devia estar na Bolsa Família'. Eu acho que essa pessoa também tem que ser ajudada." "Porque a gente quer que essas pessoas, cada vez mais, se organizem. Porque, se tem uma porta de saída para o Bolsa Família, é a pessoa poder empreender. Quem sabe ela consegue se deslanchar, né? É que, nesse caso, o crédito fica mais difícil ainda." 'O crédito nas periferias é um crédito extremamente ingrato' Márcio França, ao g1: 'O crédito nas periferias é um crédito extremamente ingrato' Ainda falando sobre o acesso ao crédito para os empreendedores de baixa renda, Márcio França destaca que, nas periferias, as condições para conseguir um empréstimo são ainda piores, com altas taxas de juros — justamente pelo pouco alcance que essas pessoas têm do crédito de bancos. Nesse sentido, o ministro reforça que o papel do governo, é servir como um estimulador, fazendo com que as instituições financeiras se aproximem desse público. Por isso, uma das vertentes do programa Acredita é liberar os R$ 4 bilhões do FGO como garantia para que os bancos emprestem dinheiro. "A realidade brasileira é feita de muita gente com valentia. Mas, sem o crédito, a verdade é que sem o crédito, a pessoa fica acuada, né?" "O crédito nas periferias, nas comunidades, ele é um crédito extremamente ingrato. A pessoa trabalha com cartão de crédito. Se você for numa comunidade, você vai ver que tem lá uma pessoa que, se você quer R$ 300, a pessoa te dá os R$ 300 pelo PIX e põe esse valor no cartão de crédito dela e vai te cobrar, evidentemente, o preço (dos juros) do valor do cartão de crédito. Aí, você vai pagar 10% ao mês." "Então é isso que inibe muito essa vontade das pessoas. As pessoas se perdem muito facilmente com juros, né? Então, o grande desafio é fazer o juro cair. Mas, e para convencer o banco, né? Porque a gente tem essa questão de risco. O empreendedor ele, ele vai querer, mas a gente tem que convencer o banco de que é verdade. Esse também é nosso eterno desafio". "Se nós entendemos que o Banco Central tem que derrubar as taxas cada vez mais, nós temos que confiar nas pessoas também para que a gente derrube as taxas para elas também. (...) Se eu posso colocar um benefício fiscal para, por exemplo, grandes produtores de evento que, com R$ 4 bilhões no Perse, por que eu não posso fazer isso pra uma pessoa que produz bolo na comunidade, para comprar uma batedeira e produzir mais bolo?"


BC da Argentina corta juros para 60% com otimismo sobre inflação

Este foi o segundo corte na taxa básica neste mês, à medida que o governo se torna cada vez mais confiante em conter a inflação. Banco Central da Argentina Ronaldo Schemidt / AFP O banco central da Argentina reduziu a taxa de juros de referência de 70% para 60% ao ano, informou a autoridade monetária nesta quinta-feira (25), no segundo corte na taxa básica neste mês, à medida que o governo se torna cada vez mais confiante em conter a inflação. O corte de juros ocorre em meio ao crescente otimismo do banco central quanto à redução da taxa de inflação mensal mais rapidamente do que o esperado pelos analistas, o que é fundamental para a recuperação econômica do país, onde os preços sobem quase 300% ao ano. A decisão confirma uma notícia anterior da Reuters, citando três fontes do setor financeiro local, que disseram que o órgão de definição da política monetária havia avisado operadores sobre o corte de 10 pontos em um memorando. Há duas semanas, o banco central da Argentina cortou a taxa de juros básica em mais 10 pontos percentuais, citando uma desaceleração "acentuada" da inflação em meio a uma dura e dolorosa campanha de austeridade sob o comando do novo presidente ultraliberal Javier Milei. As políticas fiscais rígidas de Milei estimularam o ânimo dos investidores na Argentina, impulsionando ações, títulos e o peso, mas os níveis de pobreza estão aumentando junto com a recessão econômica, à medida que a atividade, a produção e o consumo caem. Argentina: 150 mil pessoas protestam contra cortes nas universidades públicas


Após STF barrar medida, frente parlamentar defende a desoneração da folha: 'Gerar empregos e renda'
Ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, acolheu ação do governo e suspendeu a lei aprovada pelo Congresso. Desoneração da folha abrange 17 setores que mais empregam na economia. A Frente Parlamentar do Empreendedorismo, em nota assinada pelo seu presidente, deputado Joaquim Passarinho (PL-MA), defendeu a desoneração da folha de pagamentos de empresas dos 17 setores que mais empregam na economia. Para ele, a desoneração gera emprego e renda e diminui o custo Brasil. A nota foi divulgada após o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter barrado a desoneração, em medida liminar (provisória), acolhendo pedindo judicial do governo. Passarinho criticou a iniciativa do governo de contestar na Justiça a desoneração, que foi prorrogada pelo Congresso em votações na Câmara e no Senado no fim de 2023. "Não há dúvidas de que o movimento do Poder Executivo contribuirá para prolongar o tensionamento nas relações com o Legislativo, que fez valer em cada um dos votos no Congresso Nacional o anseio da sociedade civil organizada, que procura segurança jurídica e redução do Custo Brasil para gerar empregos e renda. Nesse sentido, a judicialização da política simboliza um retrocesso em termos sociais e econômicos", escreveu o deputado. A Frente Parlamentar do Empreendedorismo disse ainda que espera que o plenário do STF, que vai analisar a liminar de Zanin, reverta a decisão e retome a desoneração. "A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) acredita no cumprimento de decisões judiciais, mas reitera a confiança de que o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) irá corroborar a decisão soberana do Congresso Nacional, que legislou em favor da manutenção desta fundamental política pública", conclui o texto. Decisão de Zanin Em sua decisão, o ministro Zanin concordou com o argumento do governo de que a renúncia não pode ser dada sem que ocorra a indicação do impacto orçamentário. Segundo o Zanin, sem essa previsão há risco de um desajuste significativo nas contas públicas e até mesmo do esvaziamento do regime fiscal. Zanin estabeleceu que a suspensão valerá até que seja indicado o impacto fiscal da medida. A decisão do ministro será julgada no plenário virtual do STF a partir da meia noite desta sexta-feira. Os ministros podem inserir seus votos no sistema eletrônico até o dia 6 de maio. Entenda a lei A lei da desoneração foi promulgada pelo Congresso no ano passado e permite que 17 setores intensivos em mão de obra substituam a alíquota previdenciária de 20% sobre os salários por uma alíquota de 1% a 4,5% por cento sobre a receita bruta. Entre os setores beneficiados pela mudança estão: 🏭 industrial: couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos ☎️ serviços: tecnologia da informação, tecnologia da informação e comunicação, call center e comunicação 🚌 transportes: rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metroferroviário 🏗️ construção: construção civil e pesada A desoneração também vale para municípios com até 156 mil habitantes. A lei chegou a ser vetada pelo presidente Lula no fim de 2023, mas os parlamentares derrubaram o veto e ela estava em vigor até a decisão de Zanin.

Mega-Sena, concurso 2.717: aposta de Campinas leva sozinha prêmio de R$ 5,5 milhões

Veja as dezenas sorteadas: 06 - 22 - 34 - 36 - 44 - 50. Quina teve 31 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 52,4 mil. Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h Marcelo Brandt/G1 O sorteio do concurso 2.717 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (25), em São Paulo. Uma aposta de Campinas (SP) acertou as seis dezenas e levou sozinha o prêmio de R$ 5.581.371,93. Veja os números sorteados: 06 - 22 - 34 - 36 - 44 - 50 De acordo com a Caixa Econômica Federal, a aposta foi feita pela internet. O vencedor realizou um jogo simples, de seis números, e optou pela teimosinha — que permite concorrer com a mesma aposta por concursos consecutivos. 5 acertos - 31 apostas ganhadoras: R$ 52.426,96 4 acertos - 1.883 apostas ganhadoras, R$ 1.233,01 O próximo sorteio da Mega será no sábado (27), com prêmio estimado em R$ 3 milhões. Mega-Sena, concurso 2.717 Reprodução/Caixa Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Regulamentação da reforma tributária prevê menos imposto para 18 tipos de profissionais liberais; veja lista
Governo detalhou projeto de regulamentação da reforma em apresentação que durou praticamente o dia inteiro. 18 tipos de profissionais liberais deverão pagar 30% menos do futuro imposto unificado. A regulamentação da reforma tributária, enviada pelo governo ao Congresso nesta quarta-feira (24), prevê que 18 tipos de profissionais liberais pagarão menos impostos sobre suas atividades. A reforma simplifica os impostos sobre consumo e unifica vários deles em apenas dois: o CBS e IBS, estaduais e federais. A alíquota desse imposto não está definida ainda. O Ministério da Fazenda calcula algo em torno de 26%. De qualquer forma, a regulamentação prevê que esses 18 tipos de profissionais pagarão 30% a menos de CBS e IBS. Essas categorias são: administradores; advogados; arquitetos e urbanistas; assistentes sociais; bibliotecários; biólogos; contabilistas; economistas; economistas domésticos; profissionais de educação física; engenheiros e agrônomos; estatísticos; médicos veterinários e zootecnistas; museólogos; químicos; profissionais de relações públicas; técnicos industriais; e técnicos agrícolas. Klava: Lira quer votar regulamentação da reforma tributária no 1º semestre, antes das eleições municipais Apresentação durou o dia inteiro O Ministério da Fazenda apresentou o projeto de regulamentação da reforma em um evento para jornalistas que durou o dia inteiro. Começou pouco antes das 11h e foi até as 19h. O projeto tem 300 páginas. A espinha dorsal da reforma tributária foi aprovada no ano passado pelo Congresso em forma de proposta de emenda à Constituição (PEC). A PEC já previa que projetos a ser enviados pelo governo definiriam detalhes que ficaram em aberto. É isso que agora o governo começa a fazer. A grande medida da reforma é a unificação de impostos sobre o consumo. O governo, neste momento, não quer diminuir nem aumentar a carga tributária total. A ideia é simplificar o sistema, considerado caótico atualmente. Os ganhos seriam melhor ambiente de negócios, mais transparências nas cobranças, menos burocracia e desperdícios. Principais pontos da regulamentação Alguns pontos da regulamentação apresentada pelo governo, e que ainda precisa tramitar e ser aprovado por Câmara e Senado, devem ter impacto direto na vida de consumidores e empresários. Alguns dos principais são: Cashback A proposta enviada ao Congresso prevê um mecanismo de "cashback" – ou seja, que os impostos cobrados no consumo sejam "devolvidos" às famílias. No texto, a equipe econômica recomenda que isso seja feito para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706, no valor atual). Os percentuais seriam os seguintes: gás de cozinha: devolução de 100% da CBS (federal) e 20% do IBS (estadual/municipal); luz, água e esgoto: devolução de 50% da CBS e 20% do IBS; outros produtos: devolução de 20% da CBS e do IBS. O texto não deixa claro como será a operação desse "cashback" – se o valor será creditado no cartão do Bolsa Família ou do Cadastro Único (CadÚnico), por exemplo. 'Imposto do pecado' Além da alíquota geral, que deve ficar entre 26% e 27% na soma de CBS e IBS, o governo propõe que alguns produtos específicos tenham tributação ainda maior. É o chamado "imposto do pecado", usado para desestimular o consumo de bens que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. A lista incluída pelo governo na regulamentação da reforma tributária prevê imposto mais alto para: cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. Saúde e educação A proposta costurada entre o governo federal e os estados prevê que serviços privados de saúde e educação tenham um desconto de 60% nos impostos pagos. A regra também valerá para uma lista de 850 medicamentos. Outros 383 remédios e insumos serão 100% isentos. Se essa regra for aprovada, quem contratar serviços privados de saúde e educação vai pagar apenas 40% da chamada alíquota geral (aquela que pode chegar a 27%, segundo estimativas). Com isso, o governo busca evitar que haja aumento nos preços de hospitais, clínicas de saúde, laboratórios, escolas e universidades particulares, por exemplo.

Ministério da Fazenda detalha projeto para regulamentar a reforma tributária
Congresso recebeu texto na quarta-feira (24). Regras incluem 'cashback' de imposto, cesta básica sem itens de luxo e desconto para educação e saúde. Ministério da Fazenda detalha projeto para regulamentar a reforma tributária Congresso recebeu texto na quarta-feira (24). Regras incluem 'cashback' de imposto, cesta básica sem itens de luxo e desconto para educação e saúde. O governo detalhou, nesta quinta (25), o projeto de lei para regulamentar a reforma tributária. Haddad foi ao Congresso na quarta (24) para entregar o texto. A reforma foi aprovada no ano passado via PEC, mas tinha apenas linhas gerais. Agora, é preciso definir as regras, que serão feitas via projetos de lei. As regras entregues pelo governo incluem o patamar de cobrança dos novos impostos, 'cashback', cesta básica sem itens de luxo e mais. Veja 5 pontos. O texto prevê ainda redução e isenção de imposto para remédios e nova taxa para compras internacionais. O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que o Congresso deve aprovar a reforma tributária até o fim de 2024

Zanin atende pedido do governo federal e suspende desoneração da folha de empresas e municípios
Zanin estabeleceu que a suspensão valerá até que seja indicado o impacto fiscal da medida. Segundo o ministro, sem essa previsão, há risco de um desajuste significativo nas contas públicas. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin atendeu a um pedido do governo e suspendeu nesta quinta-feira (25) trechos da lei que prorrogou até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de empresas e de municípios. O pedido da Advocacia-Geral da União foi enviado ao STF na quarta (24). Planalto e AGU entraram no STF questionando a constitucionalidade da lei que prorrogou a desoneração da folha salarial de empresas e municípios até 2027 O ministro concordou com o argumento do governo de que a renúncia não pode ser dada sem que ocorra a indicação do impacto orçamentário. Segundo o Zanin, sem essa previsão há risco de um desajuste significativo nas contas públicas e até mesmo do esvaziamento do regime fiscal. Zanin estabeleceu que a suspensão valerá até que seja indicado o impacto fiscal da medida. A decisão do ministro será julgada no plenário virtual do STF a partir da meia noite desta sexta-feira. Os ministros podem inserir seus votos no sistema eletrônico até o dia 6 de maio. Entenda a lei A lei da desoneração foi promulgada pelo Congresso no ano passado e permite que 17 setores intensivos em mão de obra substituam a alíquota previdenciária de 20% sobre os salários por uma alíquota de 1% a 4,5% por cento sobre a receita bruta. Entre os setores beneficiados pela mudança estão: 🏭 industrial: couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos ☎️ serviços: tecnologia da informação, tecnologia da informação e comunicação, call center e comunicação 🚌 transportes: rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metroferroviário 🏗️ construção: construção civil e pesada A desoneração também vale para municípios com até 156 mil habitantes. A lei chegou a ser vetada pelo presidente Lula no fim de 2023, mas os parlamentares derrubaram o veto e ela estava em vigor até a decisão de Zanin.

Governo vai tributar bebidas por teor alcoólico; ‘imposto do pecado’ será maior na vodca que na cerveja
Alíquotas serão definidas até 2026, com entrada em vigor a partir de 2027. Detalhes sobre o projeto da reforma tributária foram apresentados nesta quinta-feira (25) pelo Ministério da Fazenda, durante coletiva de imprensa de mais de sete horas. O governo vai tributar bebidas por volume e teor alcoólico, com as alíquotas do “imposto do pecado” que serão maior sobre a vodca do que sobre a cerveja, por exemplo. As alíquotas serão definidas até 2026, com entrada em vigor a partir de 2027. As informação foram dadas pelo Ministério da Fazenda, nesta quinta-feira (25), durante uma coletiva de imprensa que durou mais de sete horas. Chamado de “imposto do pecado”, o imposto seletivo vai servir para desestimular o consumo de produtos que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente (leia mais abaixo). Klava: Lira quer votar regulamentação da reforma tributária no 1º semestre, antes das eleições municipais Segundo a proposta de regulamentação enviada ao Congresso Nacional, as bebidas alcoólicas serão tributadas por dois impostos, cujas alíquotas ainda serão definidas: alíquota percentual por volume; alíquota específica sobre o teor alcoólico. Ou seja, um litro de vodca com um teor alcoólico de 50% será mais tributado do que um litro cerveja com teor alcoólico de 5%. Isso por conta do teor de álcool na bebida, ainda que as duas tenham o mesmo volume. "Se eu tomo 1 litro de cerveja e 100 ml de whisky, eu estou tomando a mesma quantidade de álcool. E essa tributação dessa quantidade é uma só. O valor de qual vai ser a alíquota vai ser definido na lei ordinária", disse o secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Contudo, segundo o auditor fiscal da Receita Pablo Moreira, a carga tributária não deve aumentar com a reforma. Ou seja, as bebidas tributadas pelos impostos atuais teriam uma redução com as alíquotas uniformes previstas pela reforma tributária. O “imposto do pecado” elevaria esses tributos para igualar à carga tributária atual. Segundo Moreira, hoje, esses produtos já pagam alíquota de ICMS e PIS/Cofins acima da média. Por isso, a carga tributária não deve aumentar. O "imposto do pecado" será cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, sobre bebidas açucaradas, veículos poluentes e sobre a extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. A proposta consta em projeto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo, enviado ao Congresso nesta quarta-feira (24).

Tributação de imóveis do Minha Casa, Minha Vida vai cair com reforma, diz Appy
Governo criou um 'redutor social' de R$ 100 mil que será deduzido do valor de venda do imóvel para fins de aplicação dos impostos. A carga tributária sobre os imóveis populares, como os do programa Minha Casa, Minha Vida, deve cair com a reforma tributária. A informação foi dada pelo secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. "Estamos trazendo progressividade para a tributação de bens imóveis", disse. No projeto de lei que regulamenta a reforma, o governo criou um “redutor social” de R$ 100 mil, que será deduzido do valor de venda do imóvel para fins de aplicação dos impostos. Lira diz que dá para aprovar reforma tributária até o fim do ano Esse valor será aplicado a todos os imóveis, sejam eles populares ou de luxo. Contudo, como os imóveis populares costumam ser mais baratos, o peso do “redutor social” é maior, levando a uma redução da carga tributária para o segmento da população beneficiada por programas sociais de moradia. “Portanto, estou reduzindo o custo dos imóveis populares e estou sim aumentando um pouco o custo dos imóveis de alto padrão. E quanto mais alto padrão, maior a alíquota que vai ser aplicada”, disse. A proposta de regulamentação do governo prevê dois redutores na base de cálculo do tributo: “redutor de ajuste” e “redutor social”. o “redutor de ajuste” é a dedução do custo do terreno no caso de incorporação por construtoras/imobiliárias; o “redutor social” são os R$ 100 mil deduzidos da base de cálculo. Appy deu o exemplo de um imóvel no valor de R$ 200 mil, onde o preço do terreno tenha sido de R$ 50 mil. Na hora de calcular o imposto: o valor do terreno (R$ 50 mil) será deduzido do valor de venda do apartamento (R$ 200 mil); sobram R$ 150 mil, dos quais haverá mais uma dedução, no valor de R$ 100 mil — o chamado "redutor social"; ou seja, a base de cálculo final será de R$ 50 mil. Sobre esse valor será aplicado 80% da alíquota de referência — estimada em 25,6%. "Vale para todos os imóveis, não só o Minha Casa Minha Vida. Só que, para o imóvel de R$ 2 milhões, R$ 100 mil é irrelevante. Para o imóvel de R$ 200 mil, R$ 100 mil [de dedução da base de cálculo] é um efeito muito grande", declarou Appy.

Em acordo com a categoria, governo decide reajustar em 52% o auxílio- alimentação de servidores federais
Auxílio-creche e auxílio-saúde também serão reajustados; valores caem a partir de 1º de junho. Governo enfrenta no momento uma greve de professores e funcionários de universidades federais. O governo informou nesta quinta-feira (25) que vai reajustar em 52% o auxílio-alimentação dos servidores públicos federais. O valor foi fechado após uma roda de negociações com a categoria. Assim, o benefício passará de R$ 658 para R$ 1 mil a partir de 1º de junho. O acordo fechado com a categoria contempla também aumento no auxílio saúde, de R$144,38 para cerca de R$ 215. O auxílio-creche passa de R$ 321 para R$ 484,90. Os reajustes ocorrem em um momento em que o governo enfrenta uma greve de professores e demais servidores de universidades federais e institutos federais. O interesse do Palácio do Planalto é que o movimento grevista não se alastre pelo funcionalismo. Nas contas do Ministério da Gestão, os reajustes concedidos nos auxílios do funcionalismo vão representar ganho de renda de mais de 4,5%, em médias, para os 200 mil trabalhadores federais que ganham até R$ 9 mil. Para os que ganham os menores valores do funcionalismo, esse ganho de renda média chegará a 23%, segundo a pasta. Professores e servidores entraram em greve em 61 universidades e institutos federais do país

Reforma tributária: governo propõe imposto parcial para picanha e outras proteínas de origem animal

Equipe econômica enviou ao Congresso nesta quarta-feira proposta para regulamentar reforma tributária. Executivo quer concluir regulamentação até o fim de 2025. A proposta do governo federal e dos estados para a cesta básica nacional, na regulamentação da reforma tributária, incluiu as proteínas (carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal) na tributação parcial. Pelo projeto, enviado nesta semana ao Congresso Nacional, esses produtos serão tributados na proporção de 40% da alíquota cheia, que é estimada em 26,5% pela área econômica. Na cesta básica nacional em vigor hoje esses produtos são isentos de impostos federais. Proposta do governo prevê mudanças em tributos que incidem sobre as carnes Mariane Rossi/G1 Questionado sobre a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de baixar o preço da picanha, o secretário extraordinário para reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou que haverá redução no peso dos tributos para todas as carnes. Isso porque, segundo Appy, atualmente as proteínas são tributadas pelo ICMS estadual -- mesmo que sejam isentas dos impostos federais (por estarem na cesta básica nacional). O governo diz, com isso, que o peso dos impostos sobre as carnes, de uma forma geral, está em 12,7% atualmente (considerando o ICMS estadual e, também, resíduos tributários, ou seja, impostos sobre impostos). Com a tributação parcial instituída pela reforma tributária, que vai passar a cobrar impostos não cumulativos, a área econômica diz que o peso dos tributos vai cair para 10,6%. De acordo com o secretário Bernard Appy, do Ministério da Fazenda, a população de baixa renda, cerca de 73 milhões de pessoas, terá direito ao abatimento de 20% no chamado "cashback" -- devolução do imposto pago. Para esse público, a alíquota seria menor ainda, de 8,5%. Entenda a regulamentação da reforma tributária Reforma tributária e a cesta básica Na proposta do governo de regulamentação da reforma tributária o governo propôs, juntamente com os estados, uma redução no número de produtos para a cesta básica nacional. A ideia é a de que a cesta básica contará com isenção dos futuros impostos sobre o consumo (CBS, o imposto sobre valor agregado do governo federal, e o IBS dos estados e municípios). Uma das diretrizes, explicou o governo, foi a priorização de alimentos majoritariamente consumidos pelos mais pobres, com o propósito de assegurar que o máximo possível do benefício tributário seja apropriado pelas famílias de baixa renda. "Para embasar a seleção destes alimentos, foi construído um indicador que mensura a relação entre o quanto cada alimento pesa no orçamento de alimentos das famílias de baixa renda e o quanto pesa no orçamento de alimentos das demais famílias, a partir das informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE", informa o documento. Além disso, informou que outro princípio que embasou a proposta foi que a seleção dos alimentos, com tributação reduzida, não inclua aqueles cujo consumo seja concentrado "entre os mais ricos".


Petrobras aprova R$ 94,3 bilhões em dividendos, com pagamento de 50% de extraordinários

Ao todo, serão liberados cerca de R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários referentes a 2023. A União, principal acionista da empresa, deve receber R$ 6 bilhões com a medida. Petrobras perde R$ 55 bilhões em valor de mercado após decisão de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas Jornal Nacional/ Reprodução O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (25), em assembleia geral dos acionistas, a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal. Com a decisão, a União, que tem a maioria das ações da empresa, deve receber cerca de R$ 6 bilhões. Ao todo, serão liberados cerca de R$ 21,95 bilhões em dividendos extraordinários, de um total de R$ 43,5 bilhões. Os pagamentos serão feitos em duas parcelas: em maio e em junho deste ano. Em comunicado ao mercado, a Petrobras informou que a remuneração total aos acionistas referente a 2023 será de R$ 94,3 bilhões. Esse valor inclui as antecipações aprovadas ao longo do ano passado e pagas até março de 2024 (R$ 58,2 bilhões) mais a proposta de dividendos complementares. (veja a íntegra do comunicado mais abaixo). Os dividendos são uma parcela do lucro da companhia que é repartida entre os acionistas. Já o dividendos extraordinários (ou complementares) são aqueles pagos além do mínimo obrigatório. Ou seja, a empresa não tem que pagá-los necessariamente. A decisão anunciada em março de não pagar esses dividendos extras gerou polêmica para o governo federal. Na ocasião, as ações da Petrobras despencaram 10% na bolsa de valores brasileira em apenas um dia. Agora, o cenário é outro. Após a decisão desta quinta, o blog da Julia Duailibi apurou que o Palácio do Planalto também deu aval para o pagamento dos outros 50% dos dividendos extraordinários restantes no segundo semestre deste ano. A nova perspectiva fez as ações preferenciais da Petrobras (sem direito a voto) subirem mais de 2% no Ibovespa nesta quinta-feira. O resultado significou um ganho de R$ 12,7 bilhões em valor de mercado para a empresa, cujo valor total chegou a R$ 561,4 bilhões. De acordo com levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a cifra fica apenas R$ 5,5 bilhões abaixo de seu recorde histórico, registrado no último dia 19 de fevereiro, quando a Petrobras atingiu R$ 566,9 bilhões em valor de mercado. A decisão de pagar apenas metade dos dividendos extraordinários também vinha sendo criticada por analistas do mercado financeiro. Um relatório publicado pela Genial Investimentos, por exemplo, apontava preocupação com os rumos dos investimentos da companhia. "Ainda que os dividendos sejam bem-vindos, a retenção de parte desse valor nos dá a ideia de que a empresa deve majorar investimentos em negócios que julgamos pouco interessantes, seja pelo retorno esperado ou pela baixa expertise da empresa no desenvolvimento dele", diz no relatório. Conselho de administração da Petrobras decide propor pagamento dos dividendos extraordinários Na última reunião do Conselho de Administração, realizada na sexta-feira (19), o colegiado entendeu que a capacidade de financiamento dos projetos da Petrobras subiu de 65% para 85%, em razão do aumento do preço do barril do petróleo. E, por conta disso, o conselho não se opôs à proposta da diretoria de pagar os dividendos extraordinários em 50%. Também na reunião da semana passada, o Conselho destacou que fatores como a alta no preço do petróleo aumentaram a capacidade de financiamento dos projetos da Petrobras. Polêmica dos dividendos Em 7 março, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu reter o pagamento de todos os dividendos extraordinários. A decisão ocorreu após a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2023 da empresa. Foram anunciados R$ 14,2 bilhões em dividendos para o trimestre, dentro do modelo de pagamento mínimo da companhia, o que gerou polêmica. A diretoria da Petrobras chegou a propor o pagamento de metade dos dividendos extraordinários, mas, na época, os representantes do governo no Conselho de Administração votaram contra a proposta, que acabou rejeitada. A União tem a maioria do conselho. Dos 11 conselheiros, o governo tem seis deles. A estratégia do governo ao não pagar os extraordinários foi fortalecer o cofre. Essa verba não pode ser usada para investimento, mas fica numa caixa de contingência. Dessa forma, o governo entendeu que passaria para o mercado uma imagem de robustez, ainda mais num momento em que a Petrobras busca financiamentos para investimentos. Mas, por outro lado, o mercado interpreta o não pagamento dos dividendos extraordinários como uma menor atratividade dos papeis da empresa, o que fez os preços das ações despencarem. No dia seguinte à polêmica envolvendo esses dividendos, as ações da Petrobras tiveram queda de 10% na bolsa de valores brasileira em apenas um dia. A decisão também fez com que o governo fosse criticado pelo mercado e por analistas por uma suposta interferência na Petrobras. Veja a íntegra do comunicado da Petrobras A Petróleo Brasileiro S.A.- Petrobras, em continuidade ao Fato Relevante divulgado em 07 de março de 2024, informa que a Assembleia Geral Ordinária (AGO), em reunião ainda em andamento, aprovou a remuneração aos acionistas relativa ao Exercício Social de 2023, no valor total de R$ 94.354.315.809,82. Esse valor inclui as antecipações aprovadas ao longo de 2023 e pagas até março de 2024 (R$ 58.214.901.362,50) mais a proposta de dividendos complementares no valor de R$ 36.139.414.447,32 (que equivalem a R$ 2,79957250 por ação ordinária e preferencial). Considerando a atualização monetária pela taxa SELIC de 31/12/2023 até hoje, esse valor tem um acréscimo de R$ 0,09538421 por ação. Desta forma, o valor total bruto remanescente a ser distribuído aos acionistas, considerando a atualização monetária até hoje, é equivalente a R$ 2,89495671 por ação e será pago em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho de 2024, da seguinte forma: (i) primeira parcela, no valor de R$ 1,44747835 por ação preferencial e ordinária; sendo R$ 0,56890230 referente à aplicação da fórmula da Política de Remuneração aos Acionistas e R$ 0,87857605 referente aos dividendos extraordinários; (ii) segunda parcela, no valor de R$ 1,44747836 por ação preferencial e ordinária; sendo R$ 0,56890230 referente à aplicação da fórmula da Política de Remuneração aos Acionistas e R$ 0,87857606 referente aos dividendos extraordinários. Forma de distribuição: As duas parcelas de pagamento serão realizadas na forma de dividendos. Datas de corte: Os pagamentos de dividendos terão datas de corte distintas, conforme abaixo: Valores de dividendos referentes à aplicação da fórmula da Política de Remuneração aos Acionistas: a data de corte é o dia 25 de abril de 2024 para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e o record date será o dia 29 de abril de 2024 para os detentores de ADRs negociadas na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 e na NYSE a partir de 26 de abril de 2024. Valores referentes aos dividendos extraordinários: a data de corte será o dia 02 de maio de 2024 para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 e o record date será o dia 06 de maio de 2024 para os detentores de ADRs negociadas na New York Stock Exchange (NYSE). As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 e na NYSE a partir de 03 de maio de 2024. Data de pagamento: para os detentores de ações de emissão da Petrobras negociadas na B3 nas respectivas datas de corte, o pagamento da primeira parcela será realizado no dia 20 de maio de 2024 e o da segunda parcela no dia 20 de junho de 2024. Os detentores de ADRs receberão os pagamentos a partir de 28 de maio de 2024 e 27 de junho de 2024, respectivamente. Atualização dos valores por ação: Os valores dos dividendos extraordinários por ação podem sofrer variação até a data de corte em decorrência do programa de recompra de ações. Na data de corte, caso haja alteração dos valores por ação, a Petrobras irá comunicar os novos valores ao mercado. Os valores das duas parcelas continuarão a ser atualizados pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro de 2023 até a data dos efetivos pagamentos. Eleições para o conselho A União é a principal acionista da Petrobras. E, em 20 de março, a empresa anunciou os nomes de oito indicados pelo governo ao Conselho de Administração da estatal. A eleição ocorre nesta quinta, durante a assembleia geral dos acionistas, que também trata dos dividendos. O resultado ainda não foi divulgado. Os nomes indicados pela União para compor o conselho foram: Pietro Abramo Sampaio Mendes: presidente do Conselho de Administração Jean Paul Prattes: presidente da empresa (cargo que já exerce) e membro do Conselho de Administração Benjamin Alves Rabello Filho: membro do conselho Rafael Dubeux (atual secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda): membro do conselho Bruno Moretti: membro do conselho Ivanyra Maura de Medeiros: membro do conselho Renato Campos Galuppo Vitor Saback


Stellantis explica como serão aplicados os R$ 30 bilhões em investimentos no Brasil

De acordo com a companhia, R$ 13 bilhões do total previsto até 2030 serão destinados ao polo automotivo da montadora na cidade de Goiana, em Pernambuco. Além disso, 10 novos modelos devem chegar em 2024. Logotipo da Stellantis na entrada da fábrica da montadora em Hordain, na França. Foto de julho de 2021. Reuters/Pascal Rossignol/Foto de arquivo Após anunciar investimentos de R$ 30 bilhões no Brasil de 2025 a 2030, a montadora Stellantis, dona de marcas como Fiat e Jeep, detalhou nesta quinta-feira (25) seu plano estratégico de atuação no país. De acordo com a companhia, R$ 13 bilhões do total previsto para os próximos seis anos serão aplicados no polo automotivo da empresa na cidade de Goiana, em Pernambuco, para "ampliar significativamente o parque local de fornecedores nos próximos anos". "A cadeia de valor deverá contar com mais de 100 fornecedores instalados em Pernambuco, desenvolvendo e produzindo componentes e soluções para a propulsão híbrida e elétrica, descarbonizando a mobilidade e gerando novos empregos na região", informou a montadora. LEIA TAMBÉM Da saída da Ford ao recorde de investimentos: o ânimo das montadoras no Brasil Juros mais baixos e alta de vendas: como será comprar carro zero em 2024 Da isenção à reoneração: o vaivém dos impostos sobre combustíveis desde 2021 Inaugurado em 2015, o polo automotivo da companhia é responsável pela produção de quatro de seus principais modelos: Jeep Renegade, Jeep Compass, Jeep Commander e Fiat Toro. O local também concentra o desenvolvimento de novas tecnologias — que se somam agora "aos esforços de inovação em hibridização e eletrificação". Conforme já mostrou o g1, esse é um caminho que tem sido perseguido pelo mercado automotivo brasileiro como um todo. Recentemente, montadoras anunciaram, juntas, o valor recorde de R$ 125 bilhões em investimentos no país, com foco justamente na eletrificação dos veículos. LEIA MAIS. Da saída da Ford ao recorde de investimentos: o que reacendeu o ânimo das montadoras no Br O principal destino dos R$ 30 bilhões divulgados pela Stellantis — o maior valor já anunciado por uma única montadora no país — será o desenvolvimento de tecnologia bio-hybrid, modelo que combina a eletrificação com motores flex movidos a etanol. Entre 2025 e 2030, a previsão é que sejam criadas: 4 novas plataformas (bio-hybrid); 40 novos modelos de veículos; 8 powertrains (grupo motopropulsor do veículo). Segundo Carlos Tavares, diretor-executivo da Stellantis, a empresa mira sobretudo clientes brasileiros de classe média, seu principal público consumidor. A montadora também projeta, ao todo, 10 novos veículos em 2024. Além dos já lançados Fiat Titano e Jeep Compass e Commander com motor Hurricane, a companhia terá: o Citröen Basalt, cujo lançamento já foi anunciado; o Novo Peugeot 2008, divulgado nesta semana; e outros cinco modelos que serão anunciados ao longo do ano. Novo Peugeot 2008 Divulgação/Stellantis Investimentos na América do Sul — e modelo inédito na Argentina Além dos R$ 30 bilhões em investimentos no Brasil, a Stellantis informou que irá destinar R$ 2 bilhões à Argentina até 2030. Entre as novidades, a montadora também anunciou o início da produção do Novo Peugeot 2008 em El Palomar, na Argentina. Esse será o primeiro veículo SUV fabricado pela Stellantis no país. Segundo a companhia, serão investidos mais de US$ 270 milhões (R$ 1,3 bilhão) para produzir o novo modelo, que se somarão aos US$ 320 milhões (R$ 1,6 bilhão) já investidos na transformação industrial de El Palomar e na implementação da plataforma modular CMP — base para a produção de modelos compactos.


Acionistas da Petrobras aprovam distribuição de 50% dos dividendos extraordinários

Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio Marcos Serra Lima/g1 Os acionistas da Petrobras decidiram, em assembleia geral nesta quinta-feira (25), distribuir 50% dos dividendos extraordinários da estatal, ou seja, cerca de R$ 21,95 bilhões, de um total de R$ 43,5 bilhões. Com a decisão, o Tesouro Nacional deve receber pelo menos R$ 6 bilhões para reforçar o caixa da União. Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa que é repartida entre os acionistas. Os extraordinários são aqueles pagos além do mínimo obrigatório. Ou seja, a empresa não tem que pagá-los necessariamente. Foi justamente a decisão de não pagar esses dividendos extras que gerou polêmica para o governo em março, e fez com que as ações da Petrobras despencassem 10% na bolsa de valores brasileira em apenas um dia (veja detalhes abaixo). Inicialmente, os conselheiros da estatal indicados pelo governo eram contrários à distribuição dos dividendos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a vetar a liberação dos valores, seguindo posição dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Depois de uma batalha sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convenceu Lula que a medida é importante, já que o governo fica com 37% do valor. Em reunião na última sexta-feira (19), o Conselho de Administração da Petrobras já tinha dado o aval e permitido que a proposta da diretoria, de pagar metade dos dividendos extraordinários, fosse encaminhada à assembleia de acionistas. Na reunião da semana passada, o conselho entendeu que fatores como a alta no preço do petróleo aumentaram a capacidade de financiamento dos projetos da estatal. Mudanças no Conselho de Administração Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, em 02/02/2023 REUTERS/Pilar Olivares A distribuição de metade dos dividendos extraordinários quase derrubou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Entre os indicados pelo governo para o conselho da empresa, ele se absteve e foi o único que não se posicionou diretamente pela retenção dos dividendos — atitude que não foi muito bem recebida no Palácio do Planalto. Agora, a mesma proposta que ele defendia, criticada pela Casa Civil e pelo Ministério de Minas e Energia, foi aprovada em caráter final pelos acionistas. A assembleia ainda deve analisar a renovação do Conselho de Administração da estatal. Já é dado como certo que será aprovado o nome do secretário-executivo-adjunto de Fazenda, Rafael Dubeux, indicado por Fernando Haddad. Ele deve substituir o conselheiro Sérgio Rezende, indicado por Lula. Pietro Mendes deve seguir na presidência do conselho. Ele é uma escolha de Alexandre Silveira. Relembre a crise dos dividendos Petrobras: entenda a polêmica dos dividendos Em 7 março, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu reter o pagamento de todos os dividendos extraordinários. A decisão ocorreu após a divulgação do resultado do quarto trimestre de 2023 da empresa. A diretoria da Petrobras chegou a propor o repasse de metade dos dividendos extraordinários, mas, na época, os representantes do governo no Conselho de Administração, que são maioria, votaram contra a proposta, que acabou rejeitada. O objetivo do governo era fortalecer o cofre. Essa verba não pode ser usada para investimento, mas fica numa caixa de contingência. Dessa forma, o governo entendeu que passaria para o mercado uma imagem de robustez, ainda mais em um momento em que a Petrobras busca financiamentos para investimentos. Por outro lado, o não pagamento dos dividendos extraordinários fez com que o mercado visse menos atratividade nas ações da empresa, o que fez os preços dos papeis despencarem. A decisão também fez com que o governo fosse criticado pelo mercado e por analistas, por suposta interferência na Petrobras. Fritura de Prates e ação de Haddad Lula e Haddad se reúnem para discutir crise na Petrobras e dividendos da estatal A abstenção do presidente da empresa, Jean Paul Prates, na votação se tornou mais um capítulo em uma disputa que também envolve o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por influência na companhia. Prates e Silveira se desentendem desde o início do governo, nos bastidores e por meio de declarações públicas. A situação de Prates se tornou delicada e ele passou por um processo de fritura junto ao Planalto. A saída dele do cargo chegou a ser dada como certa, mas não aconteceu. A permanência de Jean Paul Prates no comando da Petrobras ganhou força depois de duas reuniões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a portas fechadas, no início deste mês. Depois disso, a situação de Prates mudou. O ministro da Fazenda foi um dos poucos que defenderam a permanência dele no comando da estatal, e a opinião de Haddad costuma ter peso nas definições de Lula. Haddad se mostrou incomodado com a turbulência na companhia, e também deu o amparo técnico para a aprovação do pagamento dos dividendos extraordinários. O ministro teve a percepção de que vai precisar de mais recursos para conseguir manter a esperança do déficit zero em 2024. E como o governo vai ficar com parte dos valores dos dividendos, viu uma possibilidade de garantir mais recursos.


73 milhões de pessoas teriam direito ao 'cashback' de impostos na reforma tributária, diz Fazenda
Devolução consta no projeto que regulamenta a reforma aprovada em 2023. Governo quer começar a transição para o novo modelo em 2026; mecanismo para devolver valores não foi definido. Cerca de 73 milhões de brasileiros teriam direito ao "cashback" – devolução do imposto pago – que está sendo proposto pela equipe econômica e pelos estados na regulamentação da reforma tributária. A informação foi divulgada pelo diretor de programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Rodrigo Orair, nesta quinta-feira (25). "Estamos falando mais da metade das famílias onde estão as crianças brasileiras", acrescentou. Pela proposta do governo, a devolução de impostos será destinadas às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo para a população inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal. Pela proposta, haverá devolução de: 100% para do imposto pago no caso da CBS (IVA federal) e de 20% para o IBS (IVA estadual e municipal), no caso do gás de cozinha 50% para a CBS e 20% para o IBS, no caso de energia elétrica, água e esgoto; 20% para a CBS e para o IBS, nos demais casos. "A autonomia federativa é preservada ao se prever que os entes poderão, por lei específica, fixar percentuais superiores de devolução da sua parcela da CBS ou do IBS (não podendo exceder 100%)", diz a proposta. De acordo com Rodrigo Orair, há três possibilidades para operacionalizar esse "cashback": desconto nas contas de água, luz, gás encanado, por exemplo, direto nas faturas; crédito posterior para o contribuinte; desconto na boca do caixa, no momento do consumo (se houver possibilidade operacional). O Rio Grande do Sul já adota mecanismos de "cashback" para parte do ICMS – veja no vídeo abaixo, de 2023: Modelo de ‘cashback’ proposto pelo relatório preliminar da reforma tributária já é aplicado no RS Regulamentação A proposta de emenda constitucional da reforma tributária sobre o consumo foi aprovada no fim do ano passado, e promulgada pelo Congresso Nacional. No texto, pontos importantes, como o fim da cumulatividade, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. Não pagar imposto sobre imposto é uma qualidade, avalia Míriam sobre reforma tributária Esse primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Reforma tributária: governo propõe cesta básica nacional livre de impostos

CPF na nota: reforma tributária autoriza sorteios milionários para quem pedir nota fiscal
Segundo secretário da reforma, Bernard Appy, sistema pode funcionar de forma similar aos programas Nota Legal. Primeira parte da regulamentação da reforma foi enviada nesta semana ao Congresso. Haddad entrega ao Congresso primeira parte da regulamentação da reforma tributária A reforma tributária sobre o consumo, cuja proposta de regulamentação foi enviada nesta semana ao Congresso Nacional, abre a possibilidade de sorteios anuais milionários para os contribuintes que pedirem nota fiscal eletrônica. A informação é do secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. "É dinheiro na veia [na conta corrente], tipo nota legal [programa que alguns estados implementam atualmente]", declarou. O objetivo é justamente estimular que todas as vendas de produtos e serviços sejam registradas e que o imposto seja pago. O formato como isso será feito, entretanto, será definido posteriormente, pois não consta ainda na regulamentação da reforma tributária. O texto diz apenas que poderão ser criados "programas de incentivo à cidadania fiscal, com vistas a incentivar o consumidor final a solicitar a emissão de nota fiscal". E que estes, por sua vez, "poderão ser financiados por montante correspondente a até 0,05% do valor da arrecadação do IBS e da CBS". Segundo Appy, a ideia é instituir um mecanismo progressivo, no qual as pessoas de menor renda poderiam receber mais tíquetes (para os futuros sorteios) do que os contribuintes mais ricos – tendo, assim, mais chances de ganhar. "Poderão ser feitos sorteios para quem pedir nota fiscal. Aí todo mundo tem interesse, pessoa de menor renda tem mais chance. Não está na lei complementar, mas a ideia é ir nesse sentido", declarou o secretário extraordinário. De acordo com ele, o patamar fixado na regulamentação da reforma tributária, de 0,05% do valor da arrecadação do IBS e da CBS (os futuros impostos sobre o consumo) representaria, atualmente, um valor entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais tributos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – com cobrança não cumulativa.

Reforma tributária: futuro imposto sobre consumo vai incidir sobre compras internacionais
Atualmente, compras internacionais de até US$ 50 não pagam tributos federais, como o de importação, o PIS e a Cofins. Primeira parte da regulamentação da reforma foi enviada nesta semana ao Congresso. As compras de brasileiros no exterior de até US$ 50 – que atualmente não pagam impostos federais, como imposto de importação, PIS e Cofins – serão tributadas normalmente pelos futuros impostos sobre o consumo (CBS e IBS – os IVAs federal, estadual e municipal). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (25) pelo secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. De acordo com ele, será cobrada a chamada alíquota padrão – incidente também sobre o mercado interno –, estimada em 26,5%. "Vai passar a recolher IBS e CBS, vai ser alíquota padrão. Todos valores, qualquer valor. No novo modelo, qualquer remessa internacional paga imposto. É o conceito de neutralidade. No fundo, os estados já estão falando em subir a alíquota, não vai ficar muito diferente do que está hoje", disse o secretário Appy a jornalistas. A decisão sobre tributar normalmente compras do exterior está no projeto de lei para regulamentar a reforma tributária, enviado ao Congresso Nacional. Atualmente, os estados cobram uma alíquota de 17% sobre compras em sites internacionais abaixo de US$ 50. O governo federal não está cobrando imposto de importação, e nem PIS e Cofins. No começo do mês, os estados avaliaram subir o ICMS sobre remessas do exterior para até 25%, mas adiaram a decisão. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais tributos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – com cobrança não cumulativa. Remessa Conforme Demanda e trâmite nos impostos aumentam prazo de entrega de compras internacionais online fora das novas regras de tributação Hoje, a isenção do imposto de importação federal é aplicada desde que as empresas façam adesão a um programa de conformidade, chamado de "Remessa Conforme". Se não aderirem, pagam 60% de imposto de importação – o mesmo valor que é cobrado para encomendas acima de US$ 50. Segundo dados da Receita Federal, em 2023, os consumidores brasileiros gastaram R$ 6,42 bilhões, em um total de pouco mais de 210 milhões de encomendas internacionais. Em 2022, foram gastos cerca de R$ 2,57 bilhões em 178,6 milhões de compras do exterior. O valor é menos da metade do total de 2023. Com o novo programa, a Receita Federal informou que houve um "aumento expressivo" de 1.596% no total de declarações de importação das remessas postais (por meio dos Correios) em 2023. Apesar de a alíquota federal do imposto de importação estar atualmente zerada, a equipe econômica tem informado que elevará a tributação no futuro. Se isso acontecer, os impostos sobre encomendas internacionais serão maiores ainda.

Remédio para disfunção erétil, vacinas, ansiolíticos: quais medicamentos podem ter redução ou isenção de imposto com reforma tributária
Regulamentação da reforma foi entregue pelo governo ao Congresso e ainda será votada. Texto prevê 850 medicamentos com imposto menor e outros 383 com imposto zerado. O governo federal enviou ao Congresso na quarta-feira (24) um projeto de lei com a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo. A reforma foi aprovada e promulgada no fim do ano passado, mas tratava apenas de linhas gerais. Agora, a regulamentação aborda temas específicos. O projeto de lei de regulamentação inclui uma lista de 850 medicamentos que teriam imposto reduzido. Outros 383 ficariam isentos de tributos, segundo o texto. Na prática, a redução ou isenção de impostos deve evitar a alta dos produtos, mas isso depende também das empresas farmacêuticas repassarem a queda nos impostos ao consumidor. Se a proposta for aprovada, a lista de medicamentos com imposto reduzido terá uma taxação de 40% da chamada "alíquota geral", ou seja, 40% do patamar médio de tributação. Essa alíquota geral – para todos os produtos que não têm regras específicas – deve ficar em 26,5%, segundo estimativa do Ministério da Fazenda. No caso dos medicamentos da lista, o imposto total cobrado seria menor, de cerca de 10,6%. O secretário da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, afirma que, com a aprovação da proposta, haverá "uma redução relevante de custos" dos medicamentos. "Não só alíquotas, mas hoje tem cumulatividade que vai deixar de existir. Quando o medicamento tem ICMS [atualmente] e vai para alíquota reduzida, há uma redução grande [no peso dos tributos], de 20% para 10%. Se já tem alíquota zero, continua isento, mas ganha porque não tem mais cumulatividade”, afirmou. Entenda em 5 pontos o que prevê a proposta encaminhada pelo governo Compras internacionais terão de pagar futuro imposto sobre consumo Governo propõe que 'imposto do pecado' seja cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, açucaradas, carros e petróleo Ministério da Fazenda estima alíquota de 26,5% nos impostos sobre o consumo, uma das maiores do mundo A lista de medicamentos que pode ter a alíquota reduzida, segundo a proposta do governo, inclui (veja lista completa mais abaixo): tadalafila: ajuda a aumentar o fluxo de sangue no pênis e pode auxiliar homens a manter uma ereção. prednisona: tem efeito anti-inflamatório, antirreumático e antialérgico. omeprazol: usado, por exemplo, para tratamento de úlceras no estômago e intestino e esofagite de refluxo. lorazepam: ansiolítico (de efeito calmante). losartana: medicamento para pressão. metformina: usado no tratamento de diabetes. Já a lista de medicamentos com imposto zerado (lista completa mais abaixo), de acordo com o projeto, contempla, por exemplo: vacinas contra Covid-19, dengue e febre amarela também sejam isentos. citrato de sildenafila: indicado para o tratamento da disfunção erétil. Haddad entrega ao Congresso primeira parte da regulamentação da reforma tributária Confira, abaixo, os remédios que terão redução de 60%: Para encontrar, basta digitar o princípio ativo do produto no campo "search" abaixo. A lista não inclui os nomes comerciais dos medicamentos. Medicamentos com imposto reduzido Confira, abaixo, os remédios isentos de impostos pelo projeto: Para encontrar, basta digitar o princípio ativo do produto no campo "search" abaixo. A lista não inclui os nomes comerciais dos medicamentos. Medicamentos com isenção de impostos Não pagar imposto sobre imposto é uma qualidade, avalia Míriam sobre reforma tributária

Reforma tributária: entenda em 5 pontos o que prevê a proposta encaminhada pelo governo
Congresso recebeu projeto que regulamenta reforma aprovada em 2023. Regras incluem 'cashback' de imposto, cesta básica sem itens de luxo e desconto para educação e saúde. Haddad entrega ao Congresso primeira parte da regulamentação da reforma tributária O governo enviou ao Congresso nesta quarta-feira (24) o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo. No ano passado, o Congresso aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com as linhas gerais da reforma, como a unificação de impostos e o fim da cobrança acumulada. Agora, começa a discussão sobre regras mais específicas. O novo projeto avança em cinco tópicos principais. Entenda, abaixo, o que a proposta prevê sobre: o patamar de cobrança dos novos impostos; a tributação da cesta básica; o 'cashback' para famílias mais pobres; o 'imposto do pecado'; a tributação sobre saúde e educação. Bruno Carazza comenta sobre a regulamentação da Reforma Tributária De quanto será a cobrança? O texto não crava a alíquota exata para os dois impostos que, no futuro, vão concentrar cinco impostos existentes hoje: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A fase de transição da reforma tributária prevê um "período de testes" para calibrar o valor. A ideia é manter a carga tributária atual: nem aumentar, nem reduzir a cobrança. Desde o ano passado, estimativas apontam que o IBS e a CBS, somados, devem chegar a 27% do valor do bem ou serviço – um dos percentuais mais altos do mundo. Nesta quarta, o Ministério da Fazenda estimou um percentual um pouco menor, de 26,5%. Voltar à lista. Vale para a cesta básica? A reforma tributária vai manter o espírito de isentar os impostos sobre os itens da cesta básica – alimentos e produtos de higiene pessoal consumidos por todos os brasileiros, e que têm maior impacto no orçamento das famílias de baixa renda. A regulamentação, no entanto, prevê uma lista menor de produtos na cesta básica em relação às regras atuais. Atualmente há 745 alimentos diferentes beneficiados pela isenção de impostos, segundo relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP) de 2021. No novo formato, segundo o governo, a lista privilegia os alimentos efetivamente consumidos pela população de baixa renda. A proposta exclui textualmente alimentos como foie gras (fígado de ganso, uma iguaria de alto custo), lagostas, lagostim e bacalhau. Veja aqui a lista completa de alimentos e produtos que terão imposto zero ou alíquota menor Voltar à lista. Vai ter 'cashback'? A proposta enviada ao Congresso prevê um mecanismo de "cashback" – ou seja, que os impostos cobrados no consumo sejam "devolvidos" às famílias. No texto, a equipe econômica recomenda que isso seja feito para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 706, no valor atual). Os percentuais seriam os seguintes: gás de cozinha: devolução de 100% da CBS (federal) e 20% do IBS (estadual/municipal); luz, água e esgoto: devolução de 50% da CBS e 20% do IBS; outros produtos: devolução de 20% da CBS e do IBS. O texto não deixa claro como será a operação desse "cashback" – se o valor será creditado no cartão do Bolsa Família ou do Cadastro Único (CadÚnico), por exemplo. Voltar à lista. E o 'imposto do pecado'? Além da alíquota geral, que deve ficar entre 26% e 27% na soma de CBS e IBS, o governo propõe que alguns produtos específicos tenham tributação ainda maior. É o chamado "imposto do pecado", usado para desestimular o consumo de bens que fazem mal à saúde e ao meio ambiente. A lista incluída pelo governo na regulamentação da reforma tributária prevê imposto mais alto para: cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, veículos poluentes extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. Voltar à lista. Gastos com saúde e educação serão tributados? A proposta costurada entre o governo federal e os estados prevê que serviços privados de saúde e educação tenham um desconto de 60% nos impostos pagos. A regra também valerá para uma lista de 850 medicamentos. Outros 383 remédios e insumos serão 100% isentos. Se essa regra for aprovada, quem contratar serviços privados de saúde e educação vai pagar apenas 40% da chamada alíquota geral (aquela que pode chegar a 27%, segundo estimativas). Com isso, o governo busca evitar que haja aumento nos preços de hospitais, clínicas de saúde, laboratórios, escolas e universidades particulares, por exemplo. Voltar à lista. O que ainda vai faltar? Segundo o secretário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, outros dois projetos ainda serão enviados para regulamentar a reforma tributária. Eles vão tratar: das regras de transição para a distribuição desses recursos arrecadados para estados e municípios; das transferências de parte desses impostos para fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados – dois mecanismos negociados pelos governadores para lidar com os impactos da reforma tributária. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.

Integração Lavoura-Pecuária: retorno a médio e longo prazo compensa aportes 'de peso', dizem adeptos

Implantado há mais de 30 anos no Brasil, sistema demanda paciência de produtores, mas rende sustentabilidade e lucro, dizem especialistas. Embrapa encabeça projeto para massificar estratégia no país. Sistema de integração entre lavoura e pecuária completa 30 anos no Brasil Juliana Sussai/Embrapa “Enquanto a maioria dos criadores está preocupada em manter o boi gordo, a gente tem que tomar cuidado pra ver se ele não está engordando demais”, brinca o produtor rural Pedro Augusto de Figueiredo Carvalho Bolognini. Além das 90 cabeças de gado Nelore, número que espera dobrar em breve, os 80 hectares de duas fazendas que administra em Cajuru (SP), na região de Ribeirão Preto (SP), também abrigam uma crescente plantação de soja graças ao sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Uma técnica em implantação no país há mais de três décadas que tem se consolidado, ano após ano, como uma solução não só lucrativa, como também sustentável para o campo, que compensa os investimentos iniciais. “O objetivo principal da ILP é otimizar ao máximo o uso dos recursos naturais disponíveis, água, luz e nutrientes, para aumentar a produção na mesma área com diferentes atividades com lucratividade e respeitando o meio ambiente”, afirma Emerson Borghi, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste. Esta reportagem faz parte de uma cobertura referente a temas relacionados à Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia agrícola do mundo que acontece em Ribeirão Preto (SP) entre 29 de abril e 3 de maio, com projeção de receber 200 mil pessoas e resultar em pelo menos R$ 13,2 bilhões em contratos. O g1 tem uma página especial sobre o evento. O produtor rural Pedro Augusto de Figueiredo Carvalho Bolognini na fazenda da família, em Cajuru (SP) Arquivo pessoal O que é a Integração Lavoura-Pecuária? A ILP consiste na combinação planejada de atividades agrícolas com a criação de animais dentro da mesma propriedade rural. A ILP pode combinar não só o plantio de soja com o gado, como o cultivo de grãos como feijão com a criação de suínos e ovinos. Essa integração pode ocorrer por consórcio, sucessão ou rotação. A seguir, entenda como funciona cada modalidade: Consórcio: no consórcio, as culturas agrícolas e as pastagens são cultivadas simultaneamente na mesma área. É um trabalho sincronizado, em que cada parceiro complementa o outro. Exemplo: o milho pode ser cultivado juntamente com uma forrageira, como a braquiária, que serve tanto como cobertura do solo quanto como alimento para o gado. Essa interação promove uma melhor utilização do espaço e dos recursos, maximizando os benefícios para o solo e para os animais. Sucessão: na sucessão, as culturas agrícolas e as pastagens são cultivadas em sequência, em períodos alternados ao longo do tempo. Exemplo: em uma área pode-se cultivar soja em um ano, seguida por milho no ano seguinte e depois pastagem. Essa alternância permite uma recuperação mais completa do solo e uma diversificação maior de produtos ao longo do tempo. Rotação: na rotação, as culturas agrícolas e as pastagens são cultivadas em uma sequência fixa, seguindo um cronograma pré-estabelecido. Exemplo: em uma área pode-se cultivar soja, seguida por milho, depois sorgo e, por fim, pastagem, repetindo esse ciclo a cada ano. Essa regularidade permite um manejo mais previsível e uma otimização dos recursos disponíveis. A evolução da ILP no Brasil A ILP não surgiu de forma repentina. Ela foi desenvolvida ao longo dos anos, adaptando-se às diferentes condições do solo e clima do país. Inicialmente, a técnica ganhou espaço em regiões onde a agricultura e a pecuária coexistiam. Com o tempo, especialistas perceberam que essa integração poderia trazer vantagens significativas. No Brasil, a ILP foi introduzida no final da década de 1990 como uma resposta aos desafios enfrentados pelos produtores. A necessidade de se diversificar a produção, otimizar o uso do solo e reduzir custos levou à adoção dessa estratégia. “Existem relatos muito antigos de povos nômades que faziam o mesmo princípio da ILP. Eles consorciam diferentes espécies na mesma área para explorar todo o potencial do lugar para produzir seu alimento”, explica Borghi. Outros países adotam o sistema, mas o Brasil é o único país do mundo que consegue fazer até três safras por ano utilizando a ILP. Ou seja: o produtor pode ter uma safra de verão, uma segunda safra de grãos e, ainda no mesmo ano, a pastagem para consumo animal, a chamada "safrinha de boi". Lavoura de soja cultivada em palhada de braquiária em sistema de integração lavoura-pecuária Gabriel Rezende Faria/ Embrapa Benefício a médio e longo prazo Pedro Augusto conta que não foi consenso na família investir R$ 150 mil em reforma de pastagem, correção do solo e equipamentos sem a garantia de ganhos imediatos. Dois anos depois, no entanto, o retorno começa a se observar tanto na qualidade do gado quanto do plantio de soja, que ocupa ao menos 50 hectares. “Meu avô decidiu implantar o sistema ILP e no começo foi difícil acreditar que tanto investimento ia retornar”, diz. Essa capacidade de esperar é o maior desafio para a implantação do sistema, como explica o engenheiro agrônomo João Brunelli Júnior. “Além disso, há uma dificuldade técnica, porque não há uma receita pronta. Cada propriedade significa um planejamento novo”, diz. João é do departamento de extensão rural da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ligada à Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, e faz parte da Rede ILPF, que integra órgãos de todo o Brasil com o objetivo de massificar o sistema Integração Lavoura-Pecuária. “Estamos realizando uma capacitação técnica continuada de mais de 130 profissionais da Cati, incluindo agrônomos, veterinários e zootecnistas. Paralelamente, estamos acompanhando 65 propriedades rurais em todas as regiões do estado, nas quais estamos em uma atividade teórico-prática, iniciando o planejamento e execução dos primeiros passos”, explica. LEIA TAMBÉM Mesmo com commodities em baixa, agro brasileiro tem faturamento recorde com exportações; entenda Plano Safra: lideranças do agro pedem R$ 36 bilhões para investimento em máquinas agrícolas em 2024 ‘Sisteminha’: projeto de incentivo a agricultura familiar transforma quintal em miniatura de fazenda Soja: carro-chefe da ILP Entre as diversas culturas que movimentam a agricultura brasileira, a soja tem sido o carro chefe da ILP. Isso porque, segundo os especialistas, ela representa maior rentabilidade, conta com um mercado aquecido e permite a inclusão da pastagem no mesmo solo, na sequência, para o gado. Pedro Augusto é exemplo dessa combinação. “São 80 hectares que ocupam duas fazendas diferentes. Dividimos em dez piquetes [áreas delimitadas e cercadas onde os animais são mantidos temporariamente para alimentação, descanso ou manejo], 30 hectares são de pasto o ano todo e os outros 50 são de soja." E se não é possível fazer a segunda safra por questões climáticas ou outros fatores, a "safrinha de boi" é uma alternativa lucrativa não só para a braquiária, usada na alimentação dos animais e que ajuda a nutrir o solo para a cultura de grãos da safra seguinte. O milho também é uma excelente opção, principalmente para os pecuaristas que querem ou precisam de silagem, método de conservação de alimentos para os animais. “Quando consorciado com forrageiras como a braquiária, após a colheita da silagem ou após a colheita de grãos, a forrageira se beneficia das temperaturas altas e do final do período chuvoso para se estabelecer, sendo a pastagem que será utilizada no período de outono/primavera na sequência”, explica João Brunelli Júnior. Exemplo disso é a Fazenda Granja Santana, que fica na cidade de Abaeté (MG). Com aptidão leiteira, mas com grande parte do solo degradado, a área passou por uma transformação há sete anos. Os 75 hectares foram divididos em cinco piquetes. Em 2017, a produção de leite chegava a 450 litros por dia, sendo 38 vacas em lactação e 68 animais compondo o rebanho. “Atualmente, a área recuperada na propriedade apresenta alta produtividade, com 45 vacas em lactação que produzem 750 litros de leite diariamente, chegando a um rebanho de 145 animais”, conta o engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo Sinval Resende Lopes, coordenador do projeto. Veja mais notícias da Agrishow 2024 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região


Mexerica, ponkan e murcote: nem todas podem ser chamadas de tangerina; aprenda a diferença entre elas

Fruta se destaca pelo sabor e aroma marcantes, mas também oferece vários benefícios à saúde; saiba mais ouvindo o podcast 'De onde vem o que eu como'. Mexerica, ponkan, murcote, mimosa e bergamota: a aparência e o gosto podem até confundir, mas nem todas fazem parte da mesma família. Na verdade, a maioria pode ser chamada de tangerina. A exceção fica por conta da murcote, que é a menos parecida entre elas. A doçura equilibrada e a facilidade ao descascar e separar os gomos da tangerina contribuem para que ela seja uma das escolhas favoritas entre os lanches rápidos. Mas os benefícios não acabam aí. O episódio do podcast "De onde vem o que eu como" explica que a fruta também está entre as preferidas dos nutricionistas por ser rica em fibras, vitaminas A e C e ainda ter baixo teor calórico. 🎧OUÇA o episódio (acima) e, abaixo, conheça as variedades da tangerina e seus os benefícios. Olé, ponkan, dekopon e mexerica-do-Rio: alguns dos tipos de tangerina que podem ser encontrados na feira Fábio Tito/g1 Originária do sudeste da Ásia, a tangerina tem um dos cultivos mais antigos do mundo: começou 1.000 anos antes de Cristo, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De lá pra cá, a fruta conquistou outros países, incluindo o Brasil, que hoje é o quinto maior produtor de tangerina. 🫨 Tem diferença? Basta dar uma passada na feira para encontrar uma variedade de tangerina, que recebem nomes diferentes, cada uma com suas próprias características. A mexerica e a ponkan, por exemplo, são bem parecidas, mas têm suas particularidades. Outros nomes como bergamota, mimosa e carioquinha não são termos técnicos, mas, formas populares de se referir às tangerinas. Já a murcote é a mais distinta, por isso fica de fora da família. Tangerina também é conhecida como mexerica, bergamota e carioquinha Fábio Tito/g1 🍊Ponkan: a mais popular do grupo no Brasil, veio do cruzamento da tangerina da China com a laranja pomelo, conhecida também como "grapefruit" – uma fruta parecida com a laranja, com casca lisa e polpa avermelhada. A ponkan é mais doce do que as outras tangerinas e, por isso, tem tantos fãs. 🍊Murcote: não é uma tangerina, e sim, uma tangor. Olhando por fora, até lembra a tangerina, mas se analisar bem, tem suas diferenças. A começar pela casca, mais difícil de tirar com as mãos. Os gomos são mais unidos e dão mais trabalho para separar. 🔽Conheça outras espécies: A família das tangerinas mais populares no Brasil Arte/g1 🍊Benefícios à saúde A tangerina não pode ser resumida apenas em sabor e aroma. A fruta tem diversos nutrientes que contribuem para a saúde. Veja abaixo os principais benefícios. GIF - Mexerica, ponkan, bergamota, carioquinha, mimosa, tangerina Fábio Tito/g1 ➡️Rica em vitaminas: como a A, que age principalmente na saúde dos olhos. E a vitamina C, que reforça o sistema imunológico e ajuda no combate a resfriados. ➡️Fonte de fibras: auxilia o bom funcionamento do intestino, aliviando a constipação, e deixa sensação de saciedade por mais tempo. ➡️Minerais: o magnésio contribui para a saúde dos ossos e músculos. O potássio age na regulação da pressão arterial e na função muscular, além de promover a saúde dos rins. Sobre a diferença nutricional entre as espécies de tangerina, a nutricionista no Hospital Oswaldo Cruz Fernanda Maluhy conta que não muda muito. "Não é muito significante. A murcote, tem um pouquinho mais de fibras. E também, um pouquinho mais de vitaminas e minerais." Leia também: 3 sobremesas com tangerina para aproveitar a fruta; Pequi assusta por causa dos espinhos, mas é 'celebridade' no Cerrado; aprenda a comer do jeito certo; De onde vem a tapioca, o acarajé e a feijoada? Teste seus conhecimentos no quiz. Ouça outros episódios do podcast: Veja a série de vídeos do "De onde vem o que eu como": De onde vem a tangerina De onde vem o que eu como: laranja De onde vem o que eu como: baunilha De onde vem o que eu como: mandioca


De onde vem o que eu como #86: Tangerina

Episódio conta sobre a diferença das variedades de tangerina como a ponkan, murcote, mexerica, bergamota, entre outros. CLIQUE ACIMA PARA OUVIR Você pode ouvir o "De onde vem o que eu como" no Globoplay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Deezer ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga o “De onde vem” para ser avisado sempre que tiver novo episódio. A tangerina tem origem na Ásia. E no Brasil, pode ser chamada por diversos nomes como ponkan, murcote, mexerica, bergamota, entre outros. Neste episódio do podcast "De onde vem o que eu como", você vai saber: Quem é ou não da família das tangerinas; Quais são os benefícios à saúde; E quais são as variedades de tangerina que temos hoje. O podcast "De onde vem o que eu como'" é produzido por: Mônica Mariotti, Luciana de Oliveira, Carol Lorencetti e Helen Menezes. Apresentação deste episódio: Luciana de Oliveira e Carol Lorencetti.  Alguns dos principais tipos de tangerina Fábio Tito/g1 Leia também: 3 sobremesas com tangerina para aproveitar a fruta; Pequi assusta por causa dos espinhos, mas é 'celebridade' no Cerrado; aprenda a comer do jeito certo; De onde vem a tapioca, o acarajé e a feijoada? Teste seus conhecimentos no quiz. 🎧OUÇA OUTROS EPISÓDIOS: 📺ASSISTA TAMBÉM: De onde vem a tangerina De onde vem o que eu como: laranja De onde vem o que eu como: limão De onde vem o que eu como: flores comestíveis Tangerina é o tema do 86º episódio do podcast 'De onde vem o que eu como'. Comunicação/Globo


Quebrada Orgânica: projeto na periferia de São Paulo muda relação da comunidade com a alimentação

Além da produção de orgânicos, iniciativa estimula conexão das crianças com a terra e a conscientização ambiental na Zona Sul da capital paulista. Quebrada Orgânica: projeto na periferia de São Paulo muda relação da comunidade com a alimentação O projeto Quebrada Orgânica está transformando a maneira como a comunidade de Jardim Riviera, localizada na Zona Sul de São Paulo, encara a relação entre alimentação e meio ambiente (veja mais no vídeo acima). A iniciativa criada em 2018 pelo casal Joy Izauri e Robert Placides começou a ganhar forma com o cultivo de alimentos orgânicos para seus filhos. Quando souberam da novidade, os vizinhos começaram a usufruir dos produtos, fortalecendo a rede de ajuda coletiva. Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 "As pessoas [periféricas] se sentem diferentes quando estão na terra. E se você pensar que hoje tem gente que simplesmente cresce em comunidades e não sabe como é produzido o alimento", diz Joy. GENTE DO CAMPO: série do g1 apresenta pessoas inspiradoras do agro DE ONDE VEM: por que a mandioca tem substância tóxica? Atualmente, a Quebrada Orgânica vai além da produção de alimentos. Os organizadores também promovem eventos anuais para compartilhar práticas sustentáveis e estimular a criatividade, sobretudo de crianças, com programas que incluem até o uso de tintas orgânicas. O próximo encontro será dia (24) de maio. Créditos 'De onde vem o que eu como': Coordenação: Luciana de Oliveira Edição e finalização: Luiz Gabriel Franco Narração: Gabi Gonçalves Reportagem: Murillo Otavio Produção: Murillo Otavio Roteiro: Murilo Otavio Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli Coordenação de arte: Guilherme Gomes Direção de arte e ilustrações: Vitória Coelho Fotografia: Fábio Tito Veja fotos do projeto: Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 Projeto Quebrada Orgânica Fabio Tito/g1 Mandioca tem substância tóxica, você sabe qual é? Assista ao vídeo abaixo para conhecer De onde vem o que eu como: mandioca Assista ao vídeo abaixo para saber como é produzida a baunilha De onde vem o que eu como: baunilha


'Precisamos de um milagre': o impacto da guerra sobre as economias de Israel e de Gaza

Ao contrário de algumas partes de Israel, onde há otimismo quanto à capacidade de enfrentar a tempestade e continuar a atrair investidores, na Cisjordânia e em Gaza há pouca esperança de que as coisas voltem ao normal. A Cidade Velha de Jerusalém deveria estar repleta de visitantes nesta época do ano. Getty Images via BBC Mais de seis meses após o início da devastadora guerra em Gaza, o impacto do conflito nas economias israelense e palestina tem sido enorme. Quase toda a atividade econômica em Gaza foi exterminada e o Banco Mundial afirma que a guerra também atingiu duramente as empresas palestinas na Cisjordânia ocupada. Enquanto os israelenses celebram o festival judaico Pessach, a tão alardeada "nação das start-ups" luta para manter sua fama atrativa para os investidores. As ruas de paralelepípedos da Cidade Velha de Jerusalém estão estranhamente silenciosas. Não há longas filas para visitar os locais sagrados — pelo menos aqueles que permanecem abertos. LEIA TAMBÉM Brasil volta a ranking de 25 países mais atrativos para investimentos Venda de motos novas cresce 21% no 1º trimestre; veja as mais vendidas As empresas chinesas que usam o México como porta de entrada para os EUA Logo depois da Páscoa e do Ramadã, e bem no meio do Pessach, todos os quatro bairros da Cidade Velha deveriam estar repletos de visitantes. Apenas 68 mil turistas chegaram a Israel em fevereiro, segundo o Departamento Central de Estatísticas do país. Isso representa uma queda enorme em relação aos 319.100 visitantes no mesmo mês do ano passado. Embora possa ser surpreendente que quaisquer visitantes passem por Jerusalém num momento de tanta tensão, muitos dos que o fazem são peregrinos religiosos de todo o mundo que provavelmente pagaram por suas viagens com bastante antecedência. A Zak's Jerusalem Gifts foi uma das poucas lojas na rua Christian Quarter, na Cidade Velha, situada na Jerusalém Oriental ocupada, que se deu ao trabalho de abrir no dia em que a reportagem passou por ali. Agricultura ameaçada "Na verdade, só temos feito vendas online", diz Zak, cujo negócio é especializado em antiguidades e moedas bíblicas. "Não há pessoas reais. Na semana passada, após a escalada entre Irã-Israel, os negócios caíram novamente. Portanto, esperamos apenas que depois do feriado aconteça algum grande milagre." Não é apenas na Cidade Velha de Jerusalém que eles precisam de um milagre. Cerca de 250 quilômetros mais a norte, na volátil fronteira de Israel com o Líbano, trocas de tiros quase diárias com o Hezbollah desde o início da guerra em Gaza forçaram o Exército israelense a fechar grande parte da área e 80 mil residentes foram evacuados mais a sul. Um número semelhante de libaneses foi forçado a abandonar as suas casas do outro lado da fronteira. A agricultura nesta parte de Israel é outro setor econômico que foi duramente atingido. Ofer "Poshko" Moskovitz não tem permissão para entrar em seu pomar de abacates no kibutz de Misgav Am por causa de sua proximidade com a fronteira. Mas ele ocasionalmente se aventura de qualquer maneira, caminhando melancolicamente entre as árvores, para contemplar todo o seu "dinheiro caindo no chão". "Tenho que ir colher o pomar porque é muito importante para a próxima plantação", diz Poshko. "Se eu não colher esta fruta, a próxima safra será muito ruim." Ele diz que está perdendo muito dinheiro porque não consegue colher os abacates — cerca de 2 milhões de shekels (R$ 2,7 milhões) nesta temporada, diz ele. Embora proporcionem o sustento de milhares de pessoas, a agricultura e o turismo representam partes relativamente pequenas das economias israelense e palestina. Mas o que mostra o quadro mais amplo? Na semana passada, a agência de classificação S&P Global cortou as classificações de longo prazo de Israel (de AA-menos para A-plus), refletindo uma perda de confiança do mercado após o aumento das tensões entre Israel e o Irã e preocupações de que a guerra em Gaza possa se espalhar por todo o Oriente Médio. Presidente Biden assina lei com ajuda de US$ 95 bi a Israel, Ucrânia e Taiwan Essa perda de confiança também se refletiu na queda do PIB israelense, que diminuiu 5,7% no último trimestre de 2023. Muitos israelenses, no entanto, dizem que as renomadas empresas de tecnologia e o setor de start-ups do país estão se revelando mais "à prova de guerra" do que era esperado. A cidade costeira de Tel Aviv fica a apenas 54 km de Jerusalém. Mais pertinente, talvez, é o fato de estar a menos de 70 km de Gaza. Por ali, em alguns momentos, nem parece que Israel está envolvido na sua guerra mais longa desde a independência em 1948. As famílias aproveitam o sol do início do verão, os casais almoçam nos vários restaurantes de praia ao ar livre e os jovens dedilham violões nos espaços verdes entre a estrada costeira e o Mediterrâneo. O pano de fundo é uma cidade economicamente ativa e em rápido crescimento. "Eles brincam que a ave nacional de Israel deveria ser o guindaste [de construção]", diz Jon Medved, fundador e CEO da plataforma global de investimento de risco online Our Crowd. Personagem envolvente com uma visão esmagadoramente otimista do seu mundo, Medved diz que, "no primeiro trimestre deste ano, quase US$ 2 bilhões foram investidos em start-ups israelenses. Estamos tendo um dos melhores anos que já tivemos." Medved insiste que, apesar de tudo, Israel ainda é a "nação das start-ups" e uma boa opção para potenciais investidores. "Existem 400 empresas multinacionais que têm operações aqui. Nenhuma multinacional encerrou as suas operações em Israel desde a guerra." Até certo ponto, Elise Brezis concorda com a avaliação de Medved. O professor de economia da Universidade Bar-Ilan, localizada no subúrbio de Tel Aviv, reconhece que, apesar dos números do PIB do último trimestre, a economia de Israel continua "notavelmente resiliente". "Quando se trata de turismo, sim, e tivemos redução nas exportações. Mas também tivemos redução nas importações", diz Brezis. "Então, na verdade, a balança de pagamentos ainda está bem. O que é tão problemático é que, a partir dos dados, você realmente não sente que exista uma situação tão terrível em Israel." Mas o professor Brezis detecta um mal-estar mais amplo na sociedade israelense que não se reflete nos dados econômicos. "A economia de Israel pode ser robusta, mas a sociedade israelense não é robusta neste momento. É como olhar para uma pessoa e dizer: 'Uau, o salário dele é alto', [...] mas na verdade ela está deprimida. E ela está pensando: 'O que farei da minha vida?' - isso é exatamente Israel hoje." Se as perspectivas em Israel são mistas, então, do outro lado da barreira de separação que divide Jerusalém e Belém, a visão do lado palestino é esmagadoramente sombria. O turismo na Igreja da Natividade em Belém 'parou imediatamente' depois que o Hamas atacou Israel em outubro passado. Reuters Economia 'em suspenso' O turismo é especialmente importante para as economias de cidades como Belém, na Cisjordânia ocupada. Embora algumas pessoas ainda se dirijam aos pontos turísticos de Jerusalém, no local onde os cristãos acreditam que Jesus nasceu, o turismo "parou imediatamente" na cidade depois de 7 de outubro do ano passado, diz Samir Hazboun, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Belém. Foi quando o Hamas atacou comunidades israelenses perto de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, fazendo cerca de 250 reféns e desencadeando a guerra atual. Há aqui uma enorme dependência da economia de Israel - mas Israel praticamente fechou a Cisjordânia, que não tem acesso ao Mar Mediterrâneo, depois de 7 de outubro e isto teve um impacto desastroso na vida e no trabalho de muitos palestinos, diz Hazboun. "A província de Belém está fechada neste momento", diz ele. "Existem cerca de 43 portões [na barreira de segurança israelense], mas apenas três estão abertos. Assim, entre 16.000 e 20.000 trabalhadores palestinos da nossa área que trabalhavam em Israel perderam imediatamente sua renda." A Câmara de Comércio afirma que as receitas dos palestinos locais que trabalham em Israel representavam 22 bilhões de shekels (R$ 30 bilhões) anualmente. "Podemos imaginar o impacto na economia", diz Hazboun, que está particularmente preocupado com as perspectivas para os palestinos mais jovens quanto mais a guerra continuar e mais as economias de Israel e da Cisjordânia se dissociarem. "A geração mais jovem agora está desempregada, não trabalha. Muitos deles são pessoas talentosas", lamenta. "Em junho haverá cerca de 30 mil novos graduados das universidades palestinas. O que eles farão?" Na própria Gaza, a economia foi completamente destruída por seis meses de guerra. Os implacáveis bombardeios aéreos e operações terrestres de Israel mataram 34.183 pessoas, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas. Ao contrário de algumas partes de Israel, onde há otimismo quanto à capacidade de enfrentar a tempestade e continuar a atrair investidores, na Cisjordânia e em Gaza há pouca esperança de que as coisas voltem a qualquer tipo de normalidade.


Calor extremo antecipa colheita de café em cerca de um mês no interior de SP

Produtores de Bragança Paulista (SP) estão otimistas com a produção deste ano. Expectativa era iniciar a colheita no fim de maio, mas as máquinas já começaram a trabalhar nas fazendas. Grão de café especial Divulgação/Realcafé As ondas de calor que atingiram o Estado em 2024 fizeram as colheitadeiras e os produtores de café de Bragança Paulista, no interior de SP, trabalharem mais cedo. A quarta-feira (24) foi de colheita em uma fazenda na Bocaina, em Bragança -- atividade que estava prevista para começar somente no fim do mês de maio, que é o período onde tradicionalmente começa a colheita dos grãos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp Diferentemente do morango produzido também em Bragança Paulista, o calor fez com que os pés de café ‘trabalhassem mais rapidamente’ e os frutos ficaram maduros mais cedo. Colheita de café começa mais cedo em Bragança Paulista Segundo o presidente da Associação de Cafeicultores de Bragança Paulista, José Oscar Ferreira Cintra, o calor extremo é incomum para a região bragantina, tendo causado o adiantamento da colheita. “Nós tivemos nos últimos três, quatro anos excesso de calor, de frio, de falta de chuva, então houve uma mudança realmente. Muita gente diz que não, que são ciclos, mas esses ciclos estão realmente muito acima e muito abaixo do que normalmente é considerado o clima da nossa região”, explicou. Ainda de acordo com o presidente, os grãos serão menores nessa safra, mas haverá grande quantidade de café. “Eu, particularmente, acho que vai ser um café de boa qualidade, porém, ele não está num tamanho de grão. Vamos ter grãos menores, então menos peso, mas vai ter muito café”, completou. Grãos de café Divulgação O José Adil é um dos produtores de café em Bragança Paulista. Segundo ele, o clima está favorável à plantação dos grãos na cidade. "Está sendo melhor do que o ano passado. O clima, para nós, foi bom. Choveu bem e estamos iniciando a colheita agora. O clima está bom, está sol e nós precisamos do sol", comentou. Na fazenda dele, existem pés de café que estão produzindo há pelo menos 20 anos. Neste ano, a expectativa é de pelo menos cinco mil toneladas de café. Após a colheita, os pés passam por uma revitalização e já começam a produzir novamente. "O café, em um ano, produz bastante, no outro ano ele produz um pouco menos, mas neste ano está bom. O café está bem graúdo", finalizou. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina


Mega-Sena pode pagar R$ 6 milhões nesta quinta-feira

As apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.717 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 6 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (25), em São Paulo. No concurso da última terça (23), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer. A Mega soma três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.


Pacheco diz que regulamentação da reforma tributária será aprovada este ano, mesmo com eleição
Segundo o presidente do Senado, é 'compromisso' tratar do tema, mesmo que a pauta do parlamento seja esvaziada no segundo semestre. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (24) que a regulamentação da reforma tributária é "prioridade" e será aprovada pelo Congresso ainda este ano. Segundo ele, é "compromisso" tratar do tema, mesmo com as eleições municipais, que acabam esvaziando a pauta do parlamento no segundo semestre. "E agora, esse ano de 2024, passa a ser um ano de prioridade para esse tema da regulamentação. Mesmo sendo o ano eleitoral, nós teremos todo o compromisso para ainda esse ano, assim como fizemos com a Emenda Constitucional no ano passado", pontuou Pacheco. "Entregarmos para a sociedade brasileira essa lei aprovada para poder termos enfim uma reforma tributária com um sistema de arrecadação mais justo, mais igual, menos burocratizado, mais simplificado, com um imposto único", prosseguiu o senador. Haddad entrega regras para reforma tributária O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou pessoalmente o projeto para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo, primeiro ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e depois a Pacheco, na tarde desta quarta. Haddad afirmou que Lira se comprometeu a analisar o tema até o recesso parlamentar, na segunda quinzena de julho. Por isso, o ministro projeta que o senadores só votarão os textos no segundo semestre. A proposta principal, com as linhas gerais da reforma, foi aprovada no ano passado. Mas, para que seja regulamentada, é necessária a aprovação de outros projetos de lei. Nesta quarta, ocorreu a entrega, pelo governo, do primeiro projeto. Entre os pontos a ser regulamentados estão a unificação de tributos, os produtos que vão compor a cesta básica e o chamado “imposto do pecado”, criado para desestimular artigos nocivos à saúde e ao meio ambiente. Um ponto importante a ser definido é o valor do imposto sobre valor agregado (IVA), que vai substituir uma série de tributos hoje existentes. Segundo o secretário da reforma tributária, Bernard Appy, esse valor deve ficar em torno de 26%.

Governo ainda não tem posição formada sobre conclusão da usina nuclear de Angra 3, diz ministro
Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que decisão é difícil e 'não vai ser motivo de comemoração'. O governo ainda não tem uma posição formada sobre a conclusão da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (24). "Estávamos aguardando os estudos do BNDES que estão sendo entregues agora, e a partir desses estudos uma decisão vai ter que ser tomada", disse. Segundo Silveira, "qualquer decisão não vai ser motivo de comemoração porque fazer tem custo, não fazer tem custo também indireto". O ministro disse que o assunto pode ser pautado na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ainda sem data. O ministro confirmou que a tarifa de Angra 3 está em torno de R$ 675 a R$ 700 por megawatt-hora (MWh). "Claro que esse preço é decrescente, importante falar isso, começa com isso e termina com R$ 300. Só que não terminar também tem um custo de quase R$ 20 bilhões, que foi gasto lá." Angra 3 divide opiniões. Um estudo preliminar da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), apontou custos de R$ 43 bilhões para os consumidores com a conclusão da usina. O setor contestou os dados do TCU, reforçando que o estudo era preliminar e não refletia os custos reais da usina, objeto de estudo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os custos de conclusão das obras de Angra 3 serão pagos no valor de venda da energia ao mercado regulado – ou seja, aos consumidores das distribuidoras, como o consumidor residencial e rural, além de comércios e empresas menores. Em 2019, a Eletronuclear contratou o BNDES para estruturar um modelo de financiamento para a conclusão das obras. O banco também analisa uma estratégia de reestruturação das dívidas de Angra 3. O banco concluiu que o melhor modelo seria a contratação de serviços de engenharia para a conclusão das obras e de financiamento no mercado – a ser remunerado pela tarifa de energia. Alexandre Silveira: Petrobras não pode ter único objetivo de "ter lucros exorbitantes"

Reforma tributária: governo propõe imposto menor para escolas, hospitais privados e medicamentos
Proposta está em projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Governo busca terminar regulamentação será feita entre 2024 e 2025 para ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de impostos não cumulativos. A área econômica divulgou nesta quarta-feira (24) sua proposta de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo -- aprovada e promulgada no fim do ano passado -- e propôs que serviços ligados a escolas e hospitais particulares tenham um desconto de 60% no imposto pago. Também propôs que uma lista de 850 medicamentos tenham imposto reduzido, com abatimento de 60% no imposto pago -- como da tadalafila (que ajuda a aumentar o fluxo de sangue no pênis e pode auxiliar homens a manter uma ereção). Enquanto, para outros 383 medicamentos, como vacinas contra Covid-19, dengue e febre amarela, por exemplo, a proposta é que sejam isentos. Se aprovada a proposta, no caso dos serviços de saúde e educação particulares beneficiados, terão alíquota reduzida (40% do valor pago na chamada alíquota geral, que é paga pelos produtos e serviços não beneficiados). Com isso, o governo busca evitar que haja aumento nos preços. Por estarem no setor de serviços, na ponta (prestação direta para os contratantes e intensos em mão de obra), o setor entende que isso poderia ser repassado aos consumidores, elevando o preços de serviços de saúde (hospitais e laboratórios), assim como as escolas e universidades particulares, entre outros. O setor de serviços, que tem menos abatimentos do que a indústria, principalmente se estiver na prestação direta ao consumidor (ponta final da cadeia), alega que os novos impostos incidirão sobre 100% das despesas com folha de pagamento. Por isso, a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) propõe que sejam oferecidos descontos nos impostos para empresas que geram mais postos de trabalho. A alíquota geral que será paga pelos setores sem benefício, segundo estimativas do governo, pode chegar a 27% -- uma das maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" o valor -- necessário para manter a carga tributária atual. Nesta semana, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, observou que a PEC aprovada já continha benefícios para saúde e educação privada, e negou que todo o setor de serviços terá alta de tributos. Segundo ele, quem está no "meio da cadeia", consumindo insumos para a venda de produtos acabados a outras empresas, por exemplo, de produção poderá abater os tributos pagos em momentos anteriores -- o que não acontece atualmente. "Se o setor de serviços está no meio da cadeia, serviço prestado à empresas, ele com certeza absoluta vai ser beneficiado. Hoje pode até pagar ISS, mas não está pegando crédito. Por exemplo, energia elétrica. No novo modelo, vai recuperar 100% do crédito e vai transferir 100% para a etapa seguinte. O efeito final é que ele está reduzindo o custo líquido", avaliou Appy, durante evento na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE). A proposta também contempla uma lista de dispositivos médicos, como cateteres e sondas, entre outros, com alíquota reduzida dos impostos sobre o consumo, assim como dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência. O governo e estados também propuseram que uma lista de insumos agrícolas e aquícolas tenha imposto reduzido. Veja os serviços de saúde e educação com alíquota reduzida, pela proposta Ensino Infantil, inclusive creche e pré-escola Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Técnico de Nível Médio Ensino para jovens e adultos destinado àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria Ensino Superior, compreendendo os cursos e programas de graduação, pós-graduação, de extensão e cursos sequenciais Ensino de sistemas linguísticos de natureza visual-motora e de escrita tátil Ensino de línguas nativas de povos originários Educação especial destinada a portadores de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de modo isolado ou agregado a qualquer das etapas de educação Serviços cirúrgicos Serviços ginecológicos e obstétricos Serviços psiquiátricos Serviços prestados em Unidades de Terapia Intensiva Serviços de atendimento de urgência Serviços hospitalares não classificados em subposições anteriores Serviços de clínica médica Serviços médicos especializados Serviços odontológicos Serviços de enfermagem Serviços de fisioterapia Serviços laboratoriais Serviços de diagnóstico por imagem Serviços de bancos de material biológico humano Serviços de ambulância Serviços de assistência ao parto e pós-parto Serviços de psicologia Serviços de vigilância sanitária Serviços de epidemiologia Serviços de vacinação Serviços de fonoaudiologia Serviços de nutrição Serviços de optometria Serviços de instrumentação cirúrgica Serviços de biomedicina Serviços farmacêuticos Serviços de cuidado e assistência a idosos e pessoas com deficiência em unidades de acolhimento Veja os serviços de produções nacionais, artísticas, culturais, de eventos, jornalísticas a audiovisuais com alíquota reduzida, pela proposta Serviços de produção de programas de televisão, videoteipes e filmes Serviços de produção de programas de rádio Serviços de agências de notícias para jornais e periódicos Serviços de agências de notícias para mídia audiovisual Serviços de produção audiovisual, de apoio e relacionados não classificados em subposições anteriores Serviços de organização e promoção de atuações artísticas ao vivo Serviços de produção e apresentação de atuações artísticas ao vivo Serviços de atuação artística Serviços de autores, compositores, escultores, pintores e outros artistas, exceto os de atuação artística Serviços de museus Serviços de assistência e organização de convenções, feiras de negócios, exposições e outros eventos Licenciamento de direitos de obras literárias Licenciamento de direitos de autor de obras cinematográficas Licenciamento de direitos de autor de obras jornalísticas Licenciamento de direitos conexos de artistas intérpretes ou executantes em obras audiovisuais Licenciamento de direitos conexos de produtores de obras audiovisuais Licenciamento de direitos de obras audiovisuais destinadas à televisão Licenciamento de direitos de obras musicais e fonogramas Cessão temporária de direitos de obras literárias Cessão temporária de direitos de autor de obras cinematográficas Cessão temporária de direitos de autor de obras jornalísticas Cessão temporária de direitos conexos de artistas intérpretes ou executantes em obras audiovisuais Cessão temporária de direitos conexos de produtores de obras audiovisuais Cessão temporária de direitos de obras audiovisuais destinadas à televisão Cessão temporária de direitos de obras musicais e fonogramas Governo detalha regras para a implantação da reforma tributária; texto está no Congresso Regulamentação Pontos importantes, como o fim da cumulatividade, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados na PEC da reforma tributária -- aprovada e promulgada no fim do ano passado pelo Legislativo. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. Esse primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Reforma tributária Pela proposta de emenda à Constituição (PEC), cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — com legislação única, sendo um gerenciado pela União e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios: ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). ▶️ Além da CBS federal e do IBS estadual e municipal, será cobrado um imposto seletivo (sobre produtos nocivos à saúde) e um IPI sobre produtos produzidos pela Zona Franca de Manaus -- mas fora da região com benefício fiscal. Estimativas apontam que os futuros impostos sobre o consumo, para manter a atual carga tributária - considerada elevada -, somariam cerca de 27% - e estariam entre os maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" a alíquota. Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.

Reforma tributária: governo detalha propostas para cesta básica, 'cashback' e 'imposto do pecado'

O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) -- com cobrança não cumulativa. A equipe econômica divulgou nesta quarta-feira (24) o primeiro projeto de lei para regulamentar a reforma tributária sobre o consumo - cuja Proposta de Emenda Constitucional (PEC) foi aprovada no ano passado e promulgada pelo Congresso Nacional. Esse texto, de 2023, trouxe apenas as linhas gerais da reforma tributária. Na PEC aprovada no ano passado, pontos importantes, como o fim da cumulatividade de tributos, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. No primeiro projeto de regulamentação, entregue pelo ministro Haddad ao Legislativo nesta quarta-feira (24), o governo traz propostas para a cesta básica, para o "cashback" -- a devolução de impostos para a população de baixa renda -- e para o imposto seletivo, entre outros temas. Haddad entrega Projeto de Regulamentação de Reforma Tributária ao presidente da Câmara, Arthur Lira, nesta quarta-feira (24). Marina Ramos/Câmara dos Deputados Esse projeto inicial de regulamentação possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. "Fizemos opção de fazer essa construção conjuntamente com os estados e municípios, pois estamos tratando de dois tributos que terão a mesma legislação. Não teria sentido fazer uma proposta do governo, sem considerar os estados e municípios. Nesse processo, buscamos ouvir o setor privado. Seria o ideal colocá-los em consulta pública, mas o prazo do Congresso acabou virando uma limitação", afirmou o secretário Bernard Appy, do Ministério da Fazenda, nesta terça-feira (23). Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Propostas no projeto Abaixo, veja as principais propostas no projeto apresentado: Cesta básica Governo propôs que cesta básica, com isenção de impostos, tenha menos produtos: Atualmente, segundo relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP), formado por vários ministérios, feito em 2021, as regras atuais contemplam a desoneração de 745 alimentos diferentes abrangidos pelas leis de desoneração de tributos federais. A proposta do governo e estados limita a lista de produtos isentos e também de produtos com alíquota reduzida (desconto de 60%). Veja detalhes aqui. Cashback Equipe econômica recomendou 'cashback' às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo: Pela proposta, haverá devolução de 100% para do imposto pago no caso da CBS (IVA federal) e de 20% para o IBS (IVA estadual e municipal), no caso do gás de cozinha; de 50% para a CBS e 20% para o IBS, no caso de energia elétrica, água e esgoto; e de 20% para a CBS e para o IBS, nos demais casos. Veja detalhes aqui. 'Imposto do pecado' Governo propôs que 'imposto do pecado' seja cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, açucaradas, carros e petróleo. O objetivo é que bens e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tenham um imposto maior do que o restante da economia. "As alíquotas a serem aplicadas serão definidas posteriormente por lei ordinária", diz o texto do projeto. Veja detalhes aqui. imposto menor para escolas, hospitais privados e medicamentos A área econômica propôs, com os estados, que serviços ligados a escolas e hospitais particulares tenham um desconto de 60% no imposto pago, assim como medicamentos. Se aprovada a proposta, esses serviços particulares terão, com isso, alíquota reduzida (40% do valor pago na chamada alíquota geral, que é paga pelos produtos e serviços não beneficiados). Com isso, o governo busca evitar que haja aumento nos preços. Veja detalhes aqui. Reforma tributária Pela proposta de emenda à Constituição (PEC), cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — com legislação única, sendo um gerenciado pela União e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios: ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). ▶️ Além da CBS federal e do IBS estadual e municipal, será cobrado um imposto seletivo (sobre produtos nocivos à saúde) e um IPI sobre produtos produzidos pela Zona Franca de Manaus -- mas fora da região com benefício fiscal. Estimativas apontam que os futuros impostos sobre o consumo, para manter a atual carga tributária - considerada elevada -, somariam cerca de 27% - e estariam entre os maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" o valor -- necessário para manter a carga tributária atual. Governo detalha regras para a implantação da reforma tributária; texto está no Congresso Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.


Governo propõe que 'imposto do pecado' seja cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, açucaradas, carros e petróleo
Proposta está em projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Governo busca terminar regulamentação será feita entre 2024 e 2025 para ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de impostos não cumulativos. O governo federal propôs, junto com os estados, que o imposto seletivo, chamado de "imposto do pecado", seja cobrado sobre cigarros, bebidas alcoólicas, sobre bebidas açucaradas, veículos poluentes e sobre a extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. A proposta consta em projeto de regulamentação da reforma tributária sobre o consumo. O objetivo é que bens e serviços que sejam prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tenham um imposto maior do que o restante da economia. "O presente Projeto especifica os produtos sobre os quais o Imposto Seletivo incidirá, bem como a forma pela qual se dará a tributação sobre cada categoria de produto. As alíquotas a serem aplicadas serão definidas posteriormente por lei ordinária", diz o texto do projeto. Deste modo, não é possível saber até o momento, entretanto, se a cobrança do imposto do pecado aumentará a carga tributária (valor cobrado em impostos) em relação ao sistema atual -- nos quais esses produtos já têm uma taxação mais alta. O Sindicato Nacional da Indústria das Cervejas (Sindicerv), que reúne 85% das fabricantes nacionais, estima que uma lata de cerveja contém, atualmente, cerca de 56% em impostos federais e estaduais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a carga tributária dos seguintes produtos é a seguinte: vinho é de cerca de 44% (nacional) e de 58% (importados). vodka e wiskie: 67%. cachaça: quase 82% refrigerantes: cerca de 45% O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou que, em 2017, a carga tributária sobre os cigarros variou entre 69% a 83% do preço total. Segundo a Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a carga tributária sobre carros varia entre 37% e 44% do valor do automóvel. Bruno Carazza comenta sobre a regulamentação da Reforma Tributária Argumentos Cigarros: "Em relação aos produtos fumígenos, estes são universalmente apontados como prejudiciais à saúde em uma vasta gama de estudos acadêmicos. Os produtos fumígenos de consumo mais difundido são os cigarros. A tributação incidente sobre esses produtos é um instrumento estatal notoriamente efetivo para desestimular o tabagismo (,...) O Projeto propõe, ainda, que os charutos, cigarrilhas e os cigarros artesanais possam ter o mesmo tratamento tributário dispensado aos demais produtos". Veículos poluentes: "A incidência do IS (imposto seletivo) sobre a aquisição de veículos, aeronaves e embarcações justifica-se por serem emissores de poluentes que causam danos ao meio ambiente e ao homem. Em relação aos veículos, a proposta é que as alíquotas do Imposto Seletivo incidam sobre veículos automotores classificados como automóveis e veículos comerciais leves e variem a partir de uma alíquota base, de acordo com os atributos de cada veículo (...) Assim, serão considerados para fins da alíquota final do Imposto Seletivo os seguintes atributos para cada veículo: (i) potência do veículo; (ii) eficiência energética; (iii) desempenho estrutural e tecnologias assistivas à direção; (iv) reciclabilidade de materiais; (v) pegada de carbono; e (vi) densidade tecnológica. Portanto, a alíquota base de cada veículo poderá ser majorada ou decrescida de acordo com os critérios elencados acima". Bebidas alcoólicas: "O consumo de bebidas alcoólicas representa grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Estudos da Organização Mundial da Saúde indicam que este consumo está associado a ampla gama de Doenças Crônicas Não Transmissíveis – DCNT, como doenças cardiovasculares, neoplasias e doenças hepáticas. Além disso, o uso excessivo de álcool está relacionado a problemas de saúde mental, bem como a ocorrência de violência e acidentes de trânsito (...) Como o efeito negativo de álcool está relacionado à quantidade de álcool consumida, propõe-se um modelo semelhante ao utilizado para os produtos do fumo, pelo qual a tributação se dará através de uma alíquota específica (por quantidade de álcool) e uma alíquota ad valorem". Bebidas açucaradas: "Há consistentes evidências de que o consumo de bebidas açucaradas prejudica a saúde e aumenta as chances de obesidade e diabetes em diversos estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde – OMS. E a tributação foi considerada pela OMS como um dos principais instrumentos para conter a demanda deste tipo de produto. Neste sentido, segundo a OMS, oitenta e três países membros da organização já tributam bebidas açucaradas, principalmente refrigerantes. Considerando que o setor econômico possui uma estrutura concentrada nos fabricantes e fragmentada nas fases de distribuição e varejo, o anteprojeto estabelece como contribuinte o fabricante na primeira venda, o importador na importação e o arrematante na hipótese de arrematação em hasta pública". Minerais extraídos: "O Projeto propõe a incidência do IS sobre a extração de minério de ferro, de petróleo e de gás natural. A proposta prevê a incidência do IS na primeira comercialização pela empresa extrativista, ainda que o minério tenha como finalidade a exportação. Há também hipótese de incidência na transferência não onerosa de bem mineral extraído ou produzido (...) Está prevista a redução da alíquota a zero para o gás natural que seja destinado à utilização como insumo em processo industrial". Regulamentação Pontos importantes, como o fim da cumulatividade, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados na PEC da reforma tributária -- aprovada e promulgada no fim do ano passado pelo Legislativo. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. Esse primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Reforma tributária Pela proposta de emenda à Constituição (PEC), cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — com legislação única, sendo um gerenciado pela União e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios: ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). ▶️ Além da CBS federal e do IBS estadual e municipal, será cobrado um imposto seletivo (sobre produtos nocivos à saúde) e um IPI sobre produtos produzidos pela Zona Franca de Manaus -- mas fora da região com benefício fiscal. Estimativas apontam que os futuros impostos sobre o consumo, para manter a atual carga tributária - considerada elevada -, somariam cerca de 27% - e estariam entre os maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" o valor -- necessário para manter a carga tributária atual. Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.

Reforma tributária: equipe econômica recomenda 'cashback' às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo
Proposta está em projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Governo busca terminar regulamentação será feita entre 2024 e 2025 para ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de impostos não cumulativos. A equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs, por meio de projeto de regulamentação da reforma tributária, a devolução de imposto pago para a população inscrita no Cadastro Único (CadUnico) do governo federal. Pela proposta, a devolução de impostos será destinada às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Cadastro Único tinha, em março deste ano, quase 42 milhões de famílias cadastradas -- um total de 96,5 milhões de pessoas. Quase metade de toda população brasileira, estimada em 203 milhões em 2022. Pela proposta, haverá devolução de: 100% para do imposto pago no caso da CBS (IVA federal) e de 20% para o IBS (IVA estadual e municipal), no caso do gás de cozinha 50% para a CBS e 20% para o IBS, no caso de energia elétrica, água e esgoto; 20% para a CBS e para o IBS, nos demais casos. "A autonomia federativa é preservada ao se prever que os entes poderão, por lei específica, fixar percentuais superiores de devolução da sua parcela da CBS ou do IBS (não podendo exceder 100%)", diz a proposta. 73 milhões teriam direito ao 'cashback' de impostos na reforma tributária, diz Fazenda Regulamentação Pontos importantes, como o fim da cumulatividade, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados na PEC da reforma tributária -- aprovada e promulgada no fim do ano passado pelo Legislativo. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. Esse primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Reforma tributária Pela proposta de emenda à Constituição (PEC), cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — com legislação única, sendo um gerenciado pela União e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios: ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). ▶️ Além da CBS federal e do IBS estadual e municipal, será cobrado um imposto seletivo (sobre produtos nocivos à saúde) e um IPI sobre produtos produzidos pela Zona Franca de Manaus -- mas fora da região com benefício fiscal. Estimativas apontam que os futuros impostos sobre o consumo, para manter a atual carga tributária - considerada elevada -, somariam cerca de 27% - e estariam entre os maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" o valor -- necessário para manter a carga tributária atual. Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.

Reforma tributária: governo propõe que cesta básica, com isenção de impostos, tenha menos produtos
Proposta está em projeto de lei que regulamenta a reforma tributária. Governo busca terminar regulamentação será feita entre 2024 e 2025 para ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de impostos não cumulativos. O governo propôs, juntamente com os estados, uma redução no número de produtos para a cesta básica nacional, que contará com isenção dos futuros impostos sobre o consumo (CBS, o imposto sobre valor agregado do governo federal, e o IBS dos estados e municípios). A cesta básica, por definição, pressupõe um conjunto mínimo de bens que deveria conter para atender às necessidades de uma família. A depender da definição utilizada, o termo pode se referir apenas aos alimentos incluídos na rotina da família ou incluir outros itens, como produtos de limpeza e higiene pessoal. Cesta básica: entenda o que dizem as leis sobre e o que pode mudar com a reforma tributária "Coerentemente com esta diretriz, no Projeto, um dos princípios norteadores para a seleção dos alimentos a serem beneficiados por alíquotas favorecidas foi a priorização dos alimentos in natura ou minimamente processados e dos ingredientes culinários, seguindo-se as recomendações de alimentação saudável e nutricionalmente adequada do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde", diz a proposta do governo e dos estados. Uma segunda diretriz da proposta, de acordo com o texto, foi a priorização de alimentos majoritariamente consumidos pelos mais pobres, com o propósito de assegurar que o máximo possível do benefício tributário seja apropriado pelas famílias de baixa renda. "Para embasar a seleção destes alimentos, foi construído um indicador que mensura a relação entre o quanto cada alimento pesa no orçamento de alimentos das famílias de baixa renda e o quanto pesa no orçamento de alimentos das demais famílias, a partir das informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE", informa o documento. E acrescentou ainda: "O terceiro e último dos princípios que norteou a seleção dos alimentos foi assegurar que os alimentos da atual Cesta Básica do PIS/Cofins tenham sua tributação reduzida, com exceção daqueles de consumo muito concentrado entre os mais ricos", diz o texto. Reforma tributária: governo propõe cesta básica nacional livre de impostos Cesta básica atual Atualmente, segundo relatório do Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP), formado por vários ministérios, feito em 2021, as regras atuais contemplam a desoneração de 745 alimentos diferentes abrangidos pelas leis de desoneração de tributos federais. A cesta básica atual contém itens que não são necessariamente consumidos pela população de baixa renda, mas que são isentos de impostos federais. Tais como: salmão; bacalhau; queijos como ricota e provolone; fígado de pato e de ganso ("foie gras"); óleo de coco; cogumelos e trufas; nozes, macadâmia e tâmaras. Nova cesta básica nacional Alíquota zero A cesta básica com alíquota zero, proposta pelo governo, tem menos produtos. São eles: Arroz Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica; Manteiga Margarina Feijões Raízes e tubérculos Cocos Café Óleo de soja Farinha de mandioca Farinha, grumos e sêmolas, de milho, e grãos esmagados ou em flocos, de milho Farinha de trigo Açúcar Massas alimentícias Pão do tipo comum (contendo apenas farinha de cereais, fermento biológico, água e sal) Desconto de 60% no valor dos impostos Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto Foies gras) e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos Peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos) Crustáceos (exceto lagostas e lagostim) Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos; Queijos tipo mozarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino; Mel natural Mate Farinha, grumos e sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais Tapioca e seus sucedâneos Massas alimentícias Sal de mesa iodado Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes Polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes Associação de supermercados A proposta do governo federal para a nova cesta básica, sem a cobrança de impostos, contraria a sugestão da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A entidade divulgou uma proposta, no começo deste mês, que prevê uma desoneração para uma ampla gama de produtos -- cerca de 600 itens (nomenclaturas comuns do Mercosul - NCMs). Entre os produtos com imposto zero, a Abras propôs que fossem incluídos o foie gras (fígado gordo de pato ou ganso), o bacalhau, trufas (fungos subterrâneos, ingrediente caro usado em pratos e doces requintados) e lagostas. Entenda a discussão Ao desonerar a cesta básica, o governo abre mão de arrecadação. Isso agrava o rombo das contas públicas - que somou R$ 230 bilhões no ano passado. O governo busca zerar o déficit neste ano. Segundo estimativa da Receita Federal, a desoneração da cesta básica custará R$ 39 bilhões aos cofres públicos em 2024. Além da renúncia de fiscal, ou seja, do valor que o governo deixa de arrecadar, outra discussão é o impacto da cesta básica no tamanho do imposto que será cobrado sobre o consumo de outros produtos -- a chamada alíquota geral. Estimada, por enquanto, em cerca de 27,5% - entre as maiores do mundo -, a alíquota geral dos futuros IVAs (impostos sobre o consumo) pode ser ainda mais pressionada para cima se a lista dos produtos incluídos na cesta básica com alíquota zero for muito extensa. Alguns estudos apontam que o uso do "cashback" (devolução dos impostos pagos na cesta básica) seria uma alternativa menos custosa e mais eficaz para beneficiar a camada mais pobre da população, favorecendo a redistribuição de renda. Regulamentação da reforma tributária Pontos importantes, como o fim da cumulatividade, a cobrança dos impostos no destino, simplificação e fim de distorções na economia (como passeio de notas fiscais e do imposto cobrado "por dentro") já foram assegurados na PEC da reforma tributária -- aprovada e promulgada no fim do ano passado pelo Legislativo. Entretanto, vários temas sensíveis ficaram para o ano de 2024, pois o texto da PEC indica a necessidade de regulamentação de alguns assuntos por meio de projetos de lei. É o que o governo começou a enviar ao Legislativo nesta semana. Esse primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária possui cerca de 300 páginas, 500 artigos e vários anexos. Além disso, também traz oito páginas tratando apenas da revogação de regras atuais que serão extintas no futuro. Além desse projeto, disse ele, haverá outros dois: um sobre a transição na distribuição da receita (para os estados e municípios) e com questões relativas a contencioso administrativo; um para tratar das transferências de recursos aos fundos de desenvolvimento regional e de compensações de perdas dos estados. O cronograma da Fazenda prevê que a regulamentação será feita entre 2024 e 2025. Com o término dessa fase, poderá ter início, em 2026, a transição dos atuais impostos para o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) --- com cobrança não cumulativa. Pontos básicos Pela proposta de emenda à Constituição (PEC), cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — com legislação única, sendo um gerenciado pela União e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios: ▶️ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins; ▶️ Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal). ▶️ Além da CBS federal e do IBS estadual e municipal, será cobrado um imposto seletivo (sobre produtos nocivos à saúde) e um IPI sobre produtos produzidos pela Zona Franca de Manaus -- mas fora da região com benefício fiscal. Estimativas apontam que os futuros impostos sobre o consumo, para manter a atual carga tributária - considerada elevada -, somariam cerca de 27% - e estariam entre os maiores do mundo. A alíquota final dos impostos, porém, só será conhecida nos próximos anos -- após a realização de um período de testes para "calibrar" o valor -- necessário para manter a carga tributária atual. Impacto na economia, valor agregado e cobrança no destino O governo espera que, com a simplificação tributária, haja um aumento de produtividade e, consequentemente, redução de custos para consumidores e produtores, estimulando a economia. Analistas e o governo estimam que a reforma tributária sobre o consumo tem potencial para elevar o PIB potencial do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas. Com a implementação do IVA, os tributos passariam a ser não cumulativos. Isso significa que, ao longo da cadeia de produção, os impostos seriam pagos uma só vez por todos os participantes do processo. Atualmente, cada etapa da cadeia paga os impostos individualmente, e eles vão se acumulando até o consumidor final. Com o IVA, as empresas poderiam abater, no recolhimento do imposto, o valor pago anteriormente na cadeia produtiva. Só recolheriam o imposto incidente sobre o valor agregado ao produto final. Outra mudança é que o tributo sobre o consumo (IVA) seria cobrado no "destino", ou seja, no local onde os produtos são consumidos, e não mais onde eles são produzidos. Há um período de transição de cerca de 50 anos da cobrança na origem para o destino. Isso contribuiria para combater a chamada "guerra fiscal", nome dado a disputa entre os estados para que empresas se instalem em seus territórios. Para isso, intensificam a concessão de benefícios fiscais.

+Milionária, concurso 141: prêmio acumula e vai a R$ 177 milhões

Duas apostas que acertaram cinco dezenas e dois trevos vão levar R$ 278,3 mil cada. Próximo sorteio será no sábado (27). Volantes do concurso +Milionária, da Caixa Econômica Federal. Marcello Casal Jr/Agência Brasil 2 O sorteio do concurso 141 da +Milionária foi realizado na noite desta quarta-feira (24), em São Paulo, e nenhuma aposta acertou a combinação de seis dezenas e dois trevos. Com isso, o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 177 milhões. De acordo com a Caixa Econômica Federal, duas apostas acertaram cinco dezenas e dois trevos e vão levar R$ 278.310,37 cada. Veja os números sorteados: Dezenas: 02 - 20 - 21 - 30 - 40 - 44 Trevos: 3 - 6 Os outros ganhadores foram: 5 acertos + 1 ou nenhum trevo - 19 apostas ganhadoras: R$ 13.020,37 4 acertos + 2 trevos - 122 apostas ganhadoras: R$ 2.172,60 4 acertos + 1 ou nenhum trevo - 1724 apostas ganhadoras: R$ 153,74 3 acertos + 2 trevos - 2309 apostas ganhadoras: R$ 50 3 acertos + 1 trevo - 18018 apostas ganhadoras: R$ 24 2 acertos + 2 trevos - 19528 apostas ganhadoras: R$ 12 2 acertos + 1 trevo - 146253 apostas ganhadoras: R$ 6 +Milionária, concurso 141 Reprodução/Caixa Sobre a +Milionária As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo mais abaixo) O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis. Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que chegam a R$ 83,1 mil. A +Milionária teve seu primeiro sorteio em maio de 2022. Na época, a Caixa informou que ela foi a primeira modalidade "a oferecer prêmio mínimo de dois dígitos de milhões". Cada concurso distribui o valor mínimo de R$ 10 milhões. Saiba mais aqui. Além disso, a +Milionária se destaca por ter dez faixas de premiação. São elas: 6 acertos + 2 trevos 6 acertos + 1 ou nenhum trevo 5 acertos + 2 trevos 5 acertos + 1 ou nenhum trevo 4 acertos + 2 trevos 4 acertos + 1 ou nenhum trevo 3 acertos + 2 trevos 3 acertos + 1 trevo 2 acertos + 2 trevos 2 acertos + 1 trevo Veja no vídeo abaixo como jogar na +Milionária: +Milionaria: veja como jogar na nova loteria da Caixa